• Altermundialismo e ecologia polᅢᆳtica contra a crise

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Altermundialismo e ecologia política contra a crise

Por

Jacob (J.) Lumier

Membro do OpenFSM

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Nossos amigos de Europa Ecologia têm uma visão precisa da agenda internacional que a União Européia deve cumprir para mudar o curso da globalização.

 

 

A dívida pública dos Estados europeus é uma conseqüência do liberalismo e não uma crise de Estado. Unicamente o setor bancário é responsável da crise, não os povos. Os políticos neoliberais escolhem privilegiar as classes abastadas detentoras do capital em detrimento das classes populares e médias, com seus planos de salvar as finanças. Daí a questão do controle e da regulação da finança mediante a taxação dos produtos financeiros e a exigência de harmonizar socialmente e fiscalmente pelo alto, especialmente no caso da União Européia. Neste sentido, é lúcida e apoiada pelo autor destas linhas a compreensão desenvolvida por nossos amigos de Europa Ecologia de que os motores da crise são o soberanismo, o liberalismo, o produtivismo.

 

►À exceção dos Estados Unidos, a capacidade de ação dos Estados Nações sobre a globalização é insipiente, limitados que são a um território demarcado. A União Européia ultrapassa tais limites e desfruta de um PIB equivalente ou superior ao dos EUA, constituindo desta sorte um marco adequado para enfrentar a crise, retomar o controle da globalização e impor reformas ambiciosas às grandes multinacionais: uma alavanca para transformar as políticas públicas mundiais. Aliás, a Europa fala por uma só voz nas grandes negociações internacionais sobre o clima ou na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Mudar o curso da globalização implica descobrir o novo modelo que se tira da realidade social, desmontar os paraísos fiscais, proteger nossos modelos de solidariedade e fazer a limpeza no capitalismo financeiro. E quando alguém pergunta por que a União Européia não fez grande coisa nesses domínios a resposta é política e compreende duplo desnível, a saber: esquerda/direita e soberanista/federalista.

Quer dizer, está em questão a maioria direitista e suas políticas liberais que dominam a União Européia e não ela mesma. Se a esquerda social-democrata que liderou em vários Estados pouco fez, isto se deve à alternativa soberanista/federalista. 

O peso de tal alternativa se constata quando levamos em conta que a União Européia não é mais do que a disponibilização comum de recursos e competências para fazer as coisas juntos. Para isto fizeram os Tratados, onde os Estados se entenderam para criar uma moeda comum, ter o mesmo mandato de negociação na OMC ou tocar uma só política agrícola. Mas não aceitaram orçamento único, com a U.E. dispondo como se sabe de menos de 2% do PIB europeu quando o orçamento federal americano importa 20% do PIB. Tampouco quiseram imposto único sobre o capital nem assento único no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Enquanto todo o mundo entende que um novo impulso da economia deve passar por uma coordenação européia, a U.E. não tem orçamento nem o direito de endividar-se.

Se a Europa é a escala certa para taxar os capitais e os lucros das sociedades, que são móveis de um país para o outro, ela não pode se impor, haja vista que as decisões nesta matéria são tomadas por unanimidade equivalendo a conceder direito de veto ao Reino Unido ou ao Luxemburgo, um bloqueio de fato a todo o avanço.

Seja como for, enquanto Europa não dispor de única voz sobre os grandes problemas geopolíticos sua capacidade de influência sobre a paz mundial será limitada.

A mudança passa por uma nova maioria no Parlamento Europeu, antiliberal e federalista, indispensável à luta contra os paraísos fiscais e contra a concorrência fiscal entre os Estados, para o que a liderança dos ecologistas com Europe Ecologie é a melhor qualificada.

 

Jacob (J.) Lumier

Enlaces:

http://www.europe-ecologie.fr/

http://www.europalter.org/

http://ecologie.blogs.liberation.fr/