• mexico22 input1.3

last modified May 31, 2022 by facilitfsm


 EN - ES - FR

DECLARACION FMML 

(version criculada 9 de mayo) 

queda por confirmar si esta version incluye los cambios mencionados en las intervenciones @69 y @70  ( ver  notas IC extension

 Al Consejo Internacional del Foro Social Mundial

El 3 de mayo, un mensaje de Ibase , entidad con sede en Brasil, en las listas del Foro Social Mundial denunció un caso de racismo contra un investigador de esta organización en el entorno del FSM 2022 y del Foro Mundial de Medios Libres. Según la denuncia, el joven afrodescendiente brasileño fue despreciado y acosado mientras se dirigía a dos actividades programadas por la FMML.

Las organizaciones que componen el FMML aceptan la denuncia, se solidarizan con el investigador y le piden disculpas por lo ocurrido. Al querer participar en cualquier actividad de la FMML, ya forma parte de su construcción y le pedimos que no abandone esta tarea que sigue siendo tan dependiente del esfuerzo colectivo por hacer del derecho a la comunicación una prioridad en la lucha por Otro Mundo Posible.

La denuncia difundida por Ibase preocupó a los participantes del Consejo Internacional y a la organización del FMML. La visibilidad del racismo es una reivindicación de las luchas antirracistas e integra las estrategias de los medios de comunicación libres. Otro principio para una comunicación al servicio de las causas sociales y la lucha antirracista es la verificación de la información para que todas las luchas justas y antirracistas avancen con la dignidad necesaria

El racismo fue la base de la colonización, sigue corroyendo las sociedades y las relaciones humanas, y no puede hacerse invisible. Combatirla es una agenda fundamental del Foro Mundial de Medios Libres, que lucha por la libertad de expresión de todos los pueblos oprimidos y llevó este debate de varias maneras en las actividades virtuales de su 7ª edición.

El caso de la investigadora y activista de Ibase debe ser una oportunidad para que el Consejo Internacional del FSM y las organizaciones del FMM, junto con los movimientos contra el racismo y las luchas anticoloniales y antipatriarcales fundamentales lideradas por los movimientos negros y feministas, inicien un proceso de escucha, debate y revisión de las prácticas en las relaciones entre organizaciones y activistas sociales. Las relaciones del FSM no pueden reproducir las estructuras sociales corrompidas por la jerarquización entre los seres humanos en función de sus diferencias.

Consideramos que es una obligación ética de las organizaciones del Consejo Internacional, que pretenden contribuir a la construcción de Otro Mundo Posible, investigar y responsabilizarse con la necesaria reparación.

En el momento expuesto por la denuncia, el Foro de Medios Libres desarrollaba una actividad en línea, organizada fuera de México, por lo que involucraba a personas y organizaciones que ni siquiera podían viajar al país, pero se esforzaban por contribuir a un programa construido con mucho compromiso en el entorno virtual. La parte presencial de la otra actividad mencionada en la denuncia también se vio imposibilitada por un error de programación que asignó simultáneamente el espacio previsto a otra organización.

Reconocemos, a partir de la descripción obtenida de los contactos posteriores con Ibase, el ambiente que el investigador pensó que era una actividad presencial del FMML y que denunció el silenciamiento de su voz. Según tenemos entendido, la situación se produjo en el área de prensa, donde algunos miembros de la FMML y del Consejo Internacional se conectaron con debatientes internacionales para que la actividad cancelada se realizara vía Zoom. Nada justifica, sin embargo, el desprecio o la hostilidad al paso del investigador por el lugar.

Guiados por las representaciones del sector afrodescendiente de las organizaciones del FMML, solicitamos a Ibase la posibilidad de escuchar directamente al investigador y, en primer lugar, darle la bienvenida. El FMML respeta su elección y mantiene abierto el espacio de diálogo para la posibilidad de retractación, reparación y otras medidas, incluso permitiéndole dar su testimonio en los mismos canales en los que se difundieron las actividades virtuales, contribuyendo así al aprendizaje colectivo antirracista. Le aseguramos que el caso sigue siendo investigado por la dirección del Espacio El Rule y nos esforzaremos para que no se cierre sin que se establezcan responsabilidades.

Las organizaciones que promovieron la 7ª edición del FMML en México reafirman su compromiso de combatir activamente el racismo, ya sea estructural, mediático o entre las organizaciones de la sociedad civil. Esperamos que el Consejo Internacional del FSM entienda esta situación como una llamada al debate interno y al cambio, y esperamos que Ibase también sea bienvenida y pueda colaborar en la investigación y seguimiento del caso en cuestión, para reparar este grave error.

¡Porque otras relaciones son posibles! ¡Otro mundo es posible!

Un mundo antirracista y solidario es posible. Tenemos que construirlo. 

 

 Companheiras e companheiros do CI


1. Diante do grave caso de racismo sofrido por um membro de sua equipe durante o FSM 2022, o Ibase faz o que sempre fez ao longo de sua história: denuncia as injustiças, pressiona por mudanças e constrói processos--em parceria com outros e com amplo debate e participação--nos quais tais mudanças devem ocorrer. Não é diferente nesse caso uma vez que, como é do conhecimento de todes, nossas organizações e movimentos sociais comprometidos com um outro mundo possível são, eles mesmos, atravessados pelas desigualdades e injustiças contra as quais lutamos. A luta por um outro mundo caminha par-e-passo com a luta por outras organizações e movimentos que sejam totalmente livres do racismo, do machismo, do sexismo, da homofobia e da transfobia.

2. Esse processo de mudança passa por apontar e debater os erros usualmente cometidos em casos de racismo. O risco de ser acusado de racismo jamais pode ser mais importante do que o ato racista em si. Aquelas pessoas ou organizações envolvidas em casos de racismo nunca podem ser mais importantes do que a vítima do racismo. Portanto, o Ibase não se retratará. O que esperamos das companheiras e companheiros é que assumam sua parcela de responsabilidade pelo ocorrido e, caso não sejam responsáveis, se solidarizem conosco na busca por quem perpetrou e participou de tal ato, pois a questão mais grave aqui continua sendo o racismo.

3. É importante esclarecer a todes que a denúncia do Ibase está absolutamente correta. A despeito das confusões que possam ter ocorrido na organização do FSM, o incidente racista aconteceu de fato no evento citado. Também é importante esclarecer que só há um curso de ação possível contra o racismo em nosso meio: a denúncia, a retratação daqueles que perpetraram o ato de racismo e o início de um processo político de eliminação de todas as formas de racismo em nossas organizações e movimentos.

4. Eliminar o racismo de nossas organizações e movimentos não é uma tarefa simples. O Ibase é prova disto. Não é aleatório ou casual que o Ibase seja dirigido por uma mulher negra e um homem negro ou que, das cinco pessoas de nossa equipe que participam desse FSM, quatro sejam negras. Com base em nossa experiência, posso assegurar a vocês que a práxis antirracista necessária para transformar o Ibase foi dolorosa, lenta e conflitiva. Não esperem menos do que isso se realmente queremos mudar o FSM. Portanto, é fundamental que o compromisso de todes em construir organizações e movimentos antirracistas seja sempre o Norte a ser perseguido. O que ficará pelo caminho serão os detritos de um mundo que lutamos todos os dias para transformar. Contem com o Ibase para construir esse outro mundo possível.

Mensaje de Ibase  incidente dia 3

 A equipe do Ibase no FSM do México acaba de sofrer um abalo profundo. Um de nossos pesquisadores foi vítima de racismo em um dos eventos ocorridos essa manhã. Luiz Henrique Souza Pereira, 24 anos, é um jovem negro, morador do morro do Borel, no Rio de Janeiro, e trabalha no Ibase no projeto “Cidadania Ativa e Acesso à Justiça”. Henrique, como o chamamos, foi a dois eventos, “Mídia Livre, Internet e Redes Autônomas” e “Mídia Livre, Democracia e Paz”, realizados no RULE hoje pela manhã. Ao chegar lá, Henrique foi ignorado pelo grupo com cerca de 10 pessoas que estava na sala. Em momento algum lhe foi dada a oportunidade de se apresentar. Em um dado momento, um dos participantes fez uma expressão de surpresa e estranhamento à presença de Henrique na sala. As demais pessoas presentes não fizeram nada. Henrique saiu da sala e teve uma crise de choro ainda no interior do prédio. De volta ao hotel, Henrique teve outra crise nervosa e seus colegas de equipe tiveram que acolhê-lo.


Não consigo expressar em palavras a indignação de nossa equipe com a violência sofrida por Henrique. O Ibase tem uma longa história de participação e apoio ao FSM desde sua criação. Nesta viagem ao México, o Ibase trouxe uma equipe de cinco pessoas, quatro das quais são negras, incluindo os dois diretores da organização. O racismo sofrido por Henrique é um ataque não apenas a ele, mas ao Ibase, uma ONG com uma longa e valorosa história de luta na defesa dos direitos humanos e dos direitos dos grupos marginalizados mais excluídos da sociedade. Queremos manifestar nosso repúdio e demandar um pedido formal de desculpas dos organizadores da atividade em questão e do Conselho Internacional. Sabemos muito bem que nossas organizações não estão imunes ao racismo. Por isso é importante que haja uma ação enfática de repúdio. Se queremos o fim do racismo, o Fórum Social Mundial precisa ser um exemplo de como se deve combatê-lo.


Athayde Motta, diretor executivo

Rita Côrrea Brandão, diretora-adjunta

Manuela Amaral, coordenadora do projeto Cidadania Ativa e Acesso à Justiça

Luiz Henrique Souza Pereira, pesquisador do projeto Cidadania Ativa e Acesso à Justiça

Maria Rosinete dos Santos, supervisora de campo do projeto Cidadania Ativa e Acesso à Justiça.

 

 Dear friends from the WSF’s International Council


1. Before the serious racist incident with one our team members during the 2022 WSF, IBASE has taken the action it has always pursued throughout its history: it denounces injustices, it demands changes, and it builds process—in partnership with others and through broad debates and participation—in which such changes ought to occur. It is not different in this case since, as it is widely acknowledged, our organizations and social movements committed to creating another possible world are, themselves, crossed by the inequalities and injustices against which we struggle. Hence, fighting for another world goes together with fighting for organizations and movements that are completely free of racism, machismo, sexism, homophobia, and transphobia.

2. This process of change includes pointing out and debating the usual mistakes incurred when dealing with racism. The risk of being accused of racism can never be more relevant than the racist act itself. Those people or organizations involved in such cases can never be more important than the victim of racism. Therefore, IBASE will not retract. What we expect from our fellow activists is that they take full responsibility for the incident and, in case they are not responsible for it, we expect them to stand in solidarity with us in seeking the perpetrators for an act of racism continues to be the main issue at hand.

3. It is important to clarify all of you that IBASE’s denouncement is correct. Despite all the confusions that might have occurred in organizing the 2022 WSF, the racist incident happened during the event mentioned. It is also important to clarify that there is only one course of action against racism among ourselves: denouncing it, demanding an apology from the perpetrators, and starting a political process to eliminate all forms of racism from our organizations and movements.

4. Eliminating racism from our organizations and movements is no simple task and IBASE is living proof of it. It is not random or casual that IBASE is directed by a black woman and a black man, or that, from the 5-person team we brought to this WSF, four are black. Based on our own experience, I can assure you that the antiracist praxis necessary to change IBASE was painful, slow, and conflictive. Don’t expect any less if we really want to change the WSF. Hence, it is fundamental that everyone’s commitment to build antiracist organizations and movements be always the ultimate goal to be achieved. What will fall through the cracks are the debris of a world we fight daily to change. Count on IBASE to build this another possible world.

IBASE’s team present at the 2022 WSF in Mexico has just suffered a deep blow. One of our researchers was a victim of racism in an event this morning. Luiz Henrique Souza Pereira, 24 years old, is a black youth, resident at Morro do Borel, in Rio de Janeiro, and works for IBASE in the “Activism Citizenship and Access to Justice” project. Henrique, as we call him, went to two events: Mídia Livre, Internet e Redes Autônomas” and “Mídia Livre, Democracia e Paz”, held at RULE. Upon arriving there, Henrique was ignored by a group of 10 people who were already in the room. He was never given the chance to introduce himself. In a given moment, one of the participants showed surprise and strangeness to Henrique’s presence in the room. All others present did nothing. Henrique left the room, had a fit and started crying while in the building. Back in the hotel, Henrique had another nervous breakdown and his colleagues had to help him.

I can’t express in words our team’s indignation with the violence suffered by Henrique. IBASE has a long history of participating and supporting the WSF since its creation. In this trip to Mexico, IBASE brought a five-person team, four of which are black, including the organization’s two directors. The act of racism inflicted upon Henrique is an attack not only on him, but on IBASE, an NGO with a long and valuable history of struggling for and defending human rights and the rights of those marginalized groups most excluded from society. We want to show our repudiation and demand a formal apology from the organizers of the event and from the International Council. We all know very well that our organizations are not immune to racism and that’s why it is so important to repudiate emphatically any such manifestation. If we want the end of racism, the WSF must be an example of how to fight it. 


Athayde Motta, Executive Director

Rita Côrrea Brandão, Deputy Director

Manuela Amaral, Coordinator, “Active Citizenship and Access to Justice” project

Luiz Henrique Souza Pereira, Researcher, “Active Citizenship and Access to Justice” Project

Maria Rosinete dos Santos, Field Supervisor, “Active Citizenship and Access to Justice” project 

To make an act of racism the sole responsibility of an individual is precisely what keeps racism going. Structures should create a safe environment for those who are discriminated against and not cover up for the person who committed an act of racist. IBASE cannot be expected to run an investigation and address individuals. Racism happened because the environment allowed for it to happen. Hence, it is everyone's responsibility. To deny that only confirms how the WSF is out-of-date with the times. If you don't call out and denounce an act of racism, you're being racist yourself. 

 

"It's unfair to blame the whole WSF process for the persistence of racist episodes and prejudices in our midst". You go on believing in that and you'll continue to see other organizations and social movements deserting the WSF process even more. 

IBASE has nothing more to say about this matter. The only possible course of action is the collective responsibility of all involved and a collective plan of action to address acts of racism, sexism, misogyny, homophobia and transphobia in the WSF.