• ol21feb input16.2

last modified February 25, 2022 by facilitfsm


 EN - FR - ES - PT

 

CI FSM chat whatsapp 1 fevereiro

@Tiburcio Respondendo a Tiburcio


Tibúrcio, estou lhe devendo, desde 27 de dezembro do ano passado, um complemento que então prometi fazer - “com mais calma, amanhã ou depois” - à mensagem que lhe enviei, nessa data e nesta lista, sobre uma proposta apresentada ao CI que continha, a meu ver, uma inverdade. Mas de lá para cá não tive cabeça para lhe escrever, com os encontros familiares de fim de ano e mais ainda ao me envolver em mais um intenso esforço para livrar o Brasil deste personagem execrável que o desgoverna. 


Aliás, este esforço terminou há pouco mais uma etapa, lançando na edição virtual do Fórum Social das Resistências uma Carta Aberta por uma Frente de Resistencia e Reconstrução Nacional (espero que você se interesse; aqui o link para um vídeo de 12 minutos que apresenta a Carta: https://www.youtube.com/watch?v=lAk95UbA41U  Toda a atividade, além da Carta, está em https://www.youtube.com/watch?v=EqSVi7cW9JE )  


Mas este texto não é o complemento prometido. Nem vou me preocupar em traduzi-lo, como é hábito em nossas listas, uma vez que ele dá continuidade a uma conversa entre nós dois. O que quero agora é só lhe dizer que tomei duas decisões visando minha higiene mental. 


A primeira é que, por uma questão de respeito às normas que permitem a convivência, passei a ignorar as mensagens da autora da proposta acima referida, em nossas diversas listas, depois que ela usou, em referência a meus textos, uma linguagem que passa dos limites da civilidade. 


A segunda é que vou tentar fazer o mesmo com as mensagens do grupo que se autodenomina “reformador do FSM” – e do qual a pessoa referida acima faz parte - mas por outra razão: a absoluta impossibilidade de diálogo, ainda que respeitoso, com a pessoa que parece ser o principal animador desse grupo. Como minhas tentativas de diálogo com ele se transformaram em conversa de surdos, confesso que me cansei.  


A ideia fixa deles é mudar a Carta de Princípios do FSM. Acusam os que a defendem de transformá-la em “taboa sagrada”, intocável. Mas não foi redigida nem por Deus nem por alguma cabeça visionária iluminada. Ela não é senão uma sistematização das orientações adotadas para a realização do primeiro FSM, em 2001. Essa sistematização foi feita, depois dele ter sido realizado, pelo Comitê Organizador desse Fórum, para servir de guia para a eventual realização dos Fóruns seguintes e lhes assegurar o mesmo sucesso do primeiro. E foi aprovada logo em seguida pelo Conselho Internacional, constituído no mesmo ano, poucos meses depois. 


O animador principal a que me refiro, intelectual renomado, autor de dezenas de livros e centenas ou talvez milhares de artigos que orientam a muitos, parece ser contrário aos Princípios da Carta talvez desde que ela foi escrita, em 2001, como outros intelectuais que acompanhavam nosso trabalho. Em 2005, ano em que se realizou o FSM que mais impactou o mundo, com seus 150.000 participantes, foi possivelmente um dos articuladores ou redatores de uma assim chamada “Declaração de Porto Alegre”. Essa Declaração, depois de ter sido apresentada aos jornalistas estrangeiros hospedados no melhor hotel de Porto Alegre, foi também apresentada, sem maior destaque, no Mural de Propostas de Ação montado ao final desse FSM, ao lado de outras mais de 300 propostas dos participantes desse Fórum. 


Ora, segundo o que disse recentemente o animador referido (ao lançar uma segunda “Declaração”, sem, no entanto, nenhum FSM em que a enraizar), os 19 subscritores da primeira, igualmente renomados, a assinaram com a intenção consciente de desrespeitar a Carta, que estabelece que não devem ser feitas Declarações do FSM enquanto FSM. Talvez valha perguntar: por que queriam desrespeitar esse Princípio? Suas razões não pareceriam ser as levantadas pelos que hoje a contestam, que dizem que o mundo mudou muito nestes 20 anos e que, portanto, os Princípios da Carta também precisam mudar. Isto apesar do FSM ter conseguido, sem mudá-los, impactar de novo o mundo com os 150.000 participantes do Fórum de 2009 em Belém do Pará. 


Possivelmente a proposta apresentada há poucos dias pelo chamado “grupo renovador”, em novo texto que seu principal animador divulgou amplamente, esclareça a questão acima. Esse texto “anuncia”, num tom quase dramático, o declínio e o fim do FSM, e propõe, para evita-lo, a eleição, por uma “assembleia geral” dos participantes de cada Fórum Social Mundial, de um “amplo e representativo comité executivo”, com poder para falar em nome do FSM e participar enquanto FSM “nos debates sobre acontecimentos no mundo real”. Obviamente, com capacidade de estruturar verticalmente ações eficazes do FSM, ao mesmo tempo que, para isso, impor a ordem num Conselho Internacional atualmente esvaziado, porque há muito perdeu sua identidade e sua função se tornou confusa. 

https://wsimag.com/pt/economia-e-politica/68426-um-dialogo-sobre-o-passado-presente-e-futuro

Sem entrar no detalhe da validade e exequibilidade de uma proposta como essa, carregada de dificuldades de concretização, pode-se concluir que os contestadores daqueles tempos e os “renovadores” de hoje parecem ter a mesma motivação: o desejo de criar um comando central da imensidade de participantes dos Fóruns Sociais Mundiais, reunidos em um enorme movimento global que chamam, hoje, de um novo “sujeito político global”, supostamente muito poderoso porque contaria com amplo apoio social. 


Mas não seria também um “sujeito” a mais, em luta pelo poder político com os que já existem? Como aliás ocorre na política tradicional e dentro dos partidos com que nela hoje se atua, tudo bem impregnado do espirito competitivo que é a alma do negócio no capitalismo. Ou seja, continuaríamos a lutar contra ele, mas dentro de sua cultura e com os mesmos instrumentos de manipulação de massas que ele usa para se manter.


Se essa interpretação for correta, algo extremamente importante não foi percebido: a Carta dava conteúdo concreto a uma “invenção política”, como diz o título de um livro de 2004 de um de nossos companheiros do CI sobre o FSM. Não o perceberam nem os que queriam desrespeitar a Carta em 2005 nem os que atualmente a contestam inteiramente, assim como as práticas cuja adoção ela provocou (como a de decisão por consenso, que não é o mesmo que unanimidade nem enseja vetos, como afirmam). 


De fato, o que ela propõe é uma ação política de tipo realmente novo, não contraditória nem substitutiva, mas complementar à costumeira: a ação política de criação de espaços de encontro - abertos, horizontais, sem corpos diretivos - dos que lutam por outro mundo possível, para o reconhecimento, a superação de preconceitos e o aprendizado mútuos, e para a descoberta de convergências que possibilitem novas alianças, na ação diversificada desses atores políticos, respeitada a autonomia de cada um. Isto na perspectiva de que quem age são eles e não o FSM, ao qual cabe somente uma função instrumental, que visa aumentar a eficácia desses atores.  


Tibúrcio, já não consigo ter a disposição que tive durante 20 anos, com companheiros e companheiras, para defender com a intensidade exigida a utilidade e validade dessa invenção. Já escrevi muitos textos a respeito. Um deles foi publicado há pouco pelos companheiros finlandeses, e nele apresento a gênese desses princípios na prática da realização do primeiro FSM. Mas, como acabo de constatar em mensagem recém enviada por um dos membros do CI aos demais membros brasileiros desse Conselho, outros e outras certamente continuarão a defender a invenção, assim como a Carta que é sua expressão escrita. 


Mas não deixa de ser preocupante o desperdício de energia provocado por “denuncias” descabidas - que só servem para dividir – como a da existência de um monstro que estaria impedindo, para não perder seu pretenso poder, a discussão de mudanças da Carta. Em vez de procurar não sei onde está esse monstro e imobiliza-lo, temos é que dedicar o máximo possível de nossas forças à realização, no México, do próximo evento mundial do chamado “processo do FSM”; sem desconsiderar o restante desse “processo”, como o fazem os “reformadores”. Estes parecem não saber que esse processo existe e continua ativo, mesmo com as dificuldades que a pandemia vem criando tanto para o próximo FSM como para que surjam mais “Fóruns Sociais” locais, nacionais, regionais, temáticos, ou “espaços” de outros tipos inspirados pela Carta de Princípios do FSM. 


Dentro dessa perspectiva, quem vê o FSM como uma “invenção” necessária – como é o meu caso - não enxergam um “declínio” nesse processo. Ao contrário, continuam atuando para que ele alcance sempre mais regiões do planeta e se diversifique - buscando também aprimorar a metodologia dos eventos, como experimentação prática e aprendizado da efetiva construção de uma cultura política horizontalizada, solidaria e não competitiva, de ajuda e respeito mútuo, como seria aquela que prevaleceria no “outro mundo possível” – o novo não se cria com práticas velhas. 


Por outro lado, para os que assim se situam na aventura do FSM, só uma tal cultura permitirá a superação da recorrente divisão das esquerdas, que a enfraquece. Assim como ampliará esse campo, com a participação, na ação política, de cada vez mais jovens e de cada vez mais organizações da sociedade civil - ela mesma estruturada sem comandos únicos verticais, mas precisando evitar a fragmentação que diminui sua força potencial.  


Há alguns dias participei de um “Encontro Transnacional de Redes, rumo ao Fórum Social Mundial de 2022 no Mexico”, uma iniciativa de jovens com muita participação de jovens, que estão usando inventivamente, tendo como objetivo o próximo FSM, os “espaços” virtuais a que atualmente a pandemia nos obriga. E nele soube da persistência do Fórum Social do Iraque, que admiramos ainda mais por ter enfrentado o cruel sofrimento imposto a esse país pelo sistema econômico-político-cultural que domina o mundo. 


Esse “Encontro”, por sua vez, fez parte de um conjunto de atividades virtuais do Fórum Social das Resistências, de tipo temático, previsto para realizar-se presencialmente em Porto Alegre no fim de janeiro, mas adiado para abril por força da pandemia.  Ele é promovido todos os anos desde que o evento mundial do FSM deixou de ocorrer naquela cidade brasileira para surgir em diferentes lugares do mundo. Ele também acolheu, no dia anterior, uma edição virtual preliminar de outro Fórum Social temático completamente novo - Justiça e Democracia - sobre os desvios na atuação dos Judiciários, como os de um juiz e de procuradores da Justiça brasileira que, com sua parcialidade política, provocaram o drama da eleição de um desequilibrado mental, criminoso, como Presidente do país. 


O “Encontro” abriu também espaço para a apresentação virtual da Carta Aberta de que falei no início deste texto, voltada para a luta pelo afastamento do poder desse criminoso. E muitas das pessoas que viram essa apresentação se entusiasmaram com a informação de que o FSM dispõe de enormes possibilidades de difusão das nossas lutas em todo o mundo, para que a elas se associem os que o desejarem. Foram relatadas pelo membro do Conselho InternacionaI do FSM, ali presente virtualmente, que se esmera na criação de arquivos e conexões virtuais entre participantes dos FSM, na defesa da Carta do FSM, ainda que tristemente sob ofensas dos que incomoda.


No “Encontro” nem se chegou a falar – talvez o tenha sido nos outros dias das atividades do Fórum Social das Resistências – do décimo Fórum Social Panamazônico, evento temático previsto para julho deste ano em Belém do Pará e cuja primeira edição aconteceu logo depois do primeiro FSM. Nem se falou também do Fórum Social do Sudeste da Ásia, de caráter regional, previsto também para meados deste ano. Nem do Dialogo Sul-Sul sobre Sustentabilidade, promovido pelas organizações indígenas de Chiapas, sem relação com o FSM mas anunciado em suas redes. 

https://www.asiasocialforum.net/
http://www.forosocialpanamazonico.com/

Todas essas iniciativas estão se desenvolvendo de forma autônoma, sem solicitar autorização nem orientação de uma autoridade superior, como talvez alguns membros do CI o desejassem. Como Bem Comum da Humanidade que se tornou, o FSM e sua Carta de Princípios continuam fazendo surgir Fóruns Sociais e outros encontros em todos os continentes, como “espaços” autônomos que alimentam a esperança e estimulam e articulam a difícil e demorada caminhada rumo ao outro mundo possível.

https://wsf2022.org/principios

Nunca me esqueço do que me disse uma respeitada intelectual-ativista franco-americana, ao deixar um de nossos Fóruns rumo ao aeroporto de Porto Alegre: gosto de vir aos Fóruns Sociais Mundiais porque volto para casa energizada para mais um bom tempo de luta! E eu me  pergunto: esta energia viria da alegria que envolve os que neles se encontram não para disputar poder mas para construir o poder conjunto de todos? 

Será que os membros do Conselho Internacional do FSM que ainda vem se reunindo não poderiam sugerir, àqueles que consideram necessário mais um “sujeito político global”, que o criem logo, independentemente de mudanças na Carta de Princípios do FSM? Para o prosseguimento e fortalecimento de nossas lutas seria mais sadio para todos que deixassem em paz - sem declarações catastróficas - o “processo do FSM” e a Carta que o inspira. Estou convencido de que há, no mundo, muito mais gente do que parece procurando mudar as coisas. Será muito mais útil multiplicar os modos e as ocasiões de nos conhecermos e nos unirmos. 


Oi Tiburcio, vejo que escrevi muito mais do que pretendia. Acho que fui me entusiasmando com o que fui relembrando. Desculpe-me. Abraços do Chico Whitaker. 31/01/2022

 

 

ENGLISH  Automatic Translation

CI FSM chat whatsapp 1 February

@Tiburcio Replying to Tiburcio


Tibúrcio, I owe you, since December 27 of last year, a complement that I then promised to do - “with more calm, tomorrow or later” - to the message I sent you, on that date and in this list, about a proposal presented to the IC that contained, in my view, an untruth. But since then I haven't had the brains to write to you, with the family gatherings at the end of the year and even more so when I get involved in yet another intense effort to rid Brazil of this execrable character that runs it out of control. 


By the way, this effort has just finished one more stage, launching in the virtual edition of the Social Forum of Resistances an Open Letter by a Front for Resistance and National Reconstruction (I hope you are interested; here is the link to a 12-minute video that presents the Letter: https://www.youtube.com/watch?v=lAk95UbA41U All activity, in addition to the Letter, is at https://www.youtube.com/watch?v=EqSVi7cW9JE )  


But this text is not the promised complement. I won't even bother translating him, as is customary with our lists, as he continues a conversation between the two of us. What I want now is just to tell you that I made two decisions for my mental hygiene. 


The first is that, as a matter of respect for the norms that allow coexistence, I started to ignore the messages of the author of the aforementioned proposal, in our different lists, after she used, in reference to my texts, a language that goes from the limits of civility. 


The second is that I will try to do the same with the messages of the group that calls itself "WSF reformer" - and of which the person mentioned above is a part - but for another reason: the absolute impossibility of dialogue, even if respectful, with the person who seems to be the main animator of this group. As my attempts at dialogue with him turned into conversation with the deaf, I confess that I got tired.  


Their fixed idea is to change the WSF Charter of Principles. They accuse those who defend it of turning it into “sacred board”, untouchable. But it was written neither by God nor by some enlightened visionary head. It is nothing but a systematization of the guidelines adopted for the realization of the first WSF, in 2001. This systematization was made, after it had been carried out, by the Organizing Committee of that Forum, to serve as a guide for the eventual realization of the following Forums and to assure them the same success as the first. And it was approved soon after by the International Council, constituted in the same year, a few months later. 


The main animator I am referring to, a renowned intellectual, author of dozens of books and hundreds or perhaps thousands of articles that guide many, seems to be contrary to the Principles of the Charter, perhaps since it was written, in 2001, like other intellectuals who followed our work. In 2005, the year in which the WSF that most impacted the world took place, with its 150,000 participants, he was possibly one of the articulators or drafters of a so-called “Porto Alegre Declaration”. This Declaration, after being presented to foreign journalists staying at the best hotel in Porto Alegre, was also presented, without greater prominence, on the Action Proposals Mural mounted at the end of this WSF, alongside more than 300 other proposals from the participants of this Forum. 


Now, according to what the aforementioned animator said recently (when launching a second “Declaration”, without, however, any WSF in which to root it), the 19 subscribers of the first, equally renowned, signed it with the conscious intention of disrespecting the Letter, which establishes that WSF Declarations should not be made as WSF. Perhaps it is worth asking: why did they want to disrespect this Principle? His reasons would not seem to be those raised by those who challenge it today, who say that the world has changed a lot in these 20 years and that, therefore, the Charter's Principles also need to change. This despite the WSF having managed, without changing them, to impact the world again with the 150,000 participants of the 2009 Forum in Belém do Pará. 


Possibly the proposal presented a few days ago by the so-called “renovation group”, in a new text that its main animator widely publicized, clarifies the above issue. This text “announces”, in an almost dramatic tone, the decline and end of the WSF, and proposes, to avoid it, the election, by a “general assembly” of the participants of each World Social Forum, of a “broad and representative executive committee”, with power to speak on behalf of the WSF and to participate as WSF “in debates on events in the real world”. Obviously, capable of vertically structuring effective WSF actions, while at the same time imposing order on an International Council currently empty, because it has long since lost its identity and its function has become confused. 

https://wsimag.com/economy-and-politics/68425-the-demise-of-the-world-social-forum

Without going into the details of the validity and feasibility of such a proposal, fraught with implementation difficulties, it can be concluded that the challengers of those times and the “renovators” of today seem to have the same motivation: the desire to create a central command of the immensity of participants in the World Social Forums, gathered in a huge global movement that they call, today, a new “global political subject”, supposedly very powerful because it would have broad social support. 


But wouldn't it also be one more “subject”, in a struggle for political power with those who already exist? As it happens in traditional politics and within the parties with which it operates today, everything is well impregnated with the competitive spirit that is the soul of business in capitalism. In other words, we would continue to fight him, but within his culture and with the same instruments of mass manipulation that he uses to maintain himself.


If this interpretation is correct, something extremely important was missed: the Charter gave concrete content to a “political invention”, as the title of a 2004 book by one of our IC colleagues on the WSF says. Neither those who wanted to disrespect the Charter in 2005 nor those who currently contest it entirely, as well as the practices whose adoption it provoked (such as the decision by consensus, which is not the same as unanimity nor does it give rise to vetoes, as they claim) did not perceive it. . 


In fact, what it proposes is a really new type of political action, neither contradictory nor substitutive, but complementary to the usual one: the political action of creating meeting spaces - open, horizontal, without governing bodies - of those who fight for another world. possible, for the recognition, the overcoming of prejudices and mutual learning, and for the discovery of convergences that make possible new alliances, in the diversified action of these political actors, respecting the autonomy of each one. This is from the perspective that they are the ones who act and not the WSF, which has only an instrumental function, which aims to increase the effectiveness of these actors.  


Tibúrcio, I can no longer have the disposition I had for 20 years, with companions, to defend with the intensity required the usefulness and validity of this invention. I've written many articles about it. One of them was recently published by the Finnish comrades, and in it I present the genesis of these principles in the practice of carrying out the first WSF. But, as I have just seen in a message recently sent by one of the IC members to the other Brazilian members of this Council, others will certainly continue to defend the invention, as well as the Letter that is its written expression. 


However, the waste of energy caused by unreasonable “denouncements” - which only serve to divide - is worrying, such as the existence of a monster that would be preventing, in order not to lose its alleged power, the discussion of changes to the Charter. Instead of looking for I don't know where this monster is and immobilizing it, we have to dedicate as much of our forces as possible to the realization, in Mexico, of the next world event of the so-called “WSF process”; without disregarding the rest of this “process”, as the “reformers” do. They seem not to know that this process exists and is still active, even with the difficulties that the pandemic has been creating both for the next WSF and for the emergence of more local, national, regional, thematic “Social Forums”, or “spaces” of other types. inspired by the WSF Charter of Principles. 


From this perspective, those who see the WSF as a necessary “invention” – as is my case – do not see a “decline” in this process. On the contrary, they continue to work so that it reaches even more regions of the planet and diversifies itself - also seeking to improve the methodology of the events, such as practical experimentation and learning of the effective construction of a horizontal, solidary and non-competitive political culture, of help and mutual respect. , as would be the one that would prevail in the “other possible world” – the new is not created with old practices. 


On the other hand, for those who are in the WSF adventure, only such a culture will allow the overcoming of the recurrent division of the left, which weakens it. Just as it will expand this field, with the participation, in political action, of more and more young people and more and more civil society organizations - itself structured without single vertical commands, but needing to avoid the fragmentation that diminishes its potential strength.  


A few days ago I participated in a “Transnational Meeting of Networks, towards the World Social Forum of 2022 in Mexico”, an initiative of young people with a lot of participation of young people, who are using inventively, with the objective of the next WSF, the virtual “spaces” which the pandemic currently forces us to do. And there I learned about the persistence of the Iraq Social Forum, which we admire even more for having faced the cruel suffering imposed on this country by the economic-political-cultural system that dominates the world. 


This “Meeting”, in turn, was part of a set of virtual activities of the Social Forum of Resistances, of a thematic type, scheduled to be held in person in Porto Alegre at the end of January, but postponed to April due to the pandemic. It has been promoted every year since the WSF world event stopped taking place in that Brazilian city to appear in different parts of the world. On the previous day, he also hosted a preliminary virtual edition of another completely new thematic Social Forum - Justice and Democracy - on the deviations in the performance of the Judiciary, such as those of a judge and Brazilian prosecutors who, with their political bias, provoked the drama of the election of a mentally unbalanced, criminal, as President of the country. 


The “Meeting” also opened space for the virtual presentation of the Open Letter I mentioned at the beginning of this text, focused on the struggle to remove this criminal from power. And many of the people who saw this presentation were excited by the information that the WSF has enormous possibilities of disseminating our struggles all over the world, so that those who wish to join them. They were reported by the member of the International Council of the WSF, present virtually, that he strives to create files and virtual connections between WSF participants, in defense of the WSF Charter, albeit sadly under the insults of those who bother him.


At the “Meeting” there was not even talk – perhaps it was on the other days of the activities of the Social Forum of the Resistances – of the tenth Panamazonic Social Forum, a thematic event scheduled for July this year in Belém do Pará and whose first edition took place shortly after the first WSF. Nor was there any mention of the South East Asia Social Forum, of a regional nature, also scheduled for the middle of this year. Nor the South-South Dialogue on Sustainability, promoted by indigenous organizations in Chiapas, unrelated to the WSF but announced on their networks. 


All these initiatives are developing autonomously, without asking for authorization or guidance from a higher authority, as perhaps some IC members would have liked. As the Common Good of Humanity that it has become, the WSF and its Charter of Principles continue to give rise to Social Forums and other meetings on all continents, as autonomous “spaces” that feed hope and stimulate and articulate the difficult and time-consuming journey towards the other. possible world.

I never forget what a respected French-American intellectual-activist said to me, when leaving one of our Forums on the way to Porto Alegre airport: I like to come to the World Social Forums because I return home energized for another good time of struggle! And I ask myself: would this energy come from the joy that surrounds those who are in them not to dispute power but to build the joint power of all?
 

Couldn't the members of the International Council of the WSF that are still meeting, suggest, to those who consider a “global political subject” necessary, to create it soon, regardless of changes in the Charter of Principles of the WSF? For the continuation and strengthening of our struggles, it would be healthier for everyone to leave in peace - without catastrophic declarations - the “WSF process” and the Charter that inspires it. I am convinced that there are far more people in the world than there seem to be trying to change things. It will be much more useful to multiply the ways and the occasions to know each other and unite. 


Hi Tiburcio, I see that I wrote much more than I intended. I think I got excited about what I was remembering. Excuse me. Hugs from Chico Whitaker. 01/31/2022 

 

ESPANOL traduccion automatica de PT

CI FSM chat whatsapp 1 de febrero

@Tiburcio Respondiendo a Tiburcio


Tibúrcio, te debo, desde el 27 de diciembre del año pasado, un complemento que luego prometí hacer -“con más calma, mañana o más tarde”- al mensaje que te envié, en esa fecha y en esta lista, sobre una propuesta presentado al IC que contenía, en mi opinión, una falsedad. Pero desde entonces no he tenido seso para escribirte, con las reuniones familiares de fin de año y más cuando me involucro en otro intenso esfuerzo por librar a Brasil de este execrable personaje que lo agota. control. 


Por cierto, este esfuerzo acaba de culminar una etapa más, lanzando en la edición virtual del Foro Social de Resistencias una Carta Abierta de un Frente de Resistencia y Reconstrucción Nacional (espero que les interese, aquí les dejo el link de un 12- minuto video que presenta la Carta: https://www.youtube.com/watch?v=lAk95UbA41U Toda la actividad, además de la Carta, está en https://www.youtube.com/watch?v=EqSVi7cW9JE )  


Pero este texto no es el complemento prometido. Ni siquiera me molestaré en traducirlo, como es costumbre en nuestras listas, mientras continúa una conversación entre nosotros dos. Lo que quiero ahora es solo decirte que tomé dos decisiones para mi higiene mental. 


La primera es que, por una cuestión de respeto a las normas que permiten la convivencia, comencé a ignorar los mensajes de la autora de la citada propuesta, en nuestras distintas listas, luego de que ella utilizara, en referencia a mis textos, un lenguaje que va de los límites de la civilidad. 


La segunda es que intentaré hacer lo mismo con los mensajes del grupo que se autodenomina "reformador del FSM" - y del cual forma parte la persona antes mencionada - pero por otra razón: la imposibilidad absoluta de diálogo, aunque sea respetuoso. , con la persona que parece ser el animador principal de este grupo. Como mis intentos de dialogar con él se convirtieron en conversación con sordos, confieso que me cansé.  


Su idea fija es cambiar la Carta de Principios del FSM. Acusan a quienes la defienden de convertirla en “tablero sagrado”, intocable. Pero no fue escrito ni por Dios ni por alguna cabeza visionaria iluminada. No es más que una sistematización de los lineamientos adoptados para la realización del primer FSM, en 2001. Esta sistematización fue hecha, luego de realizada, por el Comité Organizador de ese Foro, para servir de guía para la eventual realización de los siguientes Foros y asegurarles el mismo éxito que el primero. Y fue aprobado poco después por el Consejo Internacional, constituido en el mismo año, unos meses después. 


El animador principal al que me refiero, un intelectual de renombre, autor de decenas de libros y cientos o quizás miles de artículos que orientan a muchos, parece ser contrario a los Principios de la Carta, quizás desde que fue redactada, en 2001, como otras intelectuales que siguieron nuestro trabajo. En 2005, año en que se realizó el FSM que más impactó en el mundo, con sus 150.000 participantes, fue posiblemente uno de los articuladores o redactores de una llamada “Declaración de Porto Alegre”. Esta Declaración, luego de ser presentada a periodistas extranjeros hospedados en el mejor hotel de Porto Alegre, también fue presentada, sin mayor protagonismo, en el Mural de Propuestas de Acción montado al final de este FSM, junto a más de 300 propuestas de los participantes de este Foro. 


Ahora bien, según dijo recientemente el citado animador (al lanzar una segunda “Declaración”, sin, sin embargo, ningún FSM en el que enraizarla), los 19 suscriptores de la primera, igualmente renombrada, la firmaron con la intención consciente de irrespetar la Carta, que establece que las Declaraciones del FSM no deben ser hechas como FSM. Quizás valga la pena preguntarse: ¿por qué querían faltarle el respeto a este Principio? Sus razones no parecerían ser las esgrimidas por quienes hoy la cuestionan, quienes dicen que el mundo ha cambiado mucho en estos 20 años y que, por tanto, los Principios de la Carta también tienen que cambiar. Eso a pesar de que el FSM haya logrado, sin cambiarlos, volver a impactar en el mundo con los 150.000 participantes del Foro 2009 en Belém do Pará. 


Posiblemente la propuesta presentada hace unos días por el llamado “grupo renovador”, en un nuevo texto que su principal animador difundió ampliamente, aclare la cuestión anterior. Este texto “anuncia”, en tono casi dramático, la decadencia y el final del FSM, y propone, para evitarlo, la elección, por una “asamblea general” de los participantes de cada Foro Social Mundial, de un “amplio y comité ejecutivo representativo”, con poder para hablar en nombre del FSM y para participar como FSM “en debates sobre eventos en el mundo real”. Evidentemente, capaz de estructurar verticalmente acciones eficaces del FSM, al mismo tiempo que impone orden en un Consejo Internacional actualmente vacío, porque hace tiempo que perdió su identidad y su función se confundió. 

https://wsimag.com/es/economia-y-politica/68424-la-lenta-extincion-del-foro-social-mundial


Sin entrar en los detalles de la validez y factibilidad de tal propuesta, plagada de dificultades de implementación, se puede concluir que los desafiantes de entonces y los “renovadores” de hoy parecen tener la misma motivación: el deseo de crear un centro comando de la inmensidad de los participantes en los Foros Sociales Mundiales, reunidos en un enorme movimiento global que llaman, hoy, un nuevo “sujeto político global”, supuestamente muy poderoso porque tendría un amplio apoyo social. 


¿Pero no sería también un “sujeto” más, en lucha por el poder político con los que ya existen? Como sucede en la política tradicional y dentro de los partidos con los que opera hoy, todo está bien impregnado del espíritu competitivo que es el alma de los negocios en el capitalismo. En otras palabras, seguiríamos combatiéndolo, pero dentro de su cultura y con los mismos instrumentos de manipulación masiva que él utiliza para mantenerse.


Si esta interpretación es correcta, se pasó por alto algo sumamente importante: la Carta dio contenido concreto a una “invención política”, como dice el título de un libro de 2004 de uno de nuestros colegas del CI sobre el FSM. Ni los que querían irrespetar la Carta en 2005 ni los que actualmente la impugnan en su totalidad, así como las prácticas cuya adopción provocó (como la decisión por consenso, que no es lo mismo que la unanimidad ni da lugar a vetos, como afirman) no lo percibieron. . 


De hecho, lo que propone es un tipo de acción política realmente nuevo, ni contradictorio ni sustitutivo, sino complementario al habitual: la acción política de crear espacios de encuentro -abiertos, horizontales, sin órganos de gobierno- de quienes luchan por otro mundo. posible, para el reconocimiento, la superación de prejuicios y el aprendizaje mutuo, y para el descubrimiento de convergencias que posibiliten nuevas alianzas, en la acción diversificada de estos actores políticos, respetando la autonomía de cada uno. Eso en la perspectiva de que son ellos los que actúan y no el FSM, que tiene sólo una función instrumental, que tiene como objetivo aumentar la eficacia de estos actores.  


Tibúrcio, ya no puedo tener la disposición que tuve durante 20 años, con compañeros, de defender con la intensidad requerida la utilidad y validez de este invento. He escrito muchos artículos al respecto. Uno de ellos fue publicado recientemente por los compañeros finlandeses, y en él presento la génesis de estos principios en la práctica de realización del primer FSM. Pero, como acabo de ver en un mensaje enviado recientemente por uno de los miembros del CI a los demás miembros brasileños de este Consejo, seguramente otros seguirán defendiendo la invención, así como la Carta que es su expresión escrita. 


Sin embargo, es preocupante el derroche de energías que provocan “denuncias” irrazonables -que solo sirven para dividir-, como la existencia de un monstruo que estaría impidiendo, para no perder su supuesto poder, la discusión de cambios a la Carta. . En lugar de buscar no sé dónde está este monstruo e inmovilizarlo, tenemos que dedicar la mayor parte de nuestras fuerzas a la realización, en México, del próximo evento mundial del llamado “proceso FSM”; sin descuidar el resto de este “proceso”, como hacen los “reformadores”. Parecen no saber que este proceso existe y sigue activo, aún con las dificultades que la pandemia ha ido creando tanto para el próximo FSM como para el surgimiento de más “Foros Sociales” temáticos, locales, nacionales, regionales, o “espacios ” de otros tipos, inspirados en la Carta de Principios del FSM. 


Desde esta perspectiva, quien ve el FSM como un “invento” necesario –como es mi caso– no ve un “declive” en este proceso. Por el contrario, continúan trabajando para que llegue a más regiones del planeta y se diversifique, buscando también mejorar la metodología de los eventos, como la experimentación práctica y el aprendizaje de la construcción efectiva de un espacio horizontal, solidario y no solidario. cultura política competitiva, de ayuda y respeto mutuo, como sería la que prevalecería en el “otro mundo posible” – lo nuevo no se crea con viejas prácticas. 


En cambio, para quienes están en la aventura del FSM, sólo esa cultura permitirá superar la recurrente división de la izquierda, que la debilita. Así como ampliará este campo, con la participación, en la acción política, de cada vez más jóvenes y cada vez más organizaciones de la sociedad civil, estructurada ella misma sin mandos verticales únicos, pero necesitando evitar la fragmentación que disminuye su fuerza potencial.  


Hace unos días participé en un “Encuentro Transnacional de Redes, rumbo al Foro Social Mundial de 2022 en México”, una iniciativa de jóvenes con mucha participación de jóvenes, que están utilizando inventiva, con el objetivo de que los próximos FSM, los “espacios” virtuales que actualmente la pandemia nos obliga a hacer. Y allí conocí la persistencia del Foro Social de Irak, al que admiramos aún más por haber enfrentado el cruel sufrimiento que le impone a este país el sistema económico-político-cultural que domina el mundo. 


Este “Encuentro”, a su vez, formaba parte de un conjunto de actividades virtuales del Foro Social de las Resistencias, de tipo temático, previsto para realizarse presencialmente en Porto Alegre a fines de enero, pero postergado para abril debido a la pandemia. Ha sido promocionado todos los años desde que el evento mundial del FSM dejó de realizarse en esa ciudad brasileña para presentarse en diferentes partes del mundo. El día anterior, también condujo una edición virtual preliminar de otro Foro Social temático completamente nuevo -Justicia y Democracia- sobre las desviaciones en la actuación del Poder Judicial, como las de un juez y fiscales brasileños que, con su sesgo político, provocó el drama de la elección de un desequilibrado mental, criminal, como presidente del país. 


El “Encuentro” también abrió espacio para la presentación virtual de la Carta Abierta que mencioné al inicio de este texto, enfocada en la lucha por sacar del poder a este criminal. Y muchas de las personas que vieron esta presentación se emocionaron con la información de que el FSM tiene enormes posibilidades de difundir nuestras luchas por todo el mundo, para que quienes deseen se unan a ellas. Fueron informados por el miembro del Consejo Internacional del FSM, presente virtualmente, que se esfuerza por crear archivos y conexiones virtuales entre los participantes del FSM, en defensa de la Carta del FSM, aunque tristemente bajo los insultos de quienes lo molestan.


En el “Encuentro” ni siquiera se habló –tal vez fue en los otros días de las actividades del Foro Social de las Resistencias– del décimo Foro Social Panamazónico, evento temático previsto para julio de este año en Belém do Pará y cuya La primera edición tuvo lugar poco después del primer FSM. Tampoco se mencionó el Foro Social del Sudeste Asiático, de carácter regional, también previsto para mediados de este año. Ni el Diálogo Sur-Sur sobre Sostenibilidad, impulsado por organizaciones indígenas de Chiapas, ajeno al FSM pero anunciado en sus redes. 


Todas estas iniciativas se están desarrollando de forma autónoma, sin pedir autorización ni orientación a una autoridad superior, como quizás les hubiera gustado a algunos miembros del CI. Como Bien Común de la Humanidad en que se ha convertido, el FSM y su Carta de Principios continúan suscitando Foros Sociales y otros encuentros en todos los continentes, como “espacios” autónomos que alimentan la esperanza y estimulan y articulan el difícil y largo camino hacia el otro mundo posible.


Nunca olvido lo que me dijo un respetado intelectual-activista franco-estadounidense, al salir de uno de nuestros Foros camino al aeropuerto de Porto Alegre: Me gusta venir a los Foros Sociales Mundiales porque vuelvo a casa lleno de energía para otro buen momento de lucha. ! Y me pregunto: ¿Esta energía vendría de la alegría que envuelve a los que están en ellos no para disputar el poder sino para construir el poder conjunto de todos? 

Los miembros del Consejo Internacional del FSM que aún se encuentran reunidos, ¿no podrían sugerir, a quienes consideran necesario otro “tema político global”, que lo creen pronto, independientemente de los cambios en la Carta de Principios del FSM? Para la continuación y fortalecimiento de nuestras luchas, sería más saludable para todos dejar en paz - sin declaraciones catastróficas - el “proceso FSM” y la Carta que lo inspira. Estoy convencido de que hay muchas más personas en el mundo de las que parecen estar tratando de cambiar las cosas. Será mucho más útil multiplicar las formas y las ocasiones de conocernos y unirnos. 


Hola Tiburcio, veo que escribí mucho más de lo que pretendía. Creo que me emocioné con lo que estaba recordando. Disculpe. Un abrazo de Chico Whitaker. 31/01/2022 

 

 

FRANCAIS  traduction automatique du PT

CI FSM chat WhatsApp 1 février

@Tiburcio Répondant à Tiburcio


Tibúrcio, je te dois, depuis le 27 décembre de l'année dernière, un complément que j'ai alors promis de faire - "avec plus de calme, demain ou plus tard" - au message que je t'ai envoyé, à cette date et dans cette liste, à propos d'une proposition présenté au CI qui contenait, à mon avis, un mensonge. Mais depuis, je n'ai pas eu la cervelle de t'écrire, avec les fêtes de famille de fin d'année et encore plus quand je m'engage dans un énième effort intense pour débarrasser le Brésil de cet exécrable personnage qui l'épuise contrôler. 


Au passage, cet effort vient de franchir une étape de plus, en lançant dans l'édition virtuelle du Forum Social des Résistances une Lettre Ouverte d'un Front de Résistance et de Reconstruction Nationale (j'espère que cela vous intéresse ; voici le lien vers un 12- minute vidéo qui présente la Lettre : https://www.youtube.com/watch?v=lAk95UbA41U Toute l'activité, en plus de la Lettre, est sur https://www.youtube.com/watch?v=EqSVi7cW9JE )  


Mais ce texte n'est pas le complément promis. Je ne prendrai même pas la peine de le traduire, comme c'est la coutume avec nos listes, alors qu'il poursuit une conversation entre nous deux. Ce que je veux maintenant, c'est juste vous dire que j'ai pris deux décisions pour mon hygiène mentale. 


La première est que, par respect des normes qui permettent la coexistence, j'ai commencé à ignorer les messages de l'auteur de ladite proposition, dans nos différentes listes, après qu'elle ait utilisé, en référence à mes textes, un langage qui va des limites de la civilité. 


La seconde est que j'essaierai de faire de même avec les messages du groupe qui se dit « réformateur du FSM » - et dont fait partie la personne citée plus haut - mais pour une autre raison : l'impossibilité absolue du dialogue, même respectueux , avec la personne qui semble être le principal animateur de ce groupe. Alors que mes tentatives de dialogue avec lui se transformaient en conversation avec des sourds, j'avoue que je me suis lassé.  


Leur idée fixe est de changer la Charte des Principes du FSM. Ils accusent ceux qui le défendent d'en faire un « conseil sacré », intouchable. Mais il n'a été écrit ni par Dieu ni par un chef visionnaire éclairé. Ce n'est rien d'autre qu'une systématisation des lignes directrices adoptées pour la réalisation du premier FSM, en 2001. Cette systématisation a été faite, après avoir été réalisée, par le Comité d'organisation de ce Forum, pour servir de guide à la réalisation éventuelle. des Forums suivants et de leur assurer le même succès que le premier. Et il fut approuvé peu après par le Conseil international, constitué la même année, quelques mois plus tard. 


Le principal animateur auquel je fais référence, un intellectuel de renom, auteur de dizaines de livres et de centaines voire de milliers d'articles qui en guident beaucoup, semble être contraire aux Principes de la Charte, peut-être depuis qu'elle a été rédigée, en 2001, comme d'autres intellectuels qui ont suivi nos travaux. En 2005, l'année où s'est déroulé le FSM qui a le plus marqué le monde, avec ses 150 000 participants, il a peut-être été l'un des articulateurs ou rédacteurs d'une soi-disant « Déclaration de Porto Alegre ». Cette déclaration, après avoir été présentée aux journalistes étrangers séjournant dans le meilleur hôtel de Porto Alegre, a également été présentée, sans plus d'importance, sur la fresque de propositions d'action montée à la fin de ce FSM, aux côtés de plus de 300 autres propositions des participants de ce Forum. 


Or, d'après ce qu'a dit récemment l'animateur précité (lors du lancement d'une deuxième "Déclaration", sans toutefois aucun FSM dans lequel l'enraciner), les 19 abonnés de la première, tout aussi renommée, l'ont signée avec l'intention consciente de manquer de respect la Lettre, qui établit que les déclarations du FSM ne doivent pas être faites en tant que FSM. Peut-être vaut-il la peine de se demander : pourquoi ont-ils voulu manquer de respect à ce Principe ? Ses raisons ne semblent pas être celles évoquées par ceux qui la contestent aujourd'hui, qui disent que le monde a beaucoup changé en ces 20 ans et que, par conséquent, les principes de la Charte doivent également changer. Et ce bien que le FSM ait réussi, sans les changer, à impacter à nouveau le monde avec les 150 000 participants du Forum 2009 à Belém do Pará. 


Peut-être que la proposition présentée il y a quelques jours par le soi-disant «groupe de rénovation», dans un nouveau texte que son principal animateur a largement diffusé, clarifie la question ci-dessus. Ce texte « annonce », sur un ton presque dramatique, le déclin et la fin du FSM, et propose, pour l'éviter, l'élection, par une « assemblée générale » des participants de chaque Forum social mondial, d'une « large et comité exécutif représentatif », avec pouvoir de parler au nom du FSM et de participer en tant que FSM « aux débats sur les événements du monde réel ». Évidemment, capable de structurer verticalement des actions efficaces du FSM, tout en mettant de l'ordre dans un Conseil international actuellement vide, car il a depuis longtemps perdu son identité et sa fonction s'est confuse. 

https://wsimag.com/fr/economie-et-politique/68422-un-dialogue-sur-le-passe-le-present-et-lavenir

Sans entrer dans les détails du bien-fondé et de la faisabilité d'une telle proposition, lourde de difficultés de mise en œuvre, on peut conclure que les challengers de l'époque et les « rénovateurs » d'aujourd'hui semblent avoir la même motivation : la volonté de créer un centre commande de l'immensité des participants aux Forums Sociaux Mondiaux, rassemblés dans un vaste mouvement mondial qu'ils appellent, aujourd'hui, un nouveau « sujet politique mondial », supposé très puissant car il aurait un large soutien social. 


Mais ne serait-ce pas aussi un « sujet » de plus, dans une lutte pour le pouvoir politique avec ceux qui existent déjà ? Comme cela se passe dans la politique traditionnelle et au sein des partis avec lesquels elle opère aujourd'hui, tout est bien imprégné de l'esprit de compétition qui est l'âme des affaires dans le capitalisme. En d'autres termes, nous continuerions à le combattre, mais dans sa culture et avec les mêmes instruments de manipulation de masse qu'il utilise pour se maintenir.


Si cette interprétation est correcte, quelque chose d'extrêmement important a été manqué : la Charte a donné un contenu concret à une « invention politique », comme le dit le titre d'un livre de 2004 d'un de nos collègues d'IC ​​sur le FSM. Ni ceux qui voulaient manquer de respect à la Charte en 2005, ni ceux qui la contestent aujourd'hui totalement, ainsi que les pratiques dont elle a provoqué l'adoption (comme la décision par consensus, qui n'est pas synonyme d'unanimité ni ne donne lieu à des veto, comme ils le prétendent) ne s'en sont pas aperçus. . 


En fait, ce qu'il propose est un type d'action politique vraiment nouveau, ni contradictoire ni substitutif, mais complémentaire de l'action habituelle : l'action politique de créer des espaces de rencontre - ouverts, horizontaux, sans instances dirigeantes - de ceux qui se battent pour un autre monde possible, pour la reconnaissance, le dépassement des préjugés et l'apprentissage mutuel, et pour la découverte de convergences qui rendent possibles de nouvelles alliances, dans l'action diversifiée de ces acteurs politiques, dans le respect de l'autonomie de chacun. C'est dans la perspective que ce sont eux qui agissent et non le FSM, qui n'a qu'une fonction instrumentale, qui vise à accroître l'efficacité de ces acteurs.  


Tibúrcio, je ne peux plus avoir la disposition que j'avais depuis 20 ans, avec des compagnons, à défendre avec l'intensité requise l'utilité et la validité de cette invention. J'ai écrit de nombreux articles à ce sujet. L'un d'eux a été récemment publié par les camarades finlandais, et j'y présente la genèse de ces principes dans la pratique de la réalisation du premier FSM. Mais, comme je viens de le voir dans un message envoyé récemment par l'un des membres du CI aux autres membres brésiliens de ce Conseil, d'autres continueront certainement à défendre l'invention, ainsi que la Lettre qui en est l'expression écrite. 


Cependant, le gaspillage d'énergie causé par des "dénonciations" déraisonnables - qui ne servent qu'à diviser - est inquiétant, comme l'existence d'un monstre qui empêcherait, pour ne pas perdre son prétendu pouvoir, la discussion des modifications de la Charte . Au lieu de chercher je ne sais où se trouve ce monstre et de l'immobiliser, nous devons consacrer le maximum de nos forces à la réalisation, au Mexique, du prochain événement mondial du soi-disant « processus FSM » ; sans négliger la suite de ce « processus », comme le font les « réformateurs ». Ils semblent ignorer que ce processus existe et est toujours actif, même avec les difficultés que la pandémie a créées tant pour le prochain FSM que pour l'émergence de « Forums sociaux » ou « d'espaces » plus locaux, nationaux, régionaux, thématiques. » d'autres types inspirés de la Charte des principes du FSM. 


De ce point de vue, ceux qui voient le FSM comme une « invention » nécessaire – comme c'est mon cas – ne voient pas un « déclin » de ce processus. Au contraire, ils continuent à travailler pour qu'il atteigne encore plus de régions de la planète et se diversifie - cherchant également à améliorer la méthodologie des événements, comme l'expérimentation pratique et l'apprentissage de la construction effective d'un horizon horizontal, solidaire et non- culture politique compétitive, d'entraide et de respect mutuel, comme serait celle qui prévaudrait dans « l'autre monde possible » – le nouveau ne se crée pas avec les anciennes pratiques. 


En revanche, pour ceux qui sont dans l'aventure du FSM, seule une telle culture permettra de dépasser la division récurrente de la gauche, qui la fragilise. Tout comme elle élargira ce champ, avec la participation, à l'action politique, de plus en plus de jeunes et de plus en plus d'organisations de la société civile - elle-même structurée sans commandes verticales uniques, mais devant éviter la fragmentation qui diminue sa force potentielle.  


Il y a quelques jours, j'ai participé à une "Rencontre transnationale des réseaux, vers le Forum social mondial de 2022 au Mexique", une initiative de jeunes avec beaucoup de participation de jeunes, qui utilisent de manière inventive, dans le but de la prochaine FSM, les « espaces » virtuels que la pandémie nous oblige actuellement à faire. Et là, j'ai appris la persistance du Forum social irakien, que nous admirons encore plus pour avoir fait face aux cruelles souffrances imposées à ce pays par le système économico-politico-culturel qui domine le monde. 


Cette « Rencontre », à son tour, faisait partie d'un ensemble d'activités virtuelles du Forum Social des Résistances, de type thématique, qui devait se tenir en personne à Porto Alegre fin janvier, mais reporté à avril en raison de la pandémie. Il a été promu chaque année depuis que l'événement mondial du FSM a cessé d'avoir lieu dans cette ville brésilienne pour apparaître dans différentes parties du monde. La veille, il a également animé une édition virtuelle préliminaire d'un autre Forum social thématique entièrement nouveau - Justice et démocratie - sur les déviations dans l'exercice du pouvoir judiciaire, comme celles d'un juge et de procureurs brésiliens qui, avec leur parti pris politique, provoqué le drame de l'élection d'un déséquilibré mental, criminel, à la présidence du pays. 


La « Rencontre » a également ouvert l'espace pour la présentation virtuelle de la Lettre ouverte dont j'ai parlé au début de ce texte, centrée sur la lutte pour chasser ce criminel du pouvoir. Et beaucoup de personnes qui ont vu cette présentation ont été enthousiasmées par l'information selon laquelle le FSM a d'énormes possibilités de diffuser nos luttes partout dans le monde, afin que ceux qui souhaitent les rejoindre. Ils ont été rapportés par le membre du Conseil international du FSM, présent virtuellement, qu'il s'efforce de créer des fichiers et des connexions virtuelles entre les participants du FSM, en défense de la Charte du FSM, bien que malheureusement sous les insultes de ceux qui le dérangent.


Lors de la « Rencontre », il n'a même pas été question – peut-être était-ce les autres jours des activités du Forum social des Résistances – du dixième Forum social panamazonique, un événement thématique prévu en juillet de cette année à Belém do Pará et dont première édition a eu lieu peu après le premier FSM. Il n'a pas non plus été fait mention du Forum social de l'Asie du Sud-Est, à caractère régional, également prévu pour le milieu de cette année. Ni le Dialogue Sud-Sud sur la durabilité, promu par des organisations indigènes du Chiapas, sans lien avec le FSM mais annoncé sur leurs réseaux. 


Toutes ces initiatives se développent de manière autonome, sans demander l'autorisation ou l'orientation d'une autorité supérieure, comme l'auraient peut-être souhaité certains membres du CI. Bien Commun de l'Humanité qu'il est devenu, le FSM et sa Charte de Principes continuent de donner lieu à des Forums Sociaux et autres rencontres sur tous les continents, comme des « espaces » autonomes qui nourrissent l'espérance et stimulent et articulent le difficile et long cheminement vers l'autre monde possible.

Je n'oublie jamais ce qu'un intellectuel-activiste franco-américain respecté m'a dit, en quittant l'un de nos forums sur le chemin de l'aéroport de Porto Alegre : j'aime venir aux Forums sociaux mondiaux parce que je rentre chez moi plein d'énergie pour un autre bon moment de lutte ! Et je me demande : cette énergie viendrait-elle de la joie qui entoure ceux qui sont en eux non pas pour se disputer le pouvoir mais pour construire le pouvoir commun de tous ?

Les membres du Conseil International du FSM qui se réunissent encore ne pourraient-ils pas suggérer, à ceux qui considèrent qu'un « sujet politique global » est nécessaire, de le créer prochainement, quelles que soient les modifications de la Charte des Principes du FSM ? Pour la poursuite et le renforcement de nos luttes, il serait plus sain pour tous de laisser en paix - sans déclarations catastrophiques - le « processus FSM » et la Charte qui l'inspire. Je suis convaincu qu'il y a beaucoup plus de gens dans le monde qu'il n'y paraît qui essaient de changer les choses. Il sera bien plus utile de multiplier les façons et les occasions de se connaître et de s'unir. 


Salut Tiburcio, je vois que j'ai écrit beaucoup plus que prévu. Je pense que j'étais excité par ce dont je me souvenais. Excuse-moi. Câlins de Chico Whitaker. 31/01/2022