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last modified January 12, 2018 by facilitfsm


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PT

EIXOS DO FSM 2018:      TEMAS

Amigas e  Amigos, Companheiros e Companheiras

Nos próximos dias, vamos lançar o novo site do FSM 2018, assim como as inscrições de participantes, de organizações e de atividades. As organizações vão poder inscrever atividades escolhendo temas e lemas. Os lemas não serão relacionados com um tema específico. O que mandamos aqui abaixo é apenas a lista de temas, fruto de mais de 10 rodas de diálogo coletivas, incluindo a reunião do CI em outubro deste ano, encontros do GT Metodologia, várias reuniões do Grupo Facilitador e do Coletivo Brasileiro. O debate recebeu múltiplas contribuições: alguns temas foram suprimidos, reformulados, acrescentados, mas sempre priorizando e legitimando a expressão dos movimentos sociais do segmento em questão. Os temas foram construídos por cada segmento presente no processo de construção. Nada sobre Nós sem Nós!

A proposta é que estes eixos e lemas sejam organizados em uma mandala de forma a não serem apresentados como uma lista que dá a ideia de ordem numérica ou de importância entre eles.

Achamos importante apresentar para vocês essa lista, antes dela ser publicada. A não ser que haja uma discordância importante, solicitamos o seu apoio para poder ir adiante.

 

TEMAS DO FSM 2018

  1. Ancestralidade, Terra e Territorialidade
  2. Comunicação, Tecnologias e Mídias livres
  3. Culturas de Resistências
  4. Democracias
  5. Democratização da Economia
  6. Desenvolvimento, Justiça Social e Ambiental
  7. Direito à Cidade
  8. Direitos Humanos
  9. Educação e Ciência, para Emancipação e Soberania dos Povos
  10. Feminismos e Luta das Mulheres
  11. LGBTQI+ e Diversidade de Gênero
  12. Lutas Anticoloniais
  13. Migrações
  14. Mundo do Trabalho
  15. Vida Negras Importam
  16. Um Mundo sem Racismo, Intolerância e Xenofobia
  17. Futuro do FSM
  18. Povos Indígenas

 

 

 

ES

EJES DEL FSM 2018: TEMAS

Amigas y Amigos, Compañeros y Compañeros

En los próximos días, vamos a lanzar el nuevo sitio del FSM 2018, así como las inscripciones de participantes, de organizaciones y de actividades. Las organizaciones van a poder inscribir actividades eligiendo temas y lemas. Los lemas no se relacionarán con un tema específico. Lo que mandamos aquí abajo es la lista de temas, fruto de más de 10 ruedas de diálogo colectivas, incluyendo la reunión del CI en octubre de este año, encuentros del GT Metodología, varias reuniones del Grupo Facilitador y del Colectivo Brasileño. El debate recibió múltiples contribuciones: algunos temas fueron suprimidos, reformulados, añadidos. pero siempre priorizando y legitimando la expresión de los movimientos sociales del segmento.. Los temas fueron construidos por cada segmento presente en el proceso de construcción. ¡Nada sobre nosotros sin nosotros!

La propuesta es que estos ejes y lemas se organizan en una mandala de forma que no se presentan como una lista que da la idea de orden numérico o de importancia entre ellos.

Creemos importante presentar para ustedes esa lista, antes de ser publicada. A menos que haya un desacuerdo importante, solicitamos su apoyo para poder seguir adelante.

 

EJES DEL FSM 2018: TEMAS

1. Ancestralidad, Tierra y Territorialidad

2. Comunicación, Tecnologías y Medios libres

3. Culturas de Resistencias

4. Democracias

5. Democratización de la Economía

6. Desarrollo, Justicia Social y Ambiental

7. Derecho a la Ciudad

8. Derechos Humanos

9. Educación y Ciencia para la Emancipación y la Soberanía de los Pueblos

10. Feminismos y Lucha de las Mujeres

11. LGBTQI + y diversidad de género

12. Luchas Anticoloniales

13. Migraciones

14. Mundo del Trabajo

15. Vidas Negras Importan

16. Un Mundo sin Racismo, Intolerancia y Xenofobia

17. Futuro del FSM

18. Pueblos Indígenas

 

 

FR

AXES DU FSM 2018: THÈMES

Cher-es Ami-e-s et Camarades,

Dans les prochains jours, nous lancerons le nouveau site web du FSM 2018, ainsi que les inscriptions des participant-e-s, des organisations et des activités. Les organisations pourront inscrire des activités en choisissant des thèmes et des slogans. Les slogans ne seront pas liés à un thème spécifique. Ce que nous vous présentons ci-dessous, c'est la liste des thèmes, fruit de plus de 10 dialogues collectifs, dont la réunion du CI en octobre de cette année, les réunions de la Méthodologie GT, plusieurs réunions du Groupe Facilitateur et du Collectif Brésilien. Le débat a reçu de multiples contributions: certains thèmes ont été supprimés, reformulés, ajoutés. mais toujours en priorisant et en légitimant l'expression des mouvements sociaux du segment concerné. Les thèmes ont été construits par chaque segment présent dans le processus de construction. Rien sur Nous sans Nous!

La proposition est que ces axes et les slogan soient organisés en un mandala afin qu'ils ne soient pas présentés comme une liste qui donne l'idée d'ordre numérique ou d'importance les uns par rapport aux autres.

Nous pensons qu'il est important de vous présenter cette liste avant qu'elle ne soit publiée. À moins d'un désaccord majeur, nous demandons votre soutien pour aller de l'avant.

 

 

AXES DU FSM 2018: THÈMES

1. Ancestralité, Terre et Territorialité

2. Communication, Technologies et Médias Libres

3. Cultures de Résistance

4. Démocraties

5. Démocratisation de l'Économie

6. Développement, Justice Sociale et Environnementale

7. Droit à la Ville

8. Droits Humains

9. Education et Science pour l'Émancipation et la Souveraineté des Peuples

10. Féminisme et Lutte des Femmes

11. LGBTQI + et Diversité de Genre

12. Combats Anticoloniaux

13. Migrations

14. Le Monde du Travail

15. Les Vies Noires comptent

16. Un monde sans racisme, intolérance et xénophobie

17. Le Futur du FSM

18. Peuples autochtones

 

 

 

EN

AXES OF THE WSF 2018: TOPICS

Dear Friends and Companions

In the coming days, we will launch the new website of WSF 2018, as well as the registrations of participants, organizations and activities. Organizations will be able to enter activities by choosing themes and slogans. Slogans will not be related to a specific theme. What we have here is the list of themes, the fruit of more than 10 collective dialogue wheels, including the IC meeting in October of this year, meetings of the WG Methodology, several meetings of the Facilitating Group and the Brazilian Collective. The debate received multiple contributions: some themes were deleted, reformulated, added. but always prioritizing and legitimizing the expression of the social movements of the segment that claimed space in the territory of the WSF 2018. The themes were constructed by each segment present in the construction process. Nothing About Us Without Us!

The proposal is that these axes and slogans be organized in a mandala so that they are not presented as a list that gives the idea of ​​numerical order or importance among them.

We think it is important to introduce you to this list before it is published. Unless there is major disagreement, we ask for your support in order to move forward.

 

AXES OF THE WSF 2018: TOPICS

1. Ancestrality, Earth and Territoriality

2. Communication, Technologies and free media

3. Resistance Cultures

4. Democracies

5. Democratization of the Economy

6. Development, Social and Environmental Justice

7. Right to the City

8. Human Rights

9. Education and Science for Emancipation and Sovereignty of Peoples

10. Feminism and Women's Struggle

11. LGBTQI + and Gender Diversity

12. Anticolonial Fights

13. Migrations

14. World of Work

15. Black Lives Matter

16. A World without Racism, Intolerance and Xenophobia

17. Future of the WSF

18. Indigenous Peoples

 

-- 
Damien 

ARTIGO  DE CARTA CAPITAL

O Fórum Social Mundial não pode ceder às velhas práticas que centralizam e verticalizam o poder

POR ODED GRAJEW'


*Idealizador do Fórum Social Mundial, presidente do conselho deliberativo da Oxfam Brasil, foi assessor especial do presidente Lula (2003), criador da Fundação Abri nq, do Instituto Ethos, da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis.

Deixar-se capturar por interesses de grupo ou de partidos políticos tornaria a iniciativa irrelevante

Em janeiro de 2000, o Fórum Econômico Mundial anun¬ciou triunfalmente o fim da História com a adoção do modelo neoliberal que supostamente levaria o mundo à prosperidade, paz e qualidade de vida para todos.


Os opositores eram tratados como ig¬norantes e radicais que só sabem criti¬car, sem poder oferecer nenhuma alter¬nativa. Indignado, tive a ideia de criar o Fórum Social Mundial, isto é, criar um espaço, um processo, no qual organiza¬ções, lideranças e militantes da socie¬dade civil pudessem se encontrar, se ar¬ticular, ganhar força política para levar adiante suas lutas. Diminuir a dispersão e, consequentemente, a fragilidade da so¬ciedade civil. Dar oportunidade a pro¬postas e iniciativas alternativas, mos¬trando que "outro mundo é possível" na teoria e na prática, no qual a economia e a política estariam a serviço da justiça social e do desenvolvimento sustentável.

Convidei um grupo de organizações brasileiras que se encarregou de viabilizar operacionalmente a ideia. Esse grupo sele¬cionou entidades internacionais para for¬mar o Conselho Internacional, que elabo¬rou ma carta de princípios que consagrou a ideia do fórum como um processo, um es¬paço auto-organizado, no qual o protago¬nismo das atividades e das iniciativas po¬líticas seria das organizações da sociedade civil. O fórum não seria uma organização, uma entidade, não teria presidente, direto¬ria ou porta-vozes, e o conselho, que não é eleito, trataria de zelar pelo processo.

Em janeiro de 2001, foi realizado o primeiro Fórum Social Mundial em Porto Alegre, com expressiva partici¬pação da sociedade civil, que aumentou significativamente nos fóruns seguintes. A inovação política, privilegiando o pro¬cesso e a auto-organização, não se cons¬tituindo numa organização verticaliza¬da, centralizada e controladora, permitiu a realização de encontros com relativa¬mente poucos recursos, a participação de milhares de organizações e militantes, e a multiplicação de fóruns pelo mundo.

O sucesso do FSM, fruto principal¬mente de sua inovação política, começou a atrair o interesse de algumas tradicio¬nais organizações e lideranças, que, não querendo compartilhar e democratizar o protagonismo e a visibilidade, buscam desvirtuar o processo. Querem voltar à velha prática de processos verticaliza¬dos e centralizadores, no qual lideran¬ças determinam prioridades e caminhos a serem seguidos pela massa.

Não aceitam a diversidade e a plura¬lidade da sociedade civil e sua indepen¬dência em relação a governos e partidos políticos. E, mais recentemente, querem mudar a carta de princípios para que o fórum se transforme numa organização regida pelo conselho ou por um grupo de organizações que tome posições e fa¬le em nome de todos e do próprio FSM, que determine hierarquias e prioridades (vide entrevista e artigo de Boaventura de Sousa Santos em CartaCapital).

Alegam que o conselho é omisso, que  o fórum é improdutivo e que deveria to¬mar posição, fazer declarações, elaborar manifestos. A alegação de que não há po¬sicionamento no FSM é falaciosa. Cada or¬ganização tem total liberdade e é, inclusi¬ve, estimulada a tomar posição e fazer de¬clarações em nome dela  ou de todas as organizações que queiram a ela se juntar.

É necessário, porém, que se esforce e ganhe legitimidade para articular alian¬ças e dar força política aos seus posicio¬namentos. Todos em pé de igualdade e democraticamente podem se manifestar, em nome das organizações e de lideran¬ças que subscrevem os manifestos, e po¬dem dar a essas iniciativas a visibilidade que quiserem ou puderem. O que não po¬dem dizer é que se expressam em nome de todos ou do fórum, colocando os parti¬cipantes como massa de manobra a servi¬ço de uma corporação, de um movimen¬to, de um partido político' ou de um gover¬no. Isso seria manipulação e usurpação de poder. É repetir o mesmo e velho pro¬cesso que tanto mal causou à esquerda: a luta pelo poder, a cooptação por gover¬nos e partidos políticos, o controle que sufoca a critica e o autoritarismo que ten¬ta eliminar a divergência e a diversidade.

O fórum não é uma organização e o conselho, que, repito, não é eleito, ou ne¬nhum grupo particular de organizações que têm mandato para falarem nome de todos. 

O protagonismo não é do fórum, mas das organizações, das lideranças e dos militantes. Foi essa inovação política que atraiu tanta gente e tantas organizações, valorizou a diversidade e facilitou articulações que resultaram no fortalecimento e na criação de movimentos que impulsionaram na década passada a chegada da esquerda ao poder em paí¬ses latino-americanos.

O desafio do Fórum Social Mundial, como descreve Chico Whitaker, é continuar a criar "condições para o reconhecimento mútuo e para a superação de pre¬conceitos, da competição e da desconfian-ça entre movimentos sociais, para facili¬tar a identificação de convergências e a construção de alianças, sem hegemonias e no respeito às diferenças nos tipos de ação e nas estratégias, evitando sua manipu¬lação por organizações, governos ou par¬tidos políticos". É fundamental manter e aprofundar uma prática pol ítica inovadora, coerente com "outro mundo possível". Uma nova edição será realizada em Salvador, entre 13 e 17 de março de 2018, Viabilizado graças à dedicação do coletivo brasileiro e baiano, com apoio do conselho, será um evento de caráter mundial que procurará criar resistências às ma¬nobras que tentam asfixiar os processos democráticos e a participação popular, retirando direitos duramente conquis¬tados, Buscará também alternativas epromover articulações. No momento de grandes retrocessos éticos, políticos e sociais, é fundamental a participação de quem comunga com os princípios, valo¬res, objetivos e as esperanças que sempre alimentaram° Fórum Social Mundial. •