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last modified March 14, 2017 by admin


FÓRUM SOCIAL PANAMAZÔNICO CARTA COMPROMISSO MANAUS “Vamos ao chamado da floresta”

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§  Con profunda alegría, les compartimos la Carta Compromiso de Manaus para el FOSPA de abril próximo en Tarapoto, es un gran aliento para todos y todas quienes estamos en el proceso del Foro ver que se afirman el compromiso y la movilización. Vamos al llamado del bosque!

PRÉ-FÓRUM SOCIAL PANAMAZÔNICO CARTA COMPROMISSO MANAUS “Vamos aochamado da floresta”

 NÓS, povos da floresta e das águas, povos indígenas, populações tradicionais e povos de terreiro, movimento negro, movimento indígena, movimentos de mulheres e feministas, movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, reunidos e reunidas nos dias 11 e 12 de novembro de 2016 no Parque do Mindu no Pré Fórum Manaus do VIII Fórum Social Panamazônico,

  1. afirmamos e reafirmamos nossa diversidade e nossa luta coletiva por relações de respeito com a Mãe Terra e entre nós e contra os projetos do grande capital nacional e transnacional de destruição da Panamazônia.
  2. Repudiamos o golpe de Estado em andamento no Brasil que está interligado às tendências globais de conservadorismo machista, racista e xenófobo e ao capitalismo financeiro internacional
  3. e defendemos o Bem-Viver contra as tentativas de naturalização da desigualdade e de financeirização da natureza!
Vivemos um momento crítico da história da Natureza. As condições de vida de milhares de pessoas estão se precarizando e sob permanente ameaça. Muitos sucumbem nas travessias e na defesa da terra, do direito de morar, comer, de ir e vir. A violência avança e faz vítimas de todas as idades atingindo, principalmente, os mais pobres.
  1. Não iremos nos calar diante dessa violência e da violência provocada pelos grandes projetos que afligem os povos e destroem a natureza na Amazônia. Protegeremos nossos parentes, povos e terras dos nossos ancestrais! Lutamos e lutaremos, arduamente para combater os problemas que nos assolam e assolam as pessoas ao nosso redor.
  2. Lutaremos pela manutenção de nossos direitos conquistados com longas jornadas de luta, contra a PEC 55 – que congela as verbas públicas; contra a PEC 215 – que retira da Constituição Federal todos os direitos territoriais conquistados pelos povos indígenas; contra os projetos de lei de “Escola Sem Partido” a chamada “lei da mordaça”;  contra a transformação do ensino médio num modelo de formação tecnicista a serviço do mercado e contra todas as PECs e leis que dizem NÃO aos nossos direitos! Nenhum direito a menos!
  3. Nós dizemos não à neo-colonização! Buscaremos uma cultura de descolonização, garantindo o bem-viver nosso, dos nossos parentes, dos nossos povos, da nossa Amazônia e do nosso planeta!
  4.  Dizemos não ao saque mineral poluidor das águas, das florestas e do Planeta, a expansão rural do agronegócio, ao latifúndio, aos monocultivos extensivos e aos agrotóxicos! Não à invasão, destruição, deflorestação dos territórios amazônicos!
  5. Rejeitamos as religiões com práticas fundamentalistas, proseletistas e doutrinadoras, que não reconhecem e afrontam as nossas identidades, religiões e culturas.
  6. Rejeitamos também, as políticas integracionistas que não respeitam nossa vontade, nossa diversidade e os planos de vida alternativos ao modelo desenvolvimentista hegemônico.
  7. Expressamos nossa indignação frente a criminalização dos movimentos sociais. Inspiramo-nos nas lutas de mulheres e homens que doaram suas vidas em prol da justiça, dos direitos humanos e dos direitos da natureza.
  8. Lutaremos pela garantia dos territórios dos povos indígenas, quilombolas e das comunidades tradicionais, pela continuidade e garantia de seus projetos de vida e pela preservação dos bens culturais e dos bens da floresta.
  9. Continuaremos valorizando as práticas inspiradas em nossos ancestrais tendo como base a sabedoria dos nossos povos e comunidades e sua longa história de convivência com a Amazônia, apesar da hegemonia do modelo capitalista, desenvolvimentista, de acumulação, que agride sistematicamente nosso jeito de ser e viver e tenta mercantilizar todas as nossas relações.
  10. Valorizamos também a diversidade de línguas e formas de expressão, tão características da Pan – Amazônia, na construção de novas relações entre os seres humanos e a natureza.
  11. Convidamos todos e todas ao nosso redor a ouvir o clamor da floresta! A nossa resistência é a autoafirmação de nossa identidade e diversidade.
Nos rituais dos povos indígena e negro, na partilha do caxiri na cuia dos encontros, nas danças com e entre as árvores do Mindu revigoramos nossa espiritualidade e nossa luta comum e nos comprometemos a:

1.       Criar um espaço permanente para o fortalecimento da articulação entre os movimentos indígenas, de comunidades tradicionais, negros e afroamazônicos, de moradia, de mulheres, LGBT, e de outros movimentos populares do campo e na cidade.

2.       Lutar com os povos e comunidades da Amazônia pela garantia de seus direitos territoriais valorizando seus saberes, conhecimentos e práticas de manejo e uso coletivo das terras e águas.

3.       Valorizar as alternativas que promovem a vida, como a agricultura familiar orgânica, a produção de alimentos sem uso de agrotóxicos, a segurança alimentar, a produção de sementes crioulas, o consumo de alimentos não industrializados, a medicina natural e as diversas espiritualidades.

4.       Agir permanentemente, através de processos de formação e de mobilização política para garantir os nossos direitos.

5.       Enfrentar as causas estruturais que originam a desigualdade social como a exploração, a dominação e a acumulação inerentes ao capitalismo e ao patriarcado.

6.       Visibilizar a violação cotidiana dos direitos humanos como o tráfico de pessoas, genocídio do povo negro e indígena, a discriminação pela orientação sexual e identidade de gênero entre outros.

Assinam esta Carta Compromisso:

1.       – ABC – Associação do Bairro da Chapada

2.       – ADCEA – Associação das Donas de Casa do Estado de Amazonas

3.       – AKIM- Associação dos Índios Kokama residentes no Município de Manaus

4.       – AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras

5.       – AMISM Associação de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé

6.       – ARCA – Articulação pela Convivência com a Amazônia

7.       CEBS – Comunidades Eclesiais de Base

8.       CIMI – Conselho Indigenista Missionário

9.       – COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira

10.   Conselho dos Leigos

11.   – DANDARAS – Movimento das Mulheres Negras da Floresta

12.   Erva e Vida

13.   – FPMM – Fórum Permanente das Mulheres de Manaus

14.   – GAGER – Grupo alternativo de Geração de Renda

15.   – IACI – Instituto Amazônico de Cidadania

16.   – Instituto Eqüit – Gênero, Economia e Cidadania Global

17.   – Instituto Ganga Zumba – Manaus

18.   – Mani – Movimento de Mulheres da Amazônia, Núcleo Urucará

19.   Movimento Feminista Maria Sem Vergonha

20.   – Movimento de Luta pela Moradia

21.   – MMC – Movimento de Mulheres Camponesas

22.   – Movimento de Mulheres Trabalhadoras

23.   – MCVE – Movimento Comunitário Vida e Esperança

24.   – UNMP – União Nacional por Moradia Popular

25.   – MUSAS – Movimento de Mulheres Solidárias do Amazonas

26.   Rede Grito pela Vida

27.   – CRB – Conferência dos Religiosos e Religiosas do Brasil

28.   – REPAM – Rede Eclesial Pan Amazônica

29.   – SARES – Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental

30.   – SECOYA – Associação Serviço e Cooperação com o Povo Yanomami

31.   SME – Sociedade Missões Estrangeiras

32.   – OIMBP – Organização Indígena do Médio e Baixo Purus

33.   – PO – Pastoral Operária

34.   – PLP – Promotoras Legais Populares

35.   – Professores, professoras e Estudantes da FAMETRO – Faculdade Metropolitana de Manaus

36.   – Professores, professoras e Estudantes da UEA – Universidade do Estado do Amazonas

37.   – Professores e professoras e Estudantes da UFAM – Universidade Federal do Amazonas

38.   – Professores e professoras e Estudantes da UNINORTE – Centro Universitário do Norte

39.   – Professores e professoras e Estudantes da UNIP – Universidade Paulista

40.   – Professoras do Centro Universitário NILTON LINS

41.   – UMIAB – União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira