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BALANÇO X FOsPA

PRODUÇÃO e redação COLETIVAs DO TEXTo  

Esta publicação foi aprovada na reunião nacional do FOSPA Brasil, realizada em 12 de agosto de 2022. É resultado de um amplo processo de debates, diálogos, reflexões e escrevivências, realizados em diferentes espaços: reuniões, plenárias, articulações e incidências políticas, todas tecidas no período de 2021 a 2022, antes, durante e após a Décima Edição do Fórum Social Pan-amazônico em Belém, do Pará.   

ORGANIZAÇÃO  FOSPA BELÉM: Secretaria Executiva Secretaria Operativa Comitês Locais. IDENTIDADE VIsUAL do X FOsPA BELÉM Arthur Leite Letícia Nunes Lucas Negrão Nícia Salimos  EsQUEMATIZAÇÃO CRIATIVA E DIAGRAMAÇÃO Celleny Servitta   

BALANÇO X FOsPA  

O X Fórum Social Pan-amazônico foi um evento/processo marcante, que certamente contribuiu de forma relevante para o avanço, articulação e unificação das lutas dos povos amazônicos. Desde já queremos deixar gravado nosso agradecimento a todas, todos e todes que contribuíram e participaram ativamente de sua realização. Os números do X FOSPA comprovam sua importância. Tivemos a presença de 15 mil pessoas nos 04 dias de atividades, ou seja, em termos numéricos, o segundo maior FOSPA da história, com a participação de delegações ou representantes de oito dos nove paísespan-amazônicos, com a única exceção da República Cooperativa de Guiana. No caso daAmazônia Brasileira tivemos a presença de todos os estados- Amazonas, Acre, Rondônia,Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.  

Foi também o FOSPA com o maior número de atividades preparatórias, precedido pelos Pré-Fóruns da Venezuela, Bolívia, Peru, Colômbia, Guiana Francesa, Equador, váriosencontros prévios no Brasil e as reuniões das iniciativa de ação. Estes Pré-Fóruns e encontros prévios serviram não somente para a preparação dos temas e das delegações, mas em muitos casos ajudaram na recomposição e rearticulação dos movimentos amazônicos em cada país.  

Além disso, merecem ser citadas as caravanas. Uma das mais antigas tradições do Fórum Social Pan-Amazônico, as caravanas por terra, ar e rios, representam a participação organizada de um país, uma região, um território de um ou mais movimentos sociais. Para o X FOSPA, tivemos caravanas internacionais da Venezuela, Colômbia, Bolívia,e a caravana unificada da Guiana Francesa, Suriname e o estado do Amapá. Tivemos aindadiversas caravanas que se moveram para Belém do interior do Brasil como de Santarém,Rondônia, Maranhão e outros pontos, trazendo delegações e representações de povosindígenas do Brasil e dos países integrantes do FOSPA como os Kaapor, Tembés; Kumaruara, Arara, Yanomami e Kayapós, bem como de todos os Comités Locais do FOSPA. O processo Fórum Social Pan Amazônico sai do X FOSPA mais forte, com sua representatividade ampliada e seus Comitês Nacionais e Locais, que grande papel tiveram na preparação e realização do evento, bastante fortalecidos.  

Para além dos números, o X FOSPA representou uma retomada da movimentação social no Brasil, precedida pela histórica vitória eleitoral na Colômbia e pela extraordinária greve de massas do Equador. Após dois anos de pandemia e quase quatro anos de um governo de extrema direita, com o crescimento da fome, miséria, destruição ambiental, ataque aos territórios e defensoras (es) dos Direitos Humanos, o X FOSPA, por sua dimensão e profundidade, representou um vento de esperança, uma verdadeira trincheira, um ponto de reaglutinação dos sonhos dos povos amazônicos.  

O CAMINHO METODOLÓGICO  

Desde que se apresentou a indicação de Belém, através do caderno “Tecendo o Esperançar nas Amazônias”, o Comitê FOSPA - Brasil insistiu num conceito que aliava a necessidade da incidência política com um processo preparatório amplo, destinado a fazerconvergir para Belém todas as correntes, articulações, experimentos, que ocorrem na PanAmazônia, tornando o X FOSPA um estuário das forças vivas que se movem na região. Da mesma forma, postulava a centralidade da nossa região no mapa-mundi do mundo, insistindo no diálogo entre a Pan-Amazônia e o movimento mundial para deter as mudanças climáticas.  

A frase título do caderno da candidatura expressava a síntese destes objetivos. O ponto de partida foi o "Encontro de Saberes Amazônia e as Mudanças Climáticas", realizado em outubro de 2021, em Belém, como um lançamento do X FOSPA. A reunião de representantes da sabedoria ancestral, guardada pela mata, com cientistas e pesquisadoras (es) se demonstrou potente e serviu para propagar o FOSPA. Da mesma forma, a carta assinada, no encontro, e lida em Glasgow, juntamente com a presença de participantes do Encontro de Saberes, durante a COP-26, serviu para impulsionar o Fórum econsolidar alianças, como com a AMA, a REPAM e outros parceiros.  

Após Glasgow iniciou-se a rica discussão sobre o formato do Fórum, que convergiu para a ideia das Casas de Saberes, como o centro nevrálgico do X FOSPA, alimentadas estruturalmente pelas iniciativas de ação, e contribuições de diversos coletivos panamazônicos, através das Rodas de Conversação, compostas por lideranças das lutas sociais,com paridade de gênero e ao mesmo tempo contatadas com as atividades autogestionadas,sob a forma de oficinas ou tendas. Este formato foi consolidado na Reunião Pan-Amazônica Virtual, de fevereiro de 2022.  

Esta iniciativa inédita, que contou com a participação de mais de 50 entidades e organizações atuantes na Pan-Amazônia, consolidou o papel do X FOSPA, como um centro aglutinador e propagador das resistências amazônicas. Neste processo, contribuições vindas do CI-FOSPA, das iniciativas de ação e AMA enfatizaram a necessidade de um FOSPA que apontasse mais no sentido de propostas do que de diagnósticos. No caso do C.I., sereforçava também a importância do X FOSPA gerar e/ou reforçar iniciativas de ação ecampanhas de luta já existentes no processo do FOSPA desde sua institucionalização em2017 no VIII FOSPA de Tarapoto (Peru).  

Como desdobramento desta matriz, formulou-se a ideia das plenárias das Casas de Saber, reunindo os participantes das Rodas . As plenárias seriam também o caminho para a construção da Carta de uma maneira participativa, envolvendo um grande número de participantes na sua elaboração. Coerente com estas decisões afirmou-se o princípio de que as Casas convidariam como expositoras (es) as (os)protagonistas das diversas lutas, ou seja militantes pensadoras(es), concretamente envolvidas (os) nas lutas dos povos.  

 Desta forma armou-se e foi se construindo o arcabouço metodológico do X FOSPA. Importante também ressaltar o papel, nesta construção, da Reunião Presencial do C.I., de 14 e 15 de Abril, que avaliou os encaminhamentos feitos até aquele momento e apontou pontos débeis na preparação do X FOSPA.  

A INCIDÊNCIA POLÍTICA  

No fim da tarde de 28 de julho de 2022, o X FOSPA arrancou por meio de uma marcha pelo centro de Belém, com mais de cinco mil participantes. A passeata, a maior realizada na cidade, nos últimos anos, mesclou a defesa dos povos originais e comunidades tradicionaiscom a luta das mulheres, outros movimentos e palavras de ordem de rechaço ao atualgoverno brasileiro. Na praça, durante a cerimônia de abertura, fizeram-se presentesrepresentações culturais de todos os países pan-amazônicos, num ato de unidade e luta.  

A Marcha de Abertura, embora tenha sido um dos pontos altos do Fórum, não foi o único momento de forte incidência política do X FOSPA. Os grandes eventos, realizados no Auditório Benedito Nunes como o Tribunal de Defesa da Natureza; o Tribunal de Ética em defesa dos Corpos e territórios das mulheres amazônicas e Andinas; o Ato em Homenagem aos Mártires da Amazônia, bem como o lançamento da Frente Parlamentar Global pelos Direitos da Natureza e a emocionante projeção do filme “Pisando a TerraSuavemente”foram momentos de grande impacto, que fortaleceram o FOSPA como um espaço produtor de ações políticas com alta ressonância.  

As VIVÊNCIAs  

Certamente um dos pontos altos do X FOSPA foram os encontros, as trocas, as articulações geradas não somente nas Casas de Saberes mas também nas Tendas e Oficinas autogestionadas. Estes encontros foram potencializados pela representatividade amazônica do X FOSPA, onde quilombolas, guerreiras mulheres, ribeirinhas (os), de diversas nacionalidades, numa grande amostra da diversidade pan-amazônica, teceram efetivamente o esperançar das Amazônias. Neste aspecto, destaque deve ser dado para a presençafeminina representada na Casa de Resistência Feminista, no Tribunal de Mulheres e nas inúmeras atividades, autogestionadas e lançamentos de agendas das mulheres da região e marchas.  

O que reforçou a iniciativa de ação das mulheres "Corpo e Territórios" e confirmou o acerto da exigência metodológica de paridade de gênero nas mesas das Rodas de Conversação e no processo do X FOSPA.  

As CASAs de sABEREs  

No geral, as Casas de Saberes foram espaços de exposições substantivas e ricos debates, no entanto, não conseguiram cumprir a contento o papel de estruturadores do edifício do X FOSPA. Das cinco Casas de Saberes, apenas a Casa da Mãe Terra realizou as duas plenárias previstas. A Casa da Resistência das Mulheres realizou uma consolidando a discussão dos painéis de trabalho da casa e aprovou texto que foi levado comocontribuição para a carta. Já as outras três Casas não realizaram plenárias. Isto prejudicou o processo de construção da carta que resultou como obra do CI e não de umaparte expressiva dos participantes, muito embora, as (os) membras (os) do CI, naturalmente expressaram, no texto, as contribuições que recolheram nas múltiplasatividades que desenvolveram. A articulação com as atividades autogestionadas foidesigual, havendo casas que lograram um grau maior de conexão – geralmente em virtude de possuir um bom número organizadores sediados no Brasil- e outras nem tanto.  

TENDAs E OFICINAs AUTOGEsTIONADAs  

Com grande visibilidade concentradas que estavam em pontos definidos do territórioas tendas e oficinas tiveram um grande público e contribuíram positivamente para o X FOSPA ser capaz de cobrir uma vasta gama de temas do mundo amazônico, incluindo a educação e saberes populares, a vivência indígena em contexto urbano, a economia solidária, a espiritualidade, o combate ao fundamentalismo e a solidariedade com povos nãoamazônicos. Ainda que – devido ao grande número- tenham, por diversas vezes, se superposto à programação das Casas de Saberes, as atividades autogestionadas comprovaram mais uma vez sua importância para fazer do Fórum um espaço para onde convirjam todas as experiências, nos mais diversos campos, das resistências amazônicas e da construção do bem-viver.  

PROGRAMAÇÃO CULTURAL  

A programação cultural enfrentou o desafio de não ser apenas um entretenimento no Fórum, mas, sim, um conjunto de atividades que expressasse diversas formas de expressão e resistência de nossos povos. Da apresentação de cantos e danças de povos indígenas e negros de vários países pan-amazônicos, na Cerimônia de Abertura à diversas manifestações da Amazônia brasileira, a programação cultural, no palco central e no espaço do Mirante das Autogestionadas foi plural e democrática, garantindo espaço a diversos grupos culturais provindos das comunidades e periferias urbanas.  

Afora, os palcos, a programação cultural incluiu o Cineclube Pan-Amazônico e foi responsável pela projeção do longa-metragem “Pisando a Terra Suavemente” e do debate a seguir com Aílton Krenak, Katia Gavião e outras lideranças indígenas, o que foi seguramente um dos momentos mais emocionantes do X FOSPA.  

COMUNICAÇÃO  

Apesar das tensões iniciais, a solução encontrada de trabalho articulado de dois sites – um deles o histórico e o outro voltado para a décima edição, funcionou, permitindo atuar de forma coordenada. Na parte de responsabilidade da Secretaria Executiva, o site"fospabelem", foi um instrumento fundamental, não só no aspecto noticioso, auxiliado de forma eficiente pelo Instagram, mas também na organização das inscrições dosparticipantes, tendas e atividades autogestionadas.  

Durante o evento, o trabalho de comunicação desdobrou-se também numa assessoria de imprensa que ajudou em muito na alta visibilidade do X FOSPA nos meios de comunicação locais e estabeleceu colaboração com jornalistas de diversos movimentos sociais e redesbrasileiras.  

Participaram, de forma independente na divulgação e cobertura do X FOSPA, diversas redes alternativas de comunicação bem como iniciativas como a Rádio FOSPA que funcionou no território da UFPA durante os quatro dias do evento.  

OUTRAs ATIVIDADEs  

O X FOSPA foi também palco de experiências bem sucedidas, como a Rádio FOSPA, que funcionou, no território, durante os quatro dias do evento, a Feira de Economia Solidária que além de oferecer livros, artesanato, alimentação e produtos alimentícios realizou cursos e debates. Além disso, tivemos atividades paralelas, como o Curso de Jornalismo de Dados e a Segunda Assembleia Mundial pela Amazônia, esta última com a participação de mais de 500 pessoas, fazendo do X FOSPA um real centro de convergência das lutas e articulações pan-amazônicas.  

NO CAMINHO DO XI FOsPA  

Realizado no período imediatamente posterior à pandemia, sendo que no Brasil, estes efeitos foram notavelmente agravados por um governo genocida, a realização do X FOSPA foi um notável desafio, enfrentando diversos obstáculos, como a dificuldade de engajar a quantidade necessária de militantes/ voluntárias (os) na sua preparação, prejudicando em diversos aspectos seu funcionamento.  

No entanto, sem dúvida, sua realização pode ser retratada como um grande êxito, visto tanto pelo evento em si como pelo processo que o construiu. Seus pontos fortes estão no caminho amplo e democrático de construção do seu formato, capaz de incorporar um conjunto de articulações e redes que atuam na Pan Amazônia, avançando, concretamente na unidade dos povos e organizações panamazônicas. Conjugado com isto a preparação propriamente dita, com os Pré-Fóruns, as reuniões das Iniciativas de Ação e reuniões preparatórias que ampliaram o raio de ação do FOSPA, haja visto a incorporação do Suriname, aumentaram sua capilaridade e em alguns países proporcionaram a recomposição do movimento social.  

O X FOSPA foi também um evento potente, com repercussão política e social, fortalecendo lutas e movimentos, impulsionando ideias como os direitos da natureza, propostas como as Assembléias da Terra e proporcionando rearticulações como o das Universidades Públicas da Pan-Amazônia. Por fim, a sua carta – a Declaração Pan Amazônica de Belém- apesar da maneira extrema como foi escrita é um documento bastante abrangente e atual, sistematizando problemas, urgências e propostas dos povos amazônicos.  

Apesar de tudo isto é preciso reconhecer que foi um encontro ainda mais marcado pelos diagnósticos do que pelas propostas e que do ponto de vista metodológico é preciso encontrar um formato que contemple toda a diversidade dos mundos pan-amazônicos sem que isto dificulte a construção de sínteses que permitam avançar a unificação concreta das lutas. São desafios que passamos a enfrentar desde agora quando damos início à construção do XI FOSPA.  

Belém/pará, 25 de agosto de 2022  

 

 ESPANOL

BALANCE X FOsPA

PRODUCCIÓN Y ESCRITURA COLECTIVA DE TEXTOS  

Esta publicación fue aprobada en el encuentro nacional de FOSPA Brasil, realizado el 12 de agosto de 2022. Es el resultado de un amplio proceso de debates, diálogos, reflexiones y escritos, realizado en diferentes espacios: encuentros, plenarios, articulaciones y políticas incidencias, todas tejidas en el período de 2021 a 2022, antes, durante y después de la Décima Edición del Foro Social Panamazónico en Belém, Pará.   

FOSPA BELÉM ORGANIZACIÓN: Secretaría Ejecutiva Secretaría Operativa Comités Locales. IDENTIDAD VISUAL del X FOsPA BELÉM Arthur Leite Letícia Nunes Lucas Negrão Nícia Salimos Maquetación creativa y diagramación Celleny Servitta   

BALANCE X FOsPA  

El X Foro Social Panamazónico fue un evento/proceso notable, que ciertamente contribuyó significativamente al avance, articulación y unificación de las luchas de los pueblos amazónicos. Desde ya, queremos dejar constancia de nuestro agradecimiento a todos los que contribuyeron y participaron activamente en su realización. Los números X FOSPA prueban su importancia. Contamos con la presencia de 15 mil personas en los 04 días de actividades, es decir, en términos numéricos, el segundo FOSPA más grande de la historia, con la participación de delegaciones o representantes de ocho de los nueve países panamazónicos, con la única excepción de la República Cooperativa de Guyana. En el caso de la Amazonía brasileña, contamos con la presencia de todos los estados: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins y Mato Grosso.  

También fue el FOSPA con el mayor número de actividades preparatorias, precedido por los Pre-Foros en Venezuela, Bolivia, Perú, Colombia, Guayana Francesa, Ecuador, varias reuniones previas en Brasil y las reuniones de iniciativa de acción. Estos Pre-Foros y encuentros previos no solo sirvieron para preparar los temas y las delegaciones, sino que en muchos casos ayudaron en la recomposición y rearticulación de los movimientos amazónicos en cada país.  

Además, cabe mencionar las caravanas. Una de las más antiguas tradiciones del Foro Social Panamazónico, las caravanas por tierra, aire y ríos, representan la participación organizada de un país, una región, un territorio de uno o más movimientos sociales. Para el X FOSPA contamos con caravanas internacionales de Venezuela, Colombia, Bolivia y la caravana unificada de Guayana Francesa, Surinam y el estado de Amapá. También tuvimos varias caravanas que se trasladaron a Belém desde el interior de Brasil como Santarém, Rondônia, Maranhão y otros puntos, trayendo delegaciones y representaciones de pueblos indígenas de Brasil y de países miembros del FOSPA como los Kaapor, Tembés; Kumaruara, Arara, Yanomami y Kayapós, así como todos los Comités Locales del FOSPA. Proceso del Foro Social Panamazónico deja fortalecido al X FOSPA,  

Más allá de los números, el X FOSPA representó una reanudación del movimiento social en Brasil, precedida por la histórica victoria electoral en Colombia y la extraordinaria huelga de masas en Ecuador. Después de dos años de pandemia y casi cuatro años de un gobierno de extrema derecha, con el crecimiento del hambre, la miseria, la destrucción ambiental, los ataques a los territorios y los defensores de los Derechos Humanos, el X FOSPA, por su dimensión y profundidad, representó un viento de esperanza, verdadera trinchera, punto de reaglutinación de los sueños de los pueblos amazónicos.  

EL CAMINO METODOLÓGICO  

Desde que se presentó la candidatura de Belém, a través de la sección “Tejiendo Esperanza en la Amazonía”, el Comité FOSPA - Brasil insistió en un concepto que combinaba la necesidad de la incidencia política con un amplio proceso preparatorio, con el objetivo de acercar todas las corrientes, articulaciones, experiencias , que tienen lugar en la PanAmazônia, haciendo del X FOSPA un estuario de las fuerzas vivas que se mueven en la región. Asimismo, postuló la centralidad de nuestra región en el mapa mundial, insistiendo en el diálogo entre la Panamazonía y el movimiento global para frenar el cambio climático.  

La frase del título del folleto de la aplicación expresaba la síntesis de estos objetivos. El punto de partida fue el “Encuentro Conocimiento de la Amazonía y Cambio Climático”, realizado en octubre de 2021, en Belém, como lanzamiento del X FOSPA. El encuentro de representantes de la sabiduría ancestral, custodiada por la selva, con científicos e investigadores (es) demostró ser potente y sirvió para propagar FOSPA. Asimismo, la carta firmada en la reunión y leída en Glasgow, junto con la presencia de los participantes del Encuentro de Saberes, durante la COP-26, sirvió para dinamizar el Foro y consolidar alianzas, como con AMA, REPAM y otros socios.  

Después de Glasgow, se inició una rica discusión sobre el formato del Foro, que confluyó en la idea de las Casas de Saberes, como centro neurálgico del X FOSPA, nutrido estructuralmente por iniciativas de acción, y aportes de diversos colectivos panameños, a través de las Rodas de Conversación, integradas por líderes de luchas sociales, con paridad de género ya la vez contactadas con actividades autogestionadas, en forma de talleres o carpas. Este formato se consolidó en el Encuentro Panamazónico Virtual de febrero de 2022.  

Esta iniciativa sin precedentes, que contó con la participación de más de 50 entidades y organizaciones activas en la Panamazonía, consolidó el papel del X FOSPA como centro aglutinador y propagador de la resistencia amazónica. En este proceso, los aportes de CI-FOSPA, iniciativas de acción y AMA enfatizaron la necesidad de un FOSPA que apuntara más a propuestas que a diagnósticos. En el caso del CI, también reforzó la importancia del X FOSPA para generar y/o reforzar iniciativas de acción y campañas de lucha que ya existen en el proceso FOSPA desde su institucionalización en 2017 en el VIII FOSPA de Tarapoto (Perú).  

Fruto de esta matriz se formuló la idea de los plenos de las Casas de Saber, reuniendo a los participantes de las Rodas. Las sesiones plenarias serían también la forma de construir la Carta de manera participativa, involucrando a un gran número de participantes en su elaboración. Consecuente con estas decisiones, se afirmó el principio de que las Casas invitarían como expositores a los protagonistas de las diversas luchas, es decir, pensadores militantes, concretamente involucrados en las luchas de los pueblos.  

 De esta forma se construyó y construyó el marco metodológico del X FOSPA. También es importante destacar el papel, en esta construcción, de la Reunión Presencial del CI, los días 14 y 15 de abril, que evaluó los referidos realizados hasta ese momento y señaló puntos débiles en la elaboración del X FOSPA.  

LA INCIDENCIA POLÍTICA  

En horas de la tarde del 28 de julio de 2022, el X FOSPA arrancó a través de una marcha por el centro de Belém, con más de cinco mil participantes. La marcha, la mayor realizada en la ciudad en los últimos años, mezcló la defensa de los pueblos originarios y comunidades tradicionales con la lucha de las mujeres, otros movimientos y consignas de rechazo al actual gobierno brasileño. En la plaza, durante el acto inaugural, estuvieron presentes representaciones culturales de todos los países panamazónicos, en un acto de unidad y lucha.  

La Marcha de Apertura, si bien fue uno de los momentos más destacados del Foro, no fue el único momento de fuerte incidencia política del X FOSPA. Grandes eventos, realizados en el Auditorio Benedito Nunes, como el Tribunal de Defensa de la Naturaleza; el Tribunal de Ética en defensa de los cuerpos y territorios de las mujeres amazónicas y andinas; el Acto en Homenaje a los Mártires de la Amazonía, así como el lanzamiento del Frente Parlamentario Mundial por los Derechos de la Naturaleza y la emocionante proyección de la película “Pisando la Tierra Suavemente” fueron momentos de gran impacto, que fortalecieron al FOSPA como un espacio para acciones políticas con alta resonancia.  

LAS EXPERIENCIAS  

Sin duda uno de los destaques del X FOSPA fueron los encuentros, intercambios y articulaciones que se generaron no solo en las Casas de Saberes sino también en las Carpas y Talleres autogestionados. Estos encuentros fueron potenciados por la representación amazónica del X FOSPA, donde quilombolas, mujeres guerreras, rivereñas (las) de distintas nacionalidades, en una amplia muestra de la diversidad panamazónica, tejieron efectivamente la esperanza de las amazonas. En este aspecto, cabe destacar la presencia femenina representada en la Casa de Resistencia Feminista, en el Tribunal de la Mujer y en las numerosas actividades autogestionadas y lanzamientos de agendas de mujeres de la región y marchas.  

Esto reforzó la iniciativa de acción de mujeres “Cuerpo y Territorios” y confirmó la adecuación de la exigencia metodológica de paridad de género en las Mesas de Conversación y en el proceso del X FOSPA.  

LAS CASAS DEL SABER  

En general, las Casas de Saberes fueron espacios de sustantivas exposiciones y ricos debates, sin embargo, no lograron cumplir el rol de estructurar el edificio del X FOSPA. De las cinco Casas de Saberes, sólo la Casa da Mãe Terra realizó las dos sesiones plenarias previstas. La Casa de la Resistencia de las Mujeres realizó una reunión consolidando la discusión de las mesas de trabajo de la Cámara y aprobó un texto que se tomó como aporte a la carta. Las otras tres Cámaras no celebraron sesiones plenarias. Esto dificultó el proceso de construcción de la carta, que resultó en el trabajo del CI y no de una parte expresiva de los participantes, aunque los miembros del CI expresaron naturalmente, en el texto, los aportes que recogieron en las múltiples actividades que desarrollaron. La articulación con las actividades autogestionarias fue desigual,  

CARPAS Y TALLERES AUTOGESTIONADOS  

Con gran visibilidad concentrada en puntos definidos del territorio, las carpas y talleres contaron con una amplia audiencia y contribuyeron positivamente a que el X FOSPA pudiera abarcar una amplia gama de temas del mundo amazónico, incluyendo la educación y saberes populares, la experiencia indígena en un economía solidaria urbana, espiritualidad, lucha contra el fundamentalismo y solidaridad con los pueblos no amazónicos. Si bien -por su gran número- han superpuesto en varias ocasiones la programación de las Casas de Saberes, las actividades autogestionadas han vuelto a demostrar su importancia para hacer del Foro un espacio donde confluyen todas las experiencias, en los más diversos campos, de las resistencias amazónicas y de la construcción del bienestar.  

PROGRAMACIÓN CULTURAL  

La programación cultural enfrentó el desafío de no ser sólo un entretenimiento en el Foro, sino un conjunto de actividades que expresaran las diferentes formas de expresión y resistencia de nuestros pueblos. Desde la presentación de cantos y danzas de indígenas y negros de varios países panamazónicos, en la Ceremonia de Apertura hasta las diversas manifestaciones de la Amazonía brasileña, el programa cultural, en el escenario central y en el espacio Mirante das Autogestionadas, fue plural. y democrático, garantizando espacio a los diferentes grupos culturales de las comunidades y periferias urbanas.  

Además de los escenarios, la programación cultural contó con el Cineclub Panamazónico y fue responsable por la proyección del largometraje “Pisando a Tierra Suavemente” y el debate que siguió con Aílton Krenak, Katia Gavião y otros líderes indígenas, que sin duda fue un de los momentos más emocionantes del X FOSPA.  

COMUNICACIÓN  

A pesar de las tensiones iniciales, la solución encontrada al trabajar juntos en dos sitios, uno histórico y otro centrado en la décima edición, funcionó, lo que permitió una acción coordinada. En la parte de responsabilidad de la Secretaría Ejecutiva, el sitio web “fospabelem” fue un instrumento fundamental, no solo en el aspecto informativo, ayudado eficientemente por Instagram, sino también en la organización del registro de participantes, carpas y actividades autogestionadas.  

Durante el evento, el trabajo de comunicación también se desarrolló en una oficina de prensa que ayudó mucho en la alta visibilidad de X FOSPA en los medios locales y estableció colaboración con periodistas de varios movimientos sociales y redes brasileñas.  

Varias redes de comunicación alternativa participaron, de forma independiente en la difusión y cobertura del X FOSPA, además de iniciativas como Rádio FOSPA, que operó en el territorio de la UFPA durante los cuatro días del evento.  

Otras actividades  

El X FOSPA también fue escenario de experiencias exitosas, como Radio FOSPA, que operó en el territorio, durante los cuatro días del evento, la Feria de Economía Solidaria que, además de ofrecer libros, artesanías, alimentos y productos alimenticios, realizó cursos y debates. Además, tuvimos actividades paralelas, como el Curso de Periodismo de Datos y la Segunda Asamblea Mundial por la Amazonía, esta última con la participación de más de 500 personas, convirtiendo al X FOSPA en un verdadero centro de convergencia de luchas y luchas panamazónicas. articulaciones.  

EN EL CAMINO DEL XI FOsPA  

Realizado en el período inmediatamente posterior a la pandemia, y en Brasil, estos efectos fueron notablemente exacerbados por un gobierno genocida, la realización del X FOSPA fue un desafío notable, enfrentándose a varios obstáculos, como la dificultad de involucrar el número necesario de militantes/voluntarios ( os) en su elaboración, perjudicando su funcionamiento en varios aspectos.  

Sin embargo, sin duda, su realización se puede caracterizar como un gran éxito, visto tanto por el evento en sí como por el proceso que lo construyó. Sus fortalezas radican en el camino amplio y democrático de construcción de su formato, capaz de incorporar un conjunto de articulaciones y redes que trabajen en la Panamazonía, avanzando, concretamente, en la unidad de los pueblos y organizaciones panamazónicas. Aunado a esto, la propia preparación, con los Pre-Foros, las reuniones de Iniciativas de Acción y reuniones preparatorias que ampliaron el campo de acción del FOSPA, al haber visto la incorporación de Surinam, aumentó su capilaridad y en algunos países propició la recomposición del tejido social. movimienot.  

El X FOSPA fue también un evento potente, con repercusiones políticas y sociales, fortaleciendo luchas y movimientos, impulsando ideas como los derechos de la naturaleza, propuestas como las Asambleas de la Tierra y brindando rearticulaciones como la de las Universidades Públicas Panamazónicas. Finalmente, su carta, la Declaración Panamazónica de Belém, a pesar de la forma extrema en que fue escrita, es un documento muy completo y actual, que sistematiza problemas, urgencias y propuestas de los pueblos amazónicos.  

A pesar de todo esto, es necesario reconocer que fue un encuentro aún más marcado por los diagnósticos que por las propuestas y que desde el punto de vista metodológico es necesario encontrar un formato que contemple toda la diversidad de los mundos panamazónicos sin esto dificulta la construcción de síntesis que permitan avanzar en la unificación concreta de las luchas. Son desafíos que venimos enfrentando desde ahora que iniciamos la construcción del XI FOSPA.  

Belém/Pará, 25 de agosto de 2022 

 

FRANCAIS 

BILAN X FOSPA

PRODUCTION COLLECTIVE DE TEXTE et rédaction  

Cette publication a été approuvée lors de la réunion nationale de FOSPA Brésil, tenue le 12 août 2022. Elle est le résultat d'un large processus de débats, dialogues, réflexions et écrits, menés dans différents espaces : réunions, séances plénières, articulations et politiques incidences, toutes tissées dans la période de 2021 à 2022, avant, pendant et après la dixième édition du Forum social panamazonien à Belém, Pará.   

FOSPA BELÉM ORGANISATION : Secrétariat Exécutif Secrétariat Opérationnel Comités Locaux. IDENTITÉ VISUELLE du X FOsPA BELÉM Arthur Leite Letícia Nunes Lucas Negrão Nícia Salimos MISE EN PAGE CRÉATIVE ET SCHÉMA Celleny Servitta   

BILAN X OFSPA  

Le Xe Forum social panamazonien a été un événement/processus remarquable, qui a certainement contribué de manière significative à l'avancement, à l'articulation et à l'unification des luttes des peuples amazoniens. Dès maintenant, nous tenons à exprimer notre gratitude à tous ceux qui ont contribué et participé activement à sa réalisation. Les numéros X FOSPA prouvent son importance. Nous avons eu la présence de 15 mille personnes dans les 04 jours d'activités, soit, en termes numériques, le deuxième plus grand FOSPA de l'histoire, avec la participation de délégations ou de représentants de huit des neuf pays panamazoniens, à la seule exception de la République Coopérative de Guyane. Dans le cas de l'Amazonie brésilienne, nous avions la présence de tous les États - Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins et Mato Grosso.  

C'est aussi la FOSPA avec le plus grand nombre d'activités préparatoires, précédées par les Pré-Forums au Venezuela, en Bolivie, au Pérou, en Colombie, en Guyane française, en Équateur, plusieurs réunions précédentes au Brésil et les réunions d'initiative d'action. Ces Pré-Forums et rencontres précédentes ont non seulement servi à préparer les thèmes et les délégations, mais dans de nombreux cas ils ont aidé à la recomposition et à la réarticulation des mouvements amazoniens dans chaque pays.  

De plus, les caravanes méritent d'être mentionnées. Une des plus anciennes traditions du Forum Social Panamazonien, les caravanes par terre, air et fleuves, représentent la participation organisée d'un pays, d'une région, d'un territoire à un ou plusieurs mouvements sociaux. Pour le X FOSPA, nous avons eu des caravanes internationales du Venezuela, de Colombie, de Bolivie et la caravane unifiée de la Guyane française, du Suriname et de l'état d'Amapá. Nous avons également eu plusieurs caravanes qui se sont déplacées vers Belém depuis l'intérieur du Brésil comme Santarém, Rondônia, Maranhão et d'autres points, amenant des délégations et des représentations de peuples autochtones du Brésil et des pays membres de la FOSPA comme le Kaapor, Tembés ; Kumaruara, Arara, Yanomami et Kayapós, ainsi que tous les Comités Locaux FOSPA. Le processus du Forum social panamazonien laisse le X FOSPA plus fort,  

Au-delà des chiffres, le X FOSPA a représenté une reprise du mouvement social au Brésil, précédée par la victoire électorale historique en Colombie et l'extraordinaire grève de masse en Équateur. Après deux ans de pandémie et près de quatre ans de gouvernement d'extrême droite, avec la croissance de la faim, de la misère, de la destruction de l'environnement, des attaques contre les territoires et les défenseurs des droits de l'homme, le X FOSPA, de par sa dimension et sa profondeur, a représenté un vent d'espoir, véritable tranchée, point de réagglutination des rêves des peuples amazoniens.  

LE CHEMINEMENT MÉTHODOLOGIQUE  

Depuis la présentation de la candidature de Belém, à travers la rubrique « Tisser l'espoir dans les Amazones », le Comité FOSPA - Brésil a insisté sur un concept qui combinait la nécessité d'un plaidoyer politique avec un large processus préparatoire, visant à rapprocher tous les courants, articulations, expérimentations , qui se déroulent dans la PanAmazonie, faisant du X FOSPA un estuaire des forces vives qui se déplacent dans la région. De même, il a postulé la centralité de notre région sur la carte du monde, insistant sur le dialogue entre la Pan-Amazonie et le mouvement mondial pour stopper le changement climatique.  

La phrase titre du dossier de candidature exprimait la synthèse de ces objectifs. Le point de départ a été le « Amazon Knowledge and Climate Change Meeting », qui s'est tenu en octobre 2021, à Belém, en guise de lancement du X FOSPA. La rencontre des représentants de la sagesse ancestrale, gardée par la forêt, avec des scientifiques et des chercheurs (es) s'est avérée puissante et a servi à propager FOSPA. De même, la lettre signée lors de la réunion et lue à Glasgow, ainsi que la présence des participants de la Rencontre des Savoirs, lors de la COP-26, ont servi à dynamiser le Forum et à consolider les alliances, comme avec AMA, REPAM et d'autres partenaires.  

Après Glasgow, une riche discussion s'est engagée sur le format du Forum, qui a convergé vers l'idée des Casas de Saberes, comme centre névralgique du X FOSPA, structurellement nourri par des initiatives d'action, et des contributions de divers collectifs panaméens, à travers les Rodas de Conversation, composées de leaders de luttes sociales, à parité hommes-femmes et en même temps contactées avec des activités auto-organisées, sous forme d'ateliers ou de tentes. Ce format a été consolidé lors de la Rencontre panamazonienne virtuelle de février 2022.  

Cette initiative sans précédent, qui comptait sur la participation de plus de 50 entités et organisations actives dans la Panamazonie, a consolidé le rôle du X FOSPA en tant que centre fédérateur et propagateur de la résistance amazonienne. Dans ce processus, les contributions du CI-FOSPA, des initiatives d'action et de l'AMA ont mis l'accent sur la nécessité d'un FOSPA davantage orienté vers des propositions que vers des diagnostics. Dans le cas du CI, cela a également renforcé l'importance du X FOSPA pour générer et/ou renforcer les initiatives d'action et les campagnes de lutte qui existent déjà dans le processus FOSPA depuis son institutionnalisation en 2017 dans le VIII FOSPA de Tarapoto (Pérou).  

À la suite de cette matrice, l'idée des sessions plénières des Casas de Saber a été formulée, réunissant les participants des Rodas. Les séances plénières seraient aussi le moyen de construire la Charte de manière participative, impliquant un grand nombre de participants à son élaboration. Conformément à ces décisions, le principe a été affirmé que les Maisons inviteraient les protagonistes des différentes luttes en tant qu'exposants, c'est-à-dire des penseurs militants, concrètement impliqués dans les luttes des peuples.  

 Ainsi, le cadre méthodologique du X FOSPA a été construit et construit. Il est également important de souligner le rôle, dans cette construction, de la Réunion Individuelle du CI, les 14 et 15 avril, qui a évalué les saisines faites jusqu'alors et pointé les points faibles dans la préparation du X FOSPA.  

L'INCIDENCE POLITIQUE  

En fin d'après-midi du 28 juillet 2022, le X FOSPA a démarré par une marche dans le centre de Belém, avec plus de cinq mille participants. La marche, la plus importante organisée dans la ville ces dernières années, a mélangé la défense des peuples d'origine et des communautés traditionnelles avec la lutte des femmes, d'autres mouvements et des slogans rejetant l'actuel gouvernement brésilien. Sur la place, lors de la cérémonie d'ouverture, des représentations culturelles de tous les pays panamazoniens étaient présentes, dans un acte d'unité et de lutte.  

La Marche d'Ouverture, bien qu'elle ait été l'un des temps forts du Forum, n'a pas été le seul moment de forte influence politique du X FOSPA. Des événements majeurs, organisés à l'Auditorium Benedito Nunes, tels que le Tribunal de Défense de la Nature ; le Tribunal d'éthique pour la défense des corps et des territoires des femmes amazoniennes et andines ; l'Acte en Hommage aux Martyrs de l'Amazonie, ainsi que le lancement du Front Parlementaire Mondial pour les Droits de la Nature et la projection passionnante du film "Treading the Earth Suavemente" ont été des moments de grand impact, qui ont renforcé la FOSPA en tant que espace pour des actions politiques à haute résonance.  

LES EXPÉRIENCES  

L'un des temps forts du X FOSPA a certainement été les rencontres, les échanges et les articulations générés non seulement dans les Casas de Saberes mais aussi dans les Tentes et Ateliers autogérés. Ces rencontres ont été potentialisées par la représentation amazonienne du X FOSPA, où les quilombolas, femmes guerrières, riveraines (les) de nationalités différentes, dans un large échantillon de diversité pan-amazonienne, ont effectivement tissé l'espoir des Amazones. Dans cet aspect, l'accent doit être mis sur la présence féminine représentée dans la Casa de Resistencia Feminista, dans le Tribunal des femmes et dans les nombreuses activités auto-organisées et lancements d'agendas pour les femmes dans la région et les marches.  

Cela a renforcé l'initiative d'action des femmes "Corps et Territoires" et a confirmé la justesse de l'exigence méthodologique de parité hommes-femmes dans les Tables Rondes de Conversation et dans le processus X FOSPA.  

LES MAISONS DE LA CONNAISSANCE  

En général, les Casas de Saberes étaient des espaces d'expositions de fond et de débats riches, cependant, elles n'étaient pas en mesure de remplir le rôle de structuration du bâtiment X FOSPA. Sur les cinq Casas de Saberes, seule la Casa da Mãe Terra a tenu les deux sessions plénières prévues. La Maison de la résistance des femmes a tenu une réunion consolidant la discussion des panneaux de travail de la Chambre et a approuvé un texte qui a été pris comme une contribution à la lettre. Les trois autres chambres n'ont pas tenu de sessions plénières. Cela a entravé le processus de construction de la lettre, qui a abouti au travail du CI et non d'une partie expressive des participants, bien que les membres du CI aient naturellement exprimé, dans le texte, les contributions qu'ils ont recueillies dans les multiples activités qu'ils ont développées. . L'articulation avec les activités autogérées était inégale,  

TENTES ET ATELIERS AUTOGÉRÉS  

Avec une grande visibilité concentrée dans des points définis du territoire, les tentes et les ateliers ont eu un large public et ont contribué positivement à ce que le X FOSPA puisse couvrir un large éventail de sujets du monde amazonien, y compris l'éducation et les connaissances populaires, l'expérience indigène dans un urbaine, économie solidaire, spiritualité, lutte contre l'intégrisme et solidarité avec les peuples non amazoniens. Bien que - en raison de leur grand nombre - elles aient, à plusieurs reprises, chevauché la programmation des Casas de Saberes, les activités auto-organisées ont une fois de plus prouvé leur importance pour faire du Forum un espace où convergent toutes les expériences, dans les formes les plus diverses champs, des résistances amazoniennes et de la construction du bien-être.  

PROGRAMMATION CULTURELLE  

Le programme culturel a relevé le défi de ne pas être seulement un divertissement au Forum, mais un ensemble d'activités qui expriment différentes formes d'expression et de résistance de nos peuples. De la présentation des chants et des danses des peuples indigènes et noirs de divers pays panamazoniens, lors de la cérémonie d'ouverture aux diverses manifestations de l'Amazonie brésilienne, le programme culturel, sur la scène centrale et dans l'espace Mirante das Autogestionadas, était pluriel et démocratique, garantissant un espace aux différents groupes culturels des communautés et des périphéries urbaines.  

Outre les scènes, le programme culturel comprenait la Cineclube panamazonienne et était responsable de la projection du long métrage "Pisando a Terra Suavemente" et du débat qui a suivi avec Aílton Krenak, Katia Gavião et d'autres dirigeants indigènes, qui était certainement un des moments les plus excitants du X FOSPA.  

LA COMMUNICATION  

Malgré les tensions initiales, la solution trouvée en travaillant ensemble sur deux chantiers, l'un historique et l'autre centré sur la dixième édition, a fonctionné, permettant une action coordonnée. Dans le cadre de la responsabilité du Secrétariat Exécutif, le site "fospabelem" a été un instrument fondamental, non seulement dans l'aspect de l'information, efficacement aidé par Instagram, mais aussi dans l'organisation de l'inscription des participants, des tentes et des activités autogérées.  

Pendant l'événement, le travail de communication s'est également déroulé dans un bureau de presse qui a beaucoup contribué à la grande visibilité de X FOSPA dans les médias locaux et a établi une collaboration avec des journalistes de divers mouvements sociaux et réseaux brésiliens.  

Plusieurs réseaux de communication alternatifs ont participé, de manière indépendante, à la diffusion et à la couverture du X FOSPA, ainsi que des initiatives telles que Rádio FOSPA, qui a opéré sur le territoire de l'UFPA pendant les quatre jours de l'événement.  

D'autres activités  

X FOSPA a également été le théâtre d'expériences réussies, comme Radio FOSPA, qui a opéré sur le territoire, pendant les quatre jours de l'événement, le Salon de l'économie solidaire qui, en plus de proposer des livres, de l'artisanat, de l'alimentation et des produits alimentaires, a organisé des stages et débats. De plus, nous avons eu des activités parallèles, telles que le cours de journalisme de données et la deuxième assemblée mondiale pour l'Amazonie, cette dernière avec la participation de plus de 500 personnes, faisant du X FOSPA un véritable centre de convergence des luttes panamazoniennes et articulations.  

SUR LE CHEMIN DE LA XI FOsPA  

Tenu dans la période qui a immédiatement suivi la pandémie, et au Brésil, ces effets ont été notamment exacerbés par un gouvernement génocidaire, la tenue du X FOSPA a été un défi notable, confronté à plusieurs obstacles, tels que la difficulté d'engager le nombre nécessaire de militants/volontaires ( os) dans sa préparation, nuisant à son fonctionnement sous plusieurs aspects.  

Cependant, sans aucun doute, son accomplissement peut être décrit comme un grand succès, vu à la fois par l'événement lui-même et par le processus qui l'a construit. Ses forces résident dans la voie large et démocratique de construction de son format, capable d'incorporer un ensemble d'articulations et de réseaux qui fonctionnent dans la PanAmazonie, avançant, concrètement, dans l'unité des peuples et des organisations panamazoniennes. Combiné à cela, la préparation elle-même, avec les Pré-Forums, les réunions d'initiatives d'action et les réunions préparatoires qui ont élargi le champ d'action de la FOSPA, ayant vu l'incorporation du Suriname, augmenté sa capillarité et dans certains pays ont permis la recomposition du tissu social mouvement.  

Le X FOSPA a également été un événement puissant, avec des répercussions politiques et sociales, renforçant les luttes et les mouvements, promouvant des idées telles que les droits de la nature, des propositions telles que les Assemblées de la Terre et apportant des réarticulations telles que celle des Universités Publiques Panamazoniennes. Enfin, votre lettre – la Déclaration panamazonienne de Belém – malgré la manière extrême dont elle a été rédigée, est un document très complet et actuel, systématisant les problèmes, les urgences et les propositions des peuples amazoniens.  

Malgré tout cela, il faut reconnaître que ce fut une rencontre encore plus marquée par les diagnostics que par les propositions et que du point de vue méthodologique il faut trouver un format qui contemple toute la diversité des mondes panamazoniens sans ce qui entrave la construction de synthèses permettant de faire avancer l'unification concrète des luttes. Ce sont des défis auxquels nous sommes confrontés depuis le début de la construction du XI FOSPA.  

Belém/Pará, le 25 août 2022   

 

 ENGLISH

ASSESSMENT   X FOsPA

COLLECTIVE TEXT PRODUCTION and writing  

This publication was approved at the national meeting of FOSPA Brazil, held on August 12, 2022. It is the result of a broad process of debates, dialogues, reflections and writings, carried out in different spaces: meetings, plenary sessions, articulations and political incidences, all woven in the period from 2021 to 2022, before, during and after the Tenth Edition of the Pan-Amazon Social Forum in Belém, Pará.   

FOSPA BELÉM ORGANIZATION: Executive Secretariat Operative Secretariat Local Committees. VISUAL IDENTITY of the X FOsPA BELÉM Arthur Leite Letícia Nunes Lucas Negrão Nícia Salimos CREATIVE LAYOUT AND DIAGRAMING Celleny Servitta   

BALANCE SHEET X FOsPA  

The X Pan-Amazonian Social Forum was a remarkable event/process, which certainly contributed significantly to the advancement, articulation and unification of the struggles of the Amazonian peoples. From now on, we want to record our gratitude to everyone who contributed and actively participated in its realization. The X FOSPA numbers prove its importance. We had the presence of 15 thousand people in the 04 days of activities, that is, in numerical terms, the second largest FOSPA in history, with the participation of delegations or representatives of eight of the nine Pan-Amazonian countries, with the only exception of the Cooperative Republic of Guyana. In the case of the Brazilian Amazon, we had the presence of all states - Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins and Mato Grosso.  

It was also FOSPA with the largest number of preparatory activities, preceded by the Pre-Forums in Venezuela, Bolivia, Peru, Colombia, French Guiana, Ecuador, several previous meetings in Brazil and the action initiative meetings. These Pre-Forums and previous meetings not only served to prepare the themes and the delegations, but in many cases they helped in the recomposition and rearticulation of the Amazonian movements in each country.  

In addition, the caravans are worth mentioning. One of the oldest traditions of the Pan-Amazonian Social Forum, the caravans by land, air and rivers, represent the organized participation of a country, a region, a territory of one or more social movements. For the X FOSPA, we had international caravans from Venezuela, Colombia, Bolivia, and the unified caravan from French Guiana, Suriname and the state of Amapá. We also had several caravans that moved to Belém from the interior of Brazil such as Santarém, Rondônia, Maranhão and other points, bringing delegations and representations of indigenous peoples from Brazil and from FOSPA member countries such as the Kaapor, Tembés; Kumaruara, Arara, Yanomami and Kayapós, as well as all FOSPA Local Committees. The Pan-Amazonian Social Forum process leaves the X FOSPA stronger,  

Beyond the numbers, the X FOSPA represented a resumption of social movement in Brazil, preceded by the historic electoral victory in Colombia and the extraordinary mass strike in Ecuador. After two years of a pandemic and almost four years of a far-right government, with the growth of hunger, misery, environmental destruction, attacks on territories and defenders of Human Rights, the X FOSPA, due to its dimension and depth, represented a wind of hope, a true trench, a point of re-agglutination of the dreams of the Amazonian peoples.  

THE METHODOLOGICAL PATH  

Since the nomination of Belém was presented, through the section “Weaving Hope in the Amazons”, the FOSPA - Brazil Committee insisted on a concept that combined the need for political advocacy with a broad preparatory process, aimed at bringing all currents, articulations, experiments, that take place in the PanAmazônia, making the X FOSPA an estuary of the living forces that move in the region. Likewise, he postulated the centrality of our region on the world map, insisting on the dialogue between the Pan-Amazon and the global movement to stop climate change.  

The title phrase of the application booklet expressed the synthesis of these objectives. The starting point was the "Amazon Knowledge and Climate Change Meeting", held in October 2021, in Belém, as a launch of the X FOSPA. The meeting of representatives of ancestral wisdom, guarded by the forest, with scientists and researchers (es) proved to be potent and served to propagate FOSPA. Likewise, the letter signed at the meeting and read in Glasgow, together with the presence of participants of the Meeting of Knowledges, during COP-26, served to boost the Forum and consolidate alliances, as with AMA, REPAM and others partners.  

After Glasgow, a rich discussion began on the format of the Forum, which converged to the idea of ​​the Casas de Saberes, as the nerve center of the X FOSPA, structurally nourished by action initiatives, and contributions from various Panamanian collectives, through the Rodas de Conversation, composed of leaders of social struggles, with gender parity and at the same time contacted with self-organized activities, in the form of workshops or tents. This format was consolidated at the Virtual Pan-Amazonian Meeting of February 2022.  

This unprecedented initiative, which counted on the participation of more than 50 entities and organizations active in the Pan-Amazon, consolidated the X FOSPA's role, as a center that unites and propagates Amazonian resistance. In this process, contributions from CI-FOSPA, action initiatives and AMA emphasized the need for a FOSPA that would point more towards proposals than diagnoses. In the case of the IC, it also reinforced the importance of the X FOSPA to generate and/or reinforce action initiatives and campaigns of struggle that already exist in the FOSPA process since its institutionalization in 2017 in the VIII FOSPA of Tarapoto (Peru).  

As a result of this matrix, the idea of ​​the plenary sessions of the Casas de Saber was formulated, bringing together the participants of the Rodas. The plenary sessions would also be the way to build the Charter in a participatory manner, involving a large number of participants in its elaboration. Consistent with these decisions, the principle was affirmed that the Houses would invite the protagonists of the various struggles as exhibitors, that is, militant thinkers, concretely involved in the struggles of the peoples.  

 In this way, the methodological framework of the X FOSPA was built and built. It is also important to emphasize the role, in this construction, of the In-person Meeting of the IC, on April 14th and 15th, which evaluated the referrals made until that moment and pointed out weak points in the preparation of the X FOSPA.  

THE POLITICAL INCIDENCE  

In the late afternoon of July 28, 2022, the X FOSPA started through a march through the center of Belém, with more than five thousand participants. The march, the largest held in the city in recent years, mixed the defense of the original peoples and traditional communities with the struggle of women, other movements and slogans rejecting the current Brazilian government. In the square, during the opening ceremony, cultural representations from all pan-Amazonian countries were present, in an act of unity and struggle.  

The Opening March, although it was one of the highlights of the Forum, was not the only moment of strong political influence of the X FOSPA. Major events, held at the Benedito Nunes Auditorium, such as the Nature Defense Court; the Ethics Court in defense of the bodies and territories of Amazonian and Andean women; the Act in Homage to the Martyrs of the Amazon, as well as the launch of the Global Parliamentary Front for the Rights of Nature and the exciting screening of the film “Treading the Earth Suavemente” were moments of great impact, which strengthened FOSPA as a space for political actions with high resonance.  

THE EXPERIENCES  

Certainly one of the highlights of X FOSPA were the meetings, exchanges, and articulations generated not only in the Casas de Saberes but also in the self-managed Tents and Workshops. These meetings were potentiated by the Amazonian representation of the X FOSPA, where quilombolas, women warriors, riverines (the) of different nationalities, in a large sample of pan-Amazonian diversity, effectively weaved the hope of the Amazons. In this aspect, emphasis should be given to the female presence represented in the Feminist House of Resistance, in the Women's Court and in the numerous self-organized activities and launches of agendas for women in the region and marches.  

This reinforced the women's action initiative "Body and Territories" and confirmed the correctness of the methodological requirement of gender parity in the Roundtables of Conversation and in the X FOSPA process.  

THE HOUSES OF KNOWLEDGE  

In general, the Casas de Saberes were spaces for substantive exhibitions and rich debates, however, they were not able to fulfill the role of structuring the X FOSPA building. Of the five Casas de Saberes, only the Casa da Mãe Terra held the two planned plenary sessions. The House of Women's Resistance held a meeting consolidating the discussion of the House's work panels and approved a text that was taken as a contribution to the letter. The other three Houses did not hold plenary sessions. This hampered the process of building the letter, which resulted in the work of the IC and not of an expressive part of the participants, although the IC members naturally expressed, in the text, the contributions they collected in the multiple activities they developed. . The articulation with the self-managed activities was uneven,  

SELF-MANAGED TENTS AND WORKSHOPS  

With high visibility concentrated in defined points of the territory, the tents and workshops had a large audience and contributed positively to the X FOSPA being able to cover a wide range of topics from the Amazonian world, including education and popular knowledge, indigenous experience in a urban, solidary economy, spirituality, the fight against fundamentalism and solidarity with non-Amazonian peoples. Although - due to the large number - they have, on several occasions, been superimposed on the programming of the Casas de Saberes, the self-organized activities have once again proved their importance in making the Forum a space where all experiences converge, in the most diverse fields, of the Amazonian resistances and the construction of well-being.  

CULTURAL PROGRAMMING  

The cultural program faced the challenge of not just being entertainment at the Forum, but a set of activities that expressed different forms of expression and resistance of our peoples. From the presentation of songs and dances by indigenous and black peoples from various pan-Amazonian countries, at the Opening Ceremony to various manifestations of the Brazilian Amazon, the cultural program, on the central stage and in the Mirante das Autogestionadas space, was plural and democratic, guaranteeing space to different cultural groups from communities and urban peripheries.  

Aside from the stages, the cultural program included the Pan-Amazonian Cineclube and was responsible for the screening of the feature film “Pisando a Terra Suavemente” and the debate that followed with Aílton Krenak, Katia Gavião and other indigenous leaders, which was certainly a of the most exciting moments of X FOSPA.  

COMMUNICATION  

Despite the initial tensions, the solution found by working together on two sites – one of them historical and the other focused on the tenth edition, worked, allowing to act in a coordinated way. In the part of the Executive Secretariat's responsibility, the "fospabelem" website was a fundamental instrument, not only in the news aspect, efficiently supported by Instagram, but also in the organization of participants' registration, tents and self-managed activities.  

During the event, the communication work also unfolded in a press office that helped a lot in the high visibility of X FOSPA in the local media and established collaboration with journalists from various social movements and Brazilian networks.  

Several alternative communication networks participated, independently in the dissemination and coverage of the X FOSPA, as well as initiatives such as Rádio FOSPA, which operated in the UFPA territory during the four days of the event.  

Other activities  

X FOSPA was also the stage for successful experiences, such as Radio FOSPA, which operated in the territory, during the four days of the event, the Solidarity Economy Fair which, in addition to offering books, handicrafts, food and food products, held courses and debates. In addition, we had parallel activities, such as the Data Journalism Course and the Second World Assembly for the Amazon, the latter with the participation of more than 500 people, making the X FOSPA a real center for the convergence of pan-Amazonian struggles and articulations.  

ON THE PATH OF THE XI FOsPA  

Held in the period immediately after the pandemic, and in Brazil, these effects were notably exacerbated by a genocidal government, holding the X FOSPA was a notable challenge, facing several obstacles, such as the difficulty of engaging the necessary number of militants/volunteers ( os) in its preparation, harming its functioning in several aspects.  

However, without a doubt, its accomplishment can be portrayed as a great success, seen both by the event itself and by the process that built it. Its strengths lie in the broad and democratic path of building its format, capable of incorporating a set of articulations and networks that work in the Pan Amazon, advancing, concretely, in the unity of the Pan-Amazonian peoples and organizations. Combined with this, the preparation itself, with the Pre-Forums, the Action Initiatives meetings and preparatory meetings that expanded the scope of action of FOSPA, having seen the incorporation of Suriname, increased its capillarity and in some countries provided the recomposition of the social movement.  

The X FOSPA was also a powerful event, with political and social repercussions, strengthening struggles and movements, promoting ideas such as the rights of nature, proposals such as the Earth Assemblies and providing rearticulations such as that of the Pan-Amazon Public Universities. Finally, your letter – the Pan-Amazonian Declaration of Belém – despite the extreme way in which it was written, is a very comprehensive and current document, systematizing problems, urgencies and proposals of the Amazonian peoples.  

Despite all this, it is necessary to recognize that it was a meeting even more marked by the diagnoses than the proposals and that from the methodological point of view it is necessary to find a format that contemplates all the diversity of the pan-Amazonian worlds without this hindering the construction of syntheses that make it possible to advance the concrete unification of the struggles. These are challenges that we have been facing since now when we started the construction of the XI FOSPA.  

Belém/Pará, August 25, 2022