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last modified March 8, 2013 by facilitfsm


Ultima nota (curta, em 9 pontos) sobre o futuro do CI

Tive a oportunidade de refletir com muitos de vocês, no Brasil, em Tunis e na França, amadurecendo a contribuição que fiz em Dezembro para o GT sobre o futuro do CI e em três textos subsequentes. Acho talvez útil então simplificar essa contribuição e melhorá-la, incorporando diferentes ideias surgidas, e apresentar mais uma reflexão antes da reunião de 27 de março em Tunis.

Assim, retomando minha proposta inicial:

1.       Seria melhor separar completamente a discussão sobre o futuro do CI e a discussão sobre a eventual criação de um “movimento” (que aglutinaria aqueles de nós que o desejassem, inspirado em nossa experiência, no processo do FSM, de construção de uma nova cultura política e nas buscas dos chamados “novos movimentos sociais”, caracterizados pela horizontalidade organizativa).

2.        Quanto ao CI, diante do que me parece ser a opinião da maioria eu confirmo o que pensava: ele deveria ser efetivamente dissolvido, na sua atual forma de constituição e funcionamento.

3.       Ele poderia ser substituído por outro tipo de CI, não mais formado por representantes de organizações participantes do processo FSM mas por “organizadores” de Fóruns Sociais Mundiais. Seria um “Conselho Internacional de Organizadores de Fóruns”: uma estrutura portanto mais leve e mais ágil do que o atual CI, com menor risco de se esvaziar ou se burocratizar, ou de pretender exercer o poder sobre o processo FSM.

4.       Esse novo Conselho seria constituído basicamente pelos “organizadores” - que o desejassem - dos Fóruns Sociais Mundiais realizados desde 2001. Mas seria aberto também a atuais membros do CI que contribuíram de alguma forma para a realização desses Fóruns e de outros Fóruns Regionais ou Continentais, bem como a “organizadores de Fóruns” que não participam atualmente do CI mas queiram contribuir para a facilitação de Fóruns Mundiais.

5.       Daqui para frente caberia a esse novo Conselho decidir sobre os países onde realizar Fóruns Sociais Mundiais, por consenso e com base nas candidaturas e propostas feitas pelas organizações da sociedade civil dos diferentes países.

6.       Os membros do Conselho poderiam criar Grupos de Trabalho com finalidade especifica, mais contínuos ou somente temporários, sempre abertos a todos os interessados, para tratar de questões como: os contatos e análises necessários para preparar a escolha do país onde realizar o FSM seguinte; a expansão do processo FSM; a metodologia dos Fóruns; a memória de seus conteúdos; a disseminação dessa memória e dos resultados alcançados pela ação política das organizações participantes do processo; a busca de recursos para seu próprio funcionamento; a reflexão sobre as mudanças na conjuntura mundial. Ou seja, eles poderiam cobrir de uma forma mais ágil, pelo seu caráter de Grupos de Trabalho, pelo menos funções hoje atribuídas às Comissões do CI mas melhor definidas. Outros Grupos temporários poderiam também ser criados sempre que surgissem necessidades específicas.

7.       Esse novo Conselho poderia criar seu próprio site e contar com um rodízio de Secretariados oferecidos pelas organizações de seus membros (por tempo determinado, como dois anos, por exemplo, cobrindo um ano antes e um ano depois de cada FSM, para assegurar uma certa continuidade do processo). Estes Secretariados poderiam também assegurar a manutenção do site geral do processo do FSM.

8.       Quanto ao processo do FSM, ele continuaria seu caminho como até agora, como um Bem Comum da Humanidade baseado na Carta de Princípios do FSM, e estimulado pelo “Conselho Internacional de Organizadores de Fóruns”.

9.       Quando ao “novo movimento”, esta seria outra discussão, a ser lançada de forma independente por aqueles que a considerassem útil e oportuna.

Espero que estas notas possam contribuir para nossas reflexões no dia 27 de março, em preparação à reunião do CI nos dias 31 de março e 1 de abril. Espero também que elas possam esclarecer alguns mal-entendidos criados pelos meus textos anteriores (excessivamente longos...).

Meu abraço, Chico Whitaker, São Paulo, 6 de março de 2013