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Reunião do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial

Salvador, 15 e 16 de outubro de 2017

Iniciou a reunião neste momento e estão na mesa o reitor da UFBA João Carlos Sales, Paulo Costa que é assessor do reitor da UFBA e Emiliano José que representa o governo do Estado da Bahia.

Emiliano José, representante do Governo do Estado da Bahia – cumprimenta a todxs. Inicia sua fala dizendo que o petróleo foi um dos motivos do golpe contra a presidente Dilma. Após o golpe começaram a entregar a Petrobrás como todos sabemos. É uma ofensiva mundial, nesta fase de crise do capitalismo. Num passado não muito distante, quando ouvíamos falar de crise do capitalismo, dizíamos que o capitalismo acabou, mas o capitalismo vive de crises, isso não é novidade. A receita, podemos ver agora nesse momento, que é sempre aumentar e aumentar a exploração contra os trabalhadores.  A Europa tem enfrentado isso, as medidas de repressão e retiradas de direitos na França, é um exemplo, mas é para mostrar que a receita do capitalismo para enfrentar a crise é a retirada de direitos do povo duramente conquistadas, como no caso Brasileiro, a retirada de direitos nos faz retroceder um século. Fomos para o inicio da república na retirada de direitos, na conquista de décadas, mas principalmente nas conquistas feitas no mandato dos presidentes Lula e Dilma.

O FSM tem uma proposta extraordinária, pois será uma voz de esperança. Pois vivemos um momento de ataque a um bem fundamental que é a esperança. Eles trabalham pra isso, para não só disseminar o medo, mas desestimular para que as populações desanimem e contam com isso com uma mídia que é obscenamente golpista. A mídia é parte indissociável de todos os golpes e fundamental para o golpe no Brasil.

O FSM é fundamental para recuperar a esperança em outro mundo possível. Para que os povos recuperem os sonhos e a esperança.

Há varias pautas, porém nesse momento, a luta política está no centro. Estamos convidados, porque ao capitalismo não interessa mais, a lutar pela democracia no mundo. Ao capitalismo a democracia não interessa mais. A trincheira fundamental em que estamos é a defesa da democracia no sentido mais substantivo, para o qual o capitalismo está se lixando. Somos nós, que no Brasil e no mundo, vamos levantar a voz nesse FSM para garantir a democracia no Brasil e no mundo.

Paulo Costa (assessor do reitor da UFBA) – Inicia sua fala dizendo que criar exige refazer as bases sob as quais nós nos apoiamos. Quando vamos ver o estudo sobre a criatividade é sempre muito individual, da era do romantismo, de entender o que é criatividade. A criatividade depende de ancoras e laços sociais. Depende do que cada um pensa, trama, sente e tece. Um exemplo é a construção do fórum, que depende de gestão, criatividade e política. Nós dependemos de soluções e da defesa da criatividade que é a defesa da liberdade. Em nome disso tudo os agradeço e os abraço.

João Carlos (Reitor da UFBA) – Cumprimenta a todxs dizendo que estão em casa e que a ocupação é feita por todxs nós. A universidade precisa ser ocupada pelos movimentos sociais e é com encantamento que oferecem esse espaço. Em março sobretudo esse espaço será gerido pelo FSM. A UFBA não é dona do espaço, e essa é a compreensão que temos do que é universidade. Algo maior que nós esta sendo atacado, que é a universidade publica. Fez memória do reitor Cancelier da UFSC, que suicidou-se no inicio desse mês. Esse reitor foi alvo de humilhação e impedido de entrar em contato com as pessoas da universidade. A história fez vitima alguém que naquele momento tinha condições ambíguas, mas representa um grande movimento que luta pela universidade publica acessível a todos e todas. Ao saudar disse que a universidade é por natureza o lugar de ampliação de direitos, ela que ao longo do tempo serviu por muito tempo a elites, ela abraça como uma parceira todos/as aqueles que procuram emancipação.

Hamouda, secretário do CI – Agradece a UFBA pela acolhida e lamenta a ausência da África nesse espaço. “Tínhamos um sonho em 2013 de organizar o fórum na Bahia, mas temos que por a mão na massa para que possamos sair com uma metodologia nova para irmos a frente. Precisamos colocar algo de extraordinário, envolver os jovens, pois é deles esse espaço também como direito, e se não trabalharmos juntos o fórum não irá alem. Precisamos discutir algo de novo e espero que vamos conseguir superar os problemas e conquistar algo de novo para o fórum.

Damian, ABONG/Brasil – estamos reunidos com pessoas que vieram de diversos estados do Brasil, da América Latina e do Mundo. São povos que estão expressando a sua luta em prol de um outro mundo possível. Temos a responsabilidade de construir o evento  daqui a 5 meses.  O mundo não está muito bem, está sendo captado pelo capitalismo que busca na crise novas formas de se reiventar. O planeta já esta dando sinais de profundas mudanças. o fundamentalismo estão se expandindo e ocupando espaços nas narrativas no mundo todo. O desmonte das políticas sociais. Amanhã é comemorado no mundo o dia internacional da alimentação e o Brasil corre o sério risco de voltar para o mapa da fome. O fórum não é de ninguém, mas é de todos e todas que se propõe a criar e transformar que acreditam que ocaminho da mudança passa pela ação convergente, no mínimo com pontes que retomam nossas lutas.

Nós somos todos e todas feridas mas podemos nos conectar através da ferida que  nos alienou. Quando as feridas formam a cicatriz e esta cicatriz seja uma ponte pra nos conectar.

Teremos 3 momentos principais. Hoje e amanhã reunião do conselho internacional com um momento mais voltado para os membros do ci. A tarde uma oficina de metodologia. Nos dias 18 e 19 terá um seminário na UFBA, com uma plenária na parte da tarde sobre os processos de convergência. Os objetivos do evento é de aprofu

Membros do CI

Francine (Justiça Global/Bélgica), Liege Rocha (Fdim/CTB/UBM – Brasil), Raphael Cannet (Coletivo organizador FSM/Montreal), Carmina (México), Pierre (Cáritas Internacional/França), Mandela (Cáritas Internacional/Brasil), Hugo Braum (Attac/Alemanha), Mohammed (Saara Ocidental), Alaa Taibi (Forum de Direitos Sociais/Tunísia), Mauri Cruz (Abong/Brasil), Salete Alesan (Flasco/Brasil) Hamouda (Forum Marroquino/Marrocos), Rita Freire (Ciranda/Brasil), Nilza Iraci (Rede Afro latinoameriana), Michel Lamberd (Mexico),

Análise de conjuntura dos participantes:

Qual sentido o FSM dará para esse espaço de resistência e criação/inovação/transformação social?

Liege Rocha (Fdim/CTB/UBM – Brasil) -O FSM acontecerá em março e nós, nesse processo de preparação, viemos de uma realidade onde estamos vivemos há um ano de um golpe, midiático e institucional que teve influencia não só dos grandes capitalistas, mas da intervenção norte americana. Não se provou nada contra a presidente Dilma. Temos hoje um governo ilegítimo que tem rejeição de mais de 90% da população Brasileira e que tem feito milhares de ações que tem prejudicado o povo Brasileiro. Além de uma reforma trabalhista que atinge milhões de trabalhadores que joga no lixo a CLT, que reformaram mais de 100 itens dessa lei e agora estão ameaçando com a previdência. Esse governo tem entregue as riquezas de maneira vergonhosa. Fez uma licitação para a Petrobras onde só foi permitido a participação de empresas estrangeiras para a exploração do pré sal. Além das privatizações de portos e aeroportos, a última tentativa do governo foi de entregar parte da Amazônia com territórios indígenas e de grande riqueza natural, houve então uma reação mundial fazendo com que o governo voltasse atrás, até quando não sabemos.

A lava jato foi seletiva, que só atingia Lula e PT, que era uma forma de inviabilizar a eleição de Lula. Esses ataques continuam acontecendo, várias denuncias existem contra Temer, porém a maioria do congresso rejeitou e arquivou. Temos um congresso, desde 64, mais conservado e é esse congresso que apóia Temer. Já foi apresentada uma nova denuncia e não sabemos o que vai acontecer.

Queremos Direta Já, novas eleições, pois se ficarmos até 2018 não restará nada do país.

A mídia destilou um ódio na população de tal maneira que ao utilizar uma camisa vermelha a pessoa era agredida na rua. O ódio as religiões de matriz africana, a ponto de derrubar os templos, o ódio está exacerbado. Só resta a nós a mobilização. É preciso fortalecer as frentes existentes: A Frente Brasil Popular que é composta por partidos políticos e mais 100 organizações de movimentos sociais e a Frente Povo Sem Medo.

Importantes mobilizações aconteceram no 8 de março pelas mulheres, em abril uma greve geral e agora estamos num processo de enfrentar essa nova denuncia contra o Temer.

Gustavo Massiah – Não é somente uma crise do capitalismo financeiro. o capitalismo sabe sair das crises e passa por essa fase da historia. Estamos numa crise mais profunda.

O FSM em Belém propôs formas de urgência em relação ao capitalismo financeiro e propôs uma forma de alternativa de transição ecológica. O FSM soube responder o que tinha sido colocado. Estamos num período de contra revolução, do racismo, discriminação e do crescimento das ideologias secundárias, isso nos lembra que as revoluções são curtas e as contra revoluções são longas. Estamos num período longo de contra revolução, mas que não anulam as revoluções. Aquilo que estoura numa revolução ressurge nas gerações que seguem. Nós vemos que de fato, em 1848 e a comuna de 1.870 prepararam a revolução de 1917.

Nascem muitas coisas novas contraditórias que criam violências por causa das resistências, vivemos com mudanças profundas que vão preparar as revoluções e que aqui levanto 5 que são fundamentais:

1.       Revolução dos direitos das mulheres

2.       Revolução dos direitos dos povos

3.       Revolução ecológica, que é filosófica com o tempo do planeta acabado

4.       Revolução digital

5.       Revolução do povoamento do planeta (a crise migratória) uma nova etapa da humanidade.

Devemos reinventar o FSM, nós estamos numa redefinição da fase atual do capitalismo e desse ponto de vista, o FSM sucedeu a batalha contra a divida e os planos de ajustes.

Sergio (Italia) – Vou aprofundar mais o assunto da conjuntura dos migrantes. Não é só uma questão das migrações, mas de uma política global. Aproximadamente 30 mil migrantes morreram no Mediterrâneo nos últimos anos, esse trânsito de migrantes da África para o norte é em condições terríveis, os corredores de migrações fazem com que não se tenham meios legais, onde tudo fica nas mãos de organizações criminosas internacionais.

Faz com que o transito seja uma trajetória de um mês a vários anos, não estamos falamos de um verdadeiro trafico, mas existem milhões e milhões de migrantes e é muito difícil ter dados concretos. Estamos falando de mais de 10 milhões de africanos que estão transitando no mediterrâneo. Isto para dar uma idéia de que não se fala somente do fluxo migratório para a Europa, mas que existe dentro da áfrica e na Ásia, estamos falando de um fenômeno global que tem um numero de 220 milhões de migrantes.

A política européia não quer assumir o fato do fluxo migratório. A Europa só a fará se houver uma legalidade nos Estados membros da União Européia. Isso gera um negócio, na Itália, recebemos em torno de 250 mil pessoas por ano, aconteceu igual na Grécia para se ter acesso a Europa. Porém a política européia fez com que através de acordos bilitareis conseguiu-se interromper o fluxo na Grécia, isso sem o mínimo de respeito aos direitos humanos. Estão se fazendo acordos bilaterais na Tunísia e na Itália, não se sabe quais são esses acordos, são acordos velados e que tem como único objetivo: a união européia da o dinheiro a esses países para interromper o fluxo, esses acordos são feitos também com grupos armados, com aqueles que são traficantes de seres humanos. Ou seja, tem que impedir que essas pessoas passem, custe o que custar.

Resultado concreto é que existem 350 mil pessoas na Italia que são invisíveis, que vem da África e que não tem nenhum status que não querem reconhecê-las. De que forma isso tem a ver com o FSM?

Francine (Bélgica) – Concordo totalmente que estamos numa fase de contra revolução, tudo se manifesta em vários aspectos. Na Europa temos o sucesso extrema direita que é muito grande. Nos Países Baixos e na França conseguimos barrar. Vamos ver agora o que vai acontecer na Áustria, porém mesmo que a extrema direita perca as eleições ela não desaparece. Ela constitui uma força importante no seio da população. A Europa é o último continente a aplicar toda a política neoliberal, isto significa uma luta contra os sindicatos e contra as políticas sociais, com o apoio dos políticos da união européia.

Há movimentos de resistência cada dia mais forte, mas o grande problema em todos esses movimentos é a divisão no seio da esquerda, não consegue congregar-se e não tenho esperança para uma saída positiva.

Se o FSM quer ser um sucesso deve ser reinventado tal como foi dito, precisa estar consciente que temos problemas mundiais. O que nos falta é uma transversalidade, de ficar de acordo que esses movimentos trabalhem juntos, para tentar reunir essas diferentes redes, para ter no fórum uma única voz.

Abdel Kaher/ Marrocos – Precisamos de uma nova visão que diz respeito a como retomar o caminho que começamos desde 2001. Vou acrescentar que a conjuntura de hoje, da região do mundo árabe e da áfrica tem uma ideologia nacionalista, temos o crescimento do populismo, porém a crise dos sindicatos e dos partidos da esquerda, que não conseguem se congregar em torno da mesa para desenvolver suas ações como antes. Temos também a reinvenção de novos movimentos na África. Temos a emergência da força chinesa na África trazendo essa mudança econômica que tem modificado as relações, temos o crescimento do terrorismo em que  7 a 8 grupos são fortemente armados e desenvolvem guerras sem limites na região e aumentam o conflito. A grande questão que se coloca é o que fazer para retomar esse processo e que conteúdo que leva em conta todas essas coisas que se multiplicaram nessa nova conjuntura. Como podemos retomar a ação do FSM, com que meios e também com que alianças a partir das quais podemos reforçar para desenvolver melhor nossas ações.

Também isso é uma constatação, perdemos na nossa caminhada o conselho africano do FSM, atualmente como essa estrutura não existe mais, como vamos fazer para conseguir que em março no FSM possamos agregar a África, propondo assim uma caminhada? Como conectar-se com os movimentos sociais da África para estejam presentes na Bahia para conectar as forças com nossos camaradas?

Armando/Brasil – No contexto de hoje há uma intensificação da exploração dos recursos humanos, da força humana e da capacidade humana na construção de alternativas (conhecimento). Precisamos construir alternativas enquanto resistimos. Nosso desafio para março é concentrar esforços para criar luta que gere contra-hegemonias alternativas.

Thomas Piketty disse que há luta pela democracia e para controlar o capitalismo. Reforçar a democracia significa não só resgatar a representação das vontades da sociedade, mas transformar isso efetivamente em justiça social. Nosso desafio com o conjunto de movimentos, nossa disputa e debilidade se dá na correlação de forças que temos na sociedade civil onde não temos hegemonia.

O FSM é disputa para transformar a visão da sociedade civil.

Pesquisas mostram que a opinião não é orientada para a universalização dos direitos, mas aceita visões de competição, individualismo e empreendedorismo. A disputa que temos é quebrar hegemonia do discurso conservador que quebrou o direito ao desenvolvimento reduzindo-o ao combate a pobreza. A disputa pela transformação da sociedade é sobre as nossas aspirações e ambições que coloquem a economia a serviço das pessoas, e que proteja a dignidade humana, tirando o combate à pobreza do centro para o direito ao desenvolvimento.

Raphael/Montreal – Vou trazer elementos da conjuntura no Norte da América. O imperialismo comercial dos EUA, vemos como um discurso populista contra o livre comércio, mas na realidade percebemos concretamente na renegociação no acordo de livre comercio interamericano visa que defende o interesse dos americanos, através do unilateralismo, sobretudo nas finanças, Trump tirou todos os mecanismos de regulação de Wall Street desde a crise de 2013. As multinacionais, como a Amazon e Google, tem domínio em todos os países e nós temos que enfrentar.

Devemos inventar novas relações de trocas entre os povos. OMC em Buenos Ares terá uma grande mobilização. A guerra contra os recursos naturais, no Quebec já temos uma vitória, o óleoduto que atravessaria diversos estados foi anulado. A defesa da terra mãe é reinventar novas maneiras de viver para caminhar para uma transição social e ecológica temos que pensar nessa perspectiva. Para o encontro das organizações na COP em Bonn, haverá muitos grupos que vão se reunir. Em Montreal vamos fazer um off-Bonn.

Sobre o forte ataque contra os migrantes, Trump definiu em seu discurso a xenofobia, que cresce na Europa. O Canadá recebe uma onda de migrantes do Haiti, e há muitos discursos xenófobos. O racismo sistêmico impacta o tecido social. É preciso novas formas de solidariedade ente os povos, como a proposta de fazer um Fórum no México sobre as migrações.

Hugo (Attac/Alemanha) - ativistas europeus não estão animados com o FSM. É importante trabalhar efetivamente para que seja um encontro global, com presença de pessoas da África e Ásia. Reinvenção tem que ser global.

Hamouda/Marrocos - No espaço do FSM vamos ter que concentrar nossos pensamentos em reduzir essa conjuntura internacional problemática em Salvador. Assim vamos reinventar o FSM.

A solidariedade internacional é trazer novas lutas que existem no mundo, precisamos refletir para um encontro internacional sobre os movimentos que trabalham com questão migratória e questão climática. Trazer novos movimentos espontâneos, que modificam a realidade, nós não os conhecemos. Novo sopro ao nosso trabalho.

 

Mohamed Ray/Saahara Ocidental – É necessário convergir nossas lutas para solução coletiva e também especifica para cada problema. Saara Ocidental é território ocupado por outro país ha mais de 40 anos. É um território prisão, nem jornalistas nem observadores internacionais podem entrar para verificar as violações de direitos humanos. A ONU aprovou em 1991 um referendo de auto determinação, bloqueado pela França no conselho de segurança. Trazemos como proposta de que o FSM possa criar uma delegação Haddoc para que possam observar e ter contato com essa população, para não ter propostas passivas que ficam apenas no papel, mas para que o FSM seja ativo.

Leonardo/Brasil – Há uma a crise e falência do estado nacional. Até os anos 80 tínhamos esperança de que o país tivesse um governo que lidasse com esse desafio. Agora fica cada vez mais claro que as transnacionais são um grande problema que as comunidades enfrentam. Os grandes problemas têm por trás essas transnacionais, seja mineradora, farmacêutica... Antigamente tinha-se o estado nacional como juiz, que defendia um pouco os mais fracos. Agora não, os estados nacionais estão cada vez mais cooptados. Os presidentes não têm mais a força que se tinha no passado porque o âmbito da nação é limitado, e as transnacionais estão jogando com outras regras, e nós continuamos com a mesma fórmula de 1980. As nações unidas são uma farsa, são manipuladas por alguns países. Há uma crise política, econômica, de valores, ambiental e isso tudo mostra uma necessidade de governança mundial. O FSM é difícil e trabalhoso, mas pode ser um embrião da participação da sociedade, da comunidade, nos territórios que a gente começa a deslumbrar, estamos num momento de muita dor, é um sistema entrando em colapso e um outro que luta pra nascer mas que não tem vida, não tem forma, não tem nome. Historicamente vamos analisar esse período como sendo de transição, que a morte seja um nascimento e acho que a nossa tarefa é justamente apontar esse caminho, não vamos dar conta de tudo, mas vamos reinventar, revitalizar e insistir no FSM já que outros espaço ficam cada vez mais limitados. Há necessidade de ter um contraponto mundial aos desmandos das transnacionais.

Jacques/México – Fazem algumas semanas que a transparência internacional, que tem sede em Berlim, nos deu o titulo de país mais corrupto do mundo. O povo já está farto, pois não há um processo eleitoral. Mais vale um que é mal conhecido, do que um outro que é vendido aos interesses do capital. O numero de pobres aumentou. Temos mais de 78 milhões de mexicanos que vivem com o mínino possivel de recurso financeiro para sobreviver e isso se deve também a militarização. O povo escolheu o caminho pacifico, uma vez que o exército está sempre nas ruas, eles é que tem o controle do país, vinculados aos grandes comandos norte americano. A militarização do México com a América Central, essa é a realidade que vivemos. O controle do terror e a violência versus os interesses dos povos. A impunidade representa mais de 98% dos delitos políticos, todo mundo sabe da participação das autoridades do exercito, em particular nos casos de Tierra Blanca e San Fernando em que 43 alunos simplesmente desapareceram e que até agora não há um posicionamento do governo. Há um processo eleitoral que está avançando pelo Movimiento de integracion nacional que propõe uma transformação do pais de forma pacífica e que tem sido construído de baixo para cima, e à esquerda. No sentido que aqueles que controlam o governo não vão causar problemas ao governo e eles terão participação no processo eleitoral, em 2018. Não quero falar muito sobre a migração tanto da America Central através do México ou da luta de resistência que os EUA procuram bloquear o acesso. Existe outro processo em caminho, o EZLN lançou a candidatura de uma mulher indígena para 2018. Estamos identificados por essas lutas também, temos que ver essas diferenças desses dois processos. Estamos transitando nesse fio de conexão com o resto do mundo.

Oded/Presidente do Conselho Deliberativo da Osfam/Brasil – Já sabemos que o mundo é desigual e está se tornando cada vez mais desigual. Tem saído varias e varias pesquisas com indicadores sobre a desigualdade no mundo e nos países. Na desigualdade econômica, 8 pessoas tem a riqueza dos 50% das pessoas mais pobres. No Brasil 6 pessoas detém a mesma riqueza que 50% da população. As desigualdades são crescentes. Isso legitima o lema do FSM. Outro mundo é possível e necessário.

Armando/Brasil – Sobre a fala de Leonardo: falar do fracasso absoluto dos estados nacionais é uma afirmação ambígua. Os estados são espaços de disputa de poder. Há uma disputa em todos os espaços de institucionalidade. O golpe se sustenta sobre todos os espaços constitutivos especialmente na corte jurídica. O judiciário deve tomar decisões relevantes para a cidade e hoje não tem como eleger juízes e cristalizar as decisões. É uma forma sofisticada do controle da sociedade e que vai esvaziando as decisões em prol do publico. Através de um judiciário que estabelece a continuidade do interesse do capital.

Os meios de comunicação estão monopolizados, o que afeta a vida cotidiana, temos que pensar uma pedagogia que vai além do processo do fórum, e precisamos resgatar a função do estado democrático. O Brasil está deslizando para um estado de exceção e o mais paradoxal é que isso esta transformando numa condição natural da vida das pessoas. A desesperança é o principal obstáculo para retomar a luta. Na política não há uma resposta positiva se sim ou não, existe o “ainda não” que possibilita pensar numa proposta para a sociedade.

O debate de hoje aponta para uma crise de múltiplas dimensões, mas uma oportunidade para se colocar em um espaço de renascimento. O FSM tem que tomar as contra revoluções que vão se opondo as múltiplas revoluções de uma nova geração, e precisamos enfrentar isso. Para isso o FSM terá um papel de dar voz aos invisíveis para os povos que lutam por soberania e que não tem o olhar do mundo.

Síntese da Mesa – Damian (ABONG/BRASIL):

É melhor comunicar as lutas do mundo e saber reinserir as lutas locais dentro de estratégias do mundo todo. O FSM tem que ser um espaço de convergência que é uma forma de construir pontes nas diversas lutas. Pensar em uma forma propositiva, um modelo de desenvolvimento que queremos e quais estratégias de transformação social, não apenas lutas periféricas que não tem incidência, mas que vai passar pelos relacionamentos dos nossos movimentos

O FSM não é um evento, é um processo. A convergência que possa significar deve ser o resultado de articulações de lutas que estão se articulando no mundo todo.

Estamos numa batalha no campo das idéias, de criar novos paradigmas e novas narrativas que se opõe ao fundamentalismo e da extrema direita. Evidenciar essas narrativas.

Os eixos de mobilização que vamos pensar, também possam contribuir com a ressignificação das nossas alianças.

Oficina de Metodologia – FSM

Objetivos:

·       Contribuir para as convergências entre movimentos e lutas de resistência

·       Refletir sobre as metodologias já utilizadas nos FSM

·       Apontar eixos orientadores para o FSM 2018.

Metodologia da Oficina

Com base nas experiências dos últimos dois FSM – Tunísia e Canadá – e das discussões realizadas desde janeiro de 2017 no processo de preparação do FSM 2018 em Salvador, propomos a realização de uma dinâmica de grupos itinerantes que irão discutir três questões chaves:

Esta oficina de metodologia é um momento do CI-FSM aberto para organizações e movimentos sociais convidados que estão no processo do FSM 2018. Os presentes serão divididos em três grupos itinerantes que irão discutir todos os temas. Para apoiar esta discussão, serão preparados três espaços, um para cada tema, onde terá um grupo de pessoas facilitadoras que irão: apresentar o tema, informar sobre o que o grupo anterior discutiu sobre o tema, acompanhar e sistematizar a discussão.

Ao final, a síntese dos debates será apresentada na abertura da Mesa “O papel do FSM na construção das convergências dos movimentos sociais no mundo” que será realizada dia 18/10/2017 às 15h no PAF I da UFBA.

Questões chaves:

1.       O que nós queremos com FSM?

2.       Processos de convergências: Qual a relação entre os vários momentos do FSM? Marcha, atividades autogestionadas, assembléias de convergências e assembléias de movimentos e das lutas.

3.       Qual o papel dos eixos, temas e lemas no processo de organização do FSM?

Estou acompanhando o grupo 2 que está discutindo os processos de convergências. Nos debates de preparação do FSM surgiram as seguintes reflexões:

1.       É preciso pensar qual a relação entre as atividades autogestionadas, as assembléias de convergência e a assembléia dos movimentos;

2.       Será que os momentos importantes do FSM 2018 respondem ao objetivo das convergências: atividades autogestionadas, assembléias de convergências e assembléia dos movimentos em luta?

3.       As atividades temáticas de convergência são propostas por conjuntos de organizações, geralmente são cerca de 40 assembleias desta natureza em cada FSM... Como estes processos podem construir diálogos entre si?

4.       Dois momentos são fundamentais em que sempre estamos juntas e juntos. Deve ser dada uma atenção particular sobre estes: A marcha de abertura e a Assembleia dos movimentos e dos povos em luta;

5.       Papel das atividades autogestionadas: são muitas, geralmente cerca de 1.200. é uma riqueza do FSM, mas são muitas atividades dispersas, com poucas pessoas, muitas vezes limitadas ao público das próprias organizações. Uma possibilidade é sugerir critérios para convergência, tais como a inscrição de propostas com 3 organizações no mínimo, ou de 2 países diferentes.

6.       É a relação do FSM com os demais fóruns temáticos ou regionais? Como os acúmulos e processos destes outros fóruns podem dialogar com o FSM em sua edição centralizada?

7.       Como criar uma metodologia que possa garantir um processo cumulativo de construção coletiva?

Michel do Canadá está defendendo que no final do Fórum aconteça uma assembléia dos movimentos de luta que terá como metodologia juntar declarações e/ou representantes de fóruns e/ou eventos nacionais regionais ou temáticos e emitir uma declaração final. Ou juntar representantes de assembléias de convergência e realizar pequenas apresentações dos resultados de cada assembléia, buscando por exemplo usar várias formas de expressão.

Pierre da Cáritas Internacional apresenta as propostas da Rede Caritas para metodologia do FSM 2018

A função transformadora do FSM 2018 é alimentar através da intercomunicação auto-organizada, sentimentos, idéias, motivações e ações de seus participantes, pessoas e entidades, na sua diversidade de contextos culturais sociais e políticos.

Propostas:

1.       Dedicar 3 dias completos para atividades de intercomunicação auto organizadas, incluindo assembléias de convergência auto organizada por pelo menos 5 entidades (14, 15 e 16 de março);

2.       Estimular os organizadores de atividades acontecendo em Salvador dias 13 a 17 de março “abrir elas com participação remota via internet” para assim incluir participantes do FSM que não puderem vir a Salvador;

3.       Dar possibilidade para entidades que tem inscrito atividades no website, também poder colocar no website FSM 2018 “anúncios de iniciativas para outro mundo possível”, existentes ou emergentes assumidas pelo menos 3 entidades e com 3 datas-etapas de desenvolvimento na sociedade.

4.       Tratar equitativamente na programação as “assembléias de convergência”, auto organizadas. Acolher como “iniciativas” as declarações dessas assembléias com lista de entidades assinantes.

5.       Preparar com cuidado um momento final e forma de “Ágora de iniciativa” todo dia 17 com interações livres entre participantes e promotores de iniciativas, onde criar um “calendário de iniciativas FSM 2018” e o promover para a mídia, internet, participantes FSM, e o povo bahiano como resultado compartido entre comum.

6.       Planejar desde já uma comissão de facilitação post evento FSM 2018, estimulando autodocumentação de atividades e iniciativas no web site e atualização do calendário de iniciativas e recolhida de apoios on line para as iniciativas.

Francine/Bélgica: Existem várias formas de interpretar a relação dentro da diversidade e da convergência, essas coisas não são antagônicas, os fóruns são baseados na diversidade, que se respeitem a diversidade de todos. Mas se fizermos que essa riqueza sirva aos movimentos, precisamos buscar aquilo que apesar da diversidade identificar o que temos em comum. Nós que adotamos filosofias diferentes, sabemos no fim o que queremos com nossos direitos sociais e econômicos. Essa convergência começa antes, com o processo de aglutinação, ou seja, vamos buscar, por exemplo, quem são aqueles que trabalham com a proteção social, vamos ver se temos planos em comum, com base no objetivo do fórum e quais são os pontos que estamos de acordo. Precisamos existir politicamente, falando em uníssono, temos nossa diversidade, mas apesar disso, temos esses pontos em comum... isso pode dar voz, respeitando as ações de cada um, mas uma voz que tenha como mensagem, uma mensagem política.

Cinistro/Brasil: Como convergir com a periferia? O que podemos fazer para agregar a negritude toda da Bahia, a cultura local, que ela se estenda pelos movimentos que se encontrem. Sugestões: festas de ruas, ocupar o espaço fora da universidade, concentrar algum local que tenha publico ou fazer algo nas redondezas mas que tivesse um viés como foi em 2016 em Porto Alegre, que teve um show de rap no Largo Zumbi dos Palmares. É preciso algo que chame a juventude periférica que estão ao redor das cidades. Outra situação divulgar o que já existe para as pessoas chegarem aqui. Dar um viés ao IDjovem, que são táticas estratégias a serem adotadas a partir desse seminário. Algumas experiências em Porto Alegre dentro do Araújo, que era um local fechado e que poderia ser utilizado para uma atividade de cultura e não foi.

Norma/Brasil – Quando se fala de assembléia dos movimentos sociais que perguntar porque deixou-se de pensar na expressão “povos” sendo que os curdos, indígenas, quilombolas, não são movimentos, são povos e esses precisam estar contemplados nos temas quando falamos. A diversidade enriquece as lutas, sejam de mulheres/feminismo, então eles potencializam as identidades. Essa relação entre diversidade e convergência precisa ser considerada.

Armando/Brasil – proposta de encaminhamento. Ao inscrever a atividade e ser capaz de identificar tema, objeto, objetivos, conceitos fundamentais, ações efetivas, estruturas que tem.

Mudar a expressão convergência para aliança/acordo que traz pactos, compromissos. Os povos tradicionais de matriz africana acolheram além do ponto de vista do debate, mas de soberania alimentar, e que determinam os pontos que se quer os povos de matriz africana. Uma ação que pudesse contemplar os diversos povos.

Rita/Brasil – que comece com pequenas assembléias, mas o fato de dizermos isso para as pessoas não fará com que elas se organizem. Se não houver legitimidade com os movimentos de base vamos reproduzir uma metodologia de que ela é a política. Estabelecer o diálogo com esses seguimentos que são chaves para pensar em ações de resistência, (negro, mulheres) quais são as redes, atores, atrizes que chegam nas bases e qual metodologia para que cheguem nos pequenos movimentos e possam interagir. É uma responsabilidade grande de pensar com quem não estamos conversando no momento. É um esforço que está sendo feito no Brasil e que temos que fazer com todos que estão ao redor dessa mesa.

Claudio/Brasil – os anos passam, os golpes se repetem, e no campo da esquerda continuamos sofrendo com nossas brigas intestinais. Enquanto isso o capital está por trás de tudo se une com tanta facilidade. E nós não conseguimos por conta da virgula, da semântica de determinada palavra. Essas coisas se somam, são perfeitamente acopladas. É preciso pensar ações conjuntas para crescermos e nos fortalecermos. Para que fazer, o que fazer e como fazer. Queremos um mundo melhor, achamos que é necessário e possível. Quem é o inimigo comum? Conseguimos identificar que é o sistema capitalista? Se isso for verdade já é um ponto que pode unir a todos, a partir dessa discussão podemos perguntar o que fazer. Os métodos podem se somar em como fazer. Precisamos retomar a discussão sobre luta de classes, todas as outras discussões de gênero, ambiental, raça, todas cabem dentro da luta de classes.

Sergio/Italia – o CI tem um serviço, e se pudéssemos sair e lançar o próximo FSM e que vamos agregar a metodologia vamos acrescentar em dois caminhões: paralelos que podem chegar ao mesmo tempo. É o caminho clássico das atividades autogestionadas. Um outro caminho que podem ser mais ambicioso e que pode responder outros atores, que é um caminho que não tenho nome, mas que seja através de grandes alianças de lutas, ou seja um caminho que tenha que começar o mais rápido possível. Chegar a ter posições que possam ter ações em conjunto para responder a essas diversas questões que há. Estamos falando de dois caminhos que se respeitam e que em algum momento podem estar trabalhando em algum momento de luta e em atividades autogestionadas. Que seja complementar. Essa pode ser uma resposta que possa criar vinculo com outros setores/entidades.

/Curdistão – temos que organizar mais ações ou uma luta maior para que os povos vejam que o FSM organizam muitas coisas. Os curdos juntam esses sitemas com outro movimentos, partidos, pessoas que lutam contra o capitalismo. Todo problema que acontece pelo mundo afora é problema nosso. Quando há problema de mineração na Africa, esse também é um problema dos curdos, porque lutamos contra o sistema, e isso é um problema nosso. Os curdos tem que lutar, porque esse muro também nos pertence. Todas as organizações que lutam no mesmo sentido fazem parte de nós. De modo que o FSM tem que organizar mais coisas, não só por conta dos movimentos que organizam esse espaço, porque há muitos que estão lutando pelo mundo afora.

Gilberto/Brasil – diferença entre unidade e unificidade. O exercício da convergência precisa acontecer. Quando se reconhece na luta do outro reconhece pontos de convergência, encontrar elementos dos mais diversos. E além disso que identificamos, as grandes agressões mundiais, podem ser uma linha transversal. Diversas opressões que ocorrem em diversas partes do mundo. Uma convergência pode encontrar uma ação que se oponha fortemente a partir do local contra aquela coisa que tem um caráter de agrasseao regional ou universal. Essa questão de unidade transversal é muito fácil.

Resultado do Trabalho em Grupo

Grupo 01 - QUESTÃO CHAVE - O QUE QUEREMOS COM O FSM?

Nos debates de preparação do FSM 2018 surgiram as seguintes contribuições sobre esta questão:

1.           Queremos um FSM que dê significado para o lema “Resistir é Criar, Resistir é Transformar!”

2.           Um FSM com participação ampla de todos os movimentos e organizações de resistência nos seus diversos territórios a exemplo do movimento de mulheres, dos povos tradicionais, das resistências urbanas de periferia, do campo, das juventudes, das e dos artistas, dos povos e dos intelectuais “orgânicos” dos movimentos sociais etc.

3.           Um FSM que contribua para expressar a força e a capacidade da sociedade civil organizada, das suas múltiplas identidades, localmente, regionalmente e globalmente.

4.           Um FSM que possa favorecer à convergência entre movimentos, entre lutas e incidir de forma mais eficaz na conjuntura planetária.

5.           Um FSM que reafirme e valorize todos os seres humanos nas suas diferenças e diversidades (nacionalidades, étnico-racial, étnico-cultural, geracional, afetivo-sexual, cultural e artístico, de gênero, religiosa, das pessoas com deficiência, do meio rural ou urbano, etc).

6.           Um FSM que promova a causa e os direitos humanos e ambientais dos povos originários e tribais e comunidades tradicionais.

7.           Um FSM que possa contribuir para confluência dos movimentos de promoção dos direitos humanos e ambientalistas.

8.           Um FSM que contribua para manter a chama do pensamento utópico.,

9.           Um FSM que possa promover os valores e paradigmas da paz, da democracia,  do bem viver, da solidariedade, da liberdade, da justiça social e ambiental, da libertação e emancipação das mulheres e da defesa e promoção dos bens comuns.

10.         Um FSM que contribui com a formulação de disseminação de novas interpretações (narrativas), a exemplo de: anticapitalistas, antissexistas, anti-patriarcalismo, anticolonialistas, antirracismo anti-imperialistas, etc e outros.

11.         Um FSM que possa contribuir com a renovação das esquerdas, e as relações entre partidos políticos de esquerda e movimentos sociais.

12.         Um FSM que possa ressignificar o sentido da participação, tanto no seu processo metodológico de construção quanto durante sua realização.

13.         Um FSM que tenha visibilidade na sociedade local, nacional e internacional contribuindo para promover os valores, as práticas e as forças políticas de defesa da democracia.

14.         Um FSM que expresse a solidariedade com todos os povos que lutam por soberania e autonomia democrática (auto governança).

15.         Um FSM que mostre a força das resistências no Brasil, na América Latina e no mundo em um contexto de governo antidemocrático e do desmonte das políticas sociais.

16.         Um Fórum que seja coerente no seu discurso e na sua prática, no seu próprio processo de construção, promovendo a democracia interna, a horizontalidade, a transparência e a tomada de decisões coletivas. Que possa significar uma transformação das relações humanas e sociais entre os indivíduos que o frequentam.

17.         Um Fórum que possa aliar arte, cultura e política, o lúdico com a construção política.

18.         Um FSM diferente, inovador, mas sem negar o legado e os acúmulos que o FSM produziu nestes 16 anos.

GRUPO 02 - QUESTÃO CHAVE - SOBRE A DINÂMICA DAS CONVERGÊNCIAS – QUAL O PAPEL DA MARCHA, DAS ATIVIDADES AUTOGESTIONADAS, DAS PLENÁRIAS E ASSEMBLEIAS DE CONVERGÊNCIAS, DAS ASSEMBLEIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS....

1. O tema da diversidade é constitutivo do FSM, é nossa potência. Precisamos criar uma forma que essa riqueza some energia para nossas lutas nos territórios, nas cidades, nas nossas causas.

2. Preocupação que o esforço das convergências possa reduzir a nossas diversidade e com isso enfraquecer o FSM. Nenhum processo de busca de convergências pode ser autoritário, imposto, que frustre ou desrespeite a nossa diversidade e as iniciativas autogestionadas do FSM. A convergência é resultado de um processo de construção política conjunta.

3. A diversidade de nossos povos, territórios e movimentos é nossa força;

4. Que a nossa diversidade é uma riqueza e deve ser a base para buscar nossa ação;

5. Qualquer processo de convergência precisa respeitar essa diversidade;

6. A diversidade é o ponto inicial para buscarmos formas de fortalecermos nossas lutas comuns... a diversidade não pode ser um impeditivo da busca para ações comuns;

7. A metodologia, seja qual for, deve ser aberta, não impositiva;

8. As convergência é resultado de um longo processo antes, durante e depois do FSM... não é algo que possa ser construída somente no evento mundial;

9. Que deve levar em conta, não só os temas políticos, mas os povos e os territórios;

10. Assembleia Mundial dos Movimentos – Processo construído antes durante e depois do FSM... ter uma dinâmica que possa fortalecer e empoderar os movimentos sociais do mundo, que articule os

11. Ágora das Iniciativas – ser uma forma das organizações proporem iniciativas que podem ter adesões das demais e essas iniciativas podem se tornar numa agenda de iniciativas acompanhadas durante os processos entre os FSM;

12. O desafio é como a busca com as convergências pode enriquecer as outras lutas e movimentos...

13. Que os processos de inscrição das atividades, já foram e podem continuar sendo uma das formas de buscar que os temas e sujeitos comuns busquem realizar atividades comuns...

14. As convergências talvez sejam melhor viabilizadas nos territórios e não em âmbito mundial...Talvez convergência não seja a palavra... aliança, coalisão... agendas....

14. Ficha de Inscrições – combinar – Tema – Mulheres - com Objeto – mulheres no mundo do trabalho – objetivos do período – conquistar direitos no mundo do trabalho – estrutura que tenho – redes, movimentos, etc....

15. O Conselho Internacional, como uma instância facilitadora, podes propor que vamos trabalhar sobre dois caminhos que podem chegar ao mesmo ponto... caminho clássico autogestionada com toda a liberdade e um outro caminho, mais ambicioso que possa representar – construindo grandes alianças de lutas

16. Preocupação com o nome da palavra – o que interessa é a possibilidade de nos unirmos em torno de causas comuns...

17. As convergências talvez sejam melhor viabilizadas nos territórios e não em âmbito mundial...Talvez convergência não seja a palavra... aliança, coalisão... agendas....

QUESTÃO CHAVE 03

Qual o papel dos eixos, temas e lemas no processo de organização do FSM?

·       A proposta de que o lema – Resistir é Criar, Resistir é Transformar - seja estruturante da organização temática e do território do FSM 2018 evento

·       Estruturar três espaços/momentos:

o   Resistir

o   Criar

o   Transformar

·       DINÂMICA DE ORGANIZAÇÃO DO FSM 2018 – estruturar a dinâmica do FSM 2018 através de Eixos Temáticos e Lemas Orientadores. Exemplo:

o   EIXO: Justiça Climática

o   LEMA: Mudar o Sistema, Não Mudar o Clima

·       Que no processo de inscrições das atividades sejam feitas três perguntas para as organizações e movimentos proponentes:

o   O que sua organização/movimento faz/propõe para Resistir?

o   O que sua organização/movimento está propondo/realizando para criar?

o   O que sua organização/movimento está realizando/propondo para transformar?

·       Organização dos dias do FSM 2018

o   Manhãs para as atividades autogestionadas – 9hs e 12hs

o   Tardes para Plenárias e Atividades de Convergências – 16hs

OUTRAS INICIATIVAS APRESENTADAS

RESULTADO DA PLENÁRIA DA MULHERES PRESENTES NESTE SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO FSM 2018

1.           Cuidar junto as conexões entre o 8M e o FSM 2018

2.           Realizar um Plenária das Mulheres em momento próprio, separada das outras atividades – porque as mulheres estão em todas as atividades

3.           Constituição de um GT de Mulheres que vão fazer a interlocução do processo de organização do FSM

ÁGORA DAS INICIATIVAS

-             Já foi uma experiência iniciada no FSM 2016 no Canadá. Os proponentes apresentaram ideia de um processo de motivação para que as organizações e movimentos sociais participantes do FSM se dispusessem a apresentar as suas iniciativas e que, estas iniciativas estivessem num ambiente virtual – Agenda das Iniciativas – para que houvesse adesões de interessados, acompanhamento e mobilização comuns;

-             Foi constituído um Grupo do CI aberto para outras organizações e movimentos que vão elaborar uma pequena síntese da proposta para o GT de Metodologia e Programação do Grupo Facilitados para ver como incorporar a proposta do FSM 2018;

ASSEMBLEIA MUNDIAL DOS MOVIMENTOS

-             A proposta nasceu no FSM 2016 no Canadá de ser uma Assembleia dos Povos em Luta ou Resistências. Foi apresentada a proposta de como essa Assembleia poderia ser organizada, não somente no FSM 2018, mas como um processo permanente. A sugestão de nome é que seja uma Assembleia Mundial dos Movimentos.

-             Foi construído um Grupo do CI aberto para outras organizações e movimentos que vão elaborar uma pequena síntese da proposta para ser enviada ao GT de Metodologia e Programação do Grupo Facilitador para ver como a proposta se insere na dinâmica geral do FSM 2018;

 

Dia 16 de outubro de 2017.

 

Iniciamos com uma rodada de apresentações dos participantes sobre a mobilização que estão fazendo em vista do FSM 2018.

Armando/Brasil – Propõe sair com três ou quatro grandes temas para ser debatido no FSM. Temas chaves como democracia, monopolização da economia, controle de área estratégica.

Chico/Brasil – o processo do FSM está se desenvolvendo pelo mundo afora e na França acontecerá nos dias 2 a 5 de novembro o fórum antinuclear, como fazer a convergência com esse fórum para trazer o debate também para o FSM.

Representante da CUT: Estão debatendo na CUT de que é preciso realizar uma grande mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras, pois quando houve o debate no Canadá de que o que aconteceu no Brasil é um golpe alguns se posicionaram dizendo que não era um golpe. Hoje está claro que no Brasil houve um grande golpe e isso tem reflexos para a economia e democracia na América Latina. A CUT está propondo um grande evento com as centrais sindicais internacionais para fazer esse intercâmbio. Está fazendo mobilização local com a Cut/Bahia e uma mobilização nacional para possibilitar que as pessoas possam estar presentes em Salvador. Em consonância inclusive com o FAMA.

Odet/Brasil – É um desafio o FSM ser realizado num ano eleitoral no Brasil e merece atenção para que não seja dominado pelo processo eleitoral Brasileiro.

Paulo - Fórum Social Ciência e Democracia/Brasil – Farão atividades do fórum no FSM. Terão como eixos a descolonização da universidade e participação publica nas decisões de pesquisa entre outros.

Abdel Kadel/Marrocos - Serão organizados em cada país fóruns regionais para mobilizar todos os movimentos soias que emergiram e que não se conhecia para integrar todos esses temas e poder participar no próximo FSM, portanto estão trabalhando para ter recursos para trazer todas essas pessoas, pelo menos um número que represente todo esse pluralismo e a questão que se vê colocada para eles é para mobilizar os movimentos sociais africanos para que venham ao FSM e propôs um momento paralelo desse grupo de CI para discutir a presença africana.

Mireia/França - Gostaria de chamar a atenção do CI e do comitê de organização do FSM que há um “evento” intitulado “A Década Internacional para a Matriz Africana” e há um certo numero de organizações que se mobilizam desde a decisão para obter visibilidade das pessoas que são consideradas como sub-humanas. Há um verdadeiro trabalho a ser realizado sobre isso e precisa-se ver como as organizações afro descendentes Brasileiras/africanas podiam se apossar dessa década internacional para construir uma relação de forças, portanto não temos nada que esperar da ONU. Uma mobilização pode ser antecipada a partir das temáticas que trabalham os afro descentes. Os problema na Colômbia ou no Brasil as mesmos. Como o FSM pode tornar visível o processo da década de forma a trabalhar sobre a temática especifica afro descendente, que cruza a construção do capitalismo, a soberania alimentar, a restituição da terra. Isso se coloca no Brasil, Honduras, Colômbia, Caribe Frances, África, etc. A descolonização, mas especificamente aquilo que é identificado como a colonialidade do poder, do saber e do ser, portanto uma das problemáticas que podiam ser defendidas é como descolonizar as mentes, tanto aqueles que nos dominam como aqueles com quem trabalhamos.

Jaques/México – De 1 a 3 de novembro de 2018 acontecerá o Fórum Social Mundial das Migrações no México. Resistir, criar e transformar faz parte do universo que o tema da migração traz em si nos tempos da atualidade. Para nós cabe constituir um comitê para discutir esse processo. Não queremos só realizar um evento. As nações unidas vão emitir um novo pacto global com relação ao refugio e migração. Será todo cheio de poesia, mas o fato que é o que nos importa com relação aos governos serão desencontradas de tudo o que temos que fazer.

Jeniffer/EUA – “Para ser honesta esse realmente será um momento difícil para as pessoas dos EUA virem pra cá, não apenas por questões financeiras, mas pelas questões horríveis que temos passado. A esperança que nós recebemos quando participamos desses movimentos é o que nos sustenta para enfrentar os problemas que vamos ter que encarar que é a questão das pessoas que não possam sair, mas também aquele que saindo não poderão voltar.

Mauri/Brasil – No dia 23 de janeiro em Porto Alegre haverá uma grande mobilização sobre o Dia Mundial anti fórum econômico de Davos. Convoca a todos para realizar também atos em seus estados/territórios.

Calendário Provisório do FSM 2018

·       Lançamento do site do FSM – Novembro/2017

·       Inicio das inscrições de participantes – Novembro/2017

·       Inicio das inscrições das atividades autogestionadas – Novembro/2017

·       Participação na COP23, Bonn, Alemanha – Novembro/2017

·       Participação Jornada Continental – Montevideo, Uruguay – Novembro/2017

·       Assinatura apoio institucional do Governo da Bahia – Novembro/2017

·       Participação da Cúpula dos Povos em Buenos Aires – Dezembro/2017

·       Dia Ação Global Anti-Fórum Econômico Davos – Janeiro/2018

·       3º Seminário Internacional do FSM/2018 – Janeiro/2018

·       Limite para aquisição das passagens internacionais – Janeiro/2018

·       Encerramento das inscrições de atividades do FSM 2018 – Fevereiro/2018

·       Encerramento das Inscrições dos Empreendimentos EPS – Fevereiro/2018

·       Limite para aquisições das Passagens Nacionais – Fevereiro/2018

Programa provisório FSM 2018

·       Coletiva de Abertura – 13 de março de 2018.

·       Marcha de abertura - 13 de março de 2018.

·       Convergência sobre conjunturas internacionais – 14 de março de 2018.

·       Convergência sobre conjunturas continentais - 14 de março de 2018.

·       Atividades autogestionadas – 15 de março de 2018.

·       Assembléias de convergência – 15 de março de 2018.

·       Atividades augestioanadas – 16 de março de 2018.

·       Assembléias dos povos – 16 de março de 2018.

·       Atividades autogestionadas – 17 de março de 2018.

·       Reunião do Conselho Internacional – 17 e 18 de março de 2018.

COMUNICAÇÃO

Dimensão Política

1.       Importância de inserir e reafirmar junto à sociedade a mensagem do FSM - resistir é criar, resistir é transformar - em um cenário onde as resistências e alternativas precisam de visibilidade e reconhecimento, sonegados pela mídia e pelo modelo hegemônico.  (debate sobre o lema em maio)

2.       Importância de contrapor a afirmação histórica do FSM - outro mundo é possível - ao  descrédito  e apatia de setores da sociedade   e  de difundir a convocatória do FSM 2018 em meio às dificuldade de mobilização e engajamento. (Debates sobre o papel/relevância do FSM no CI)

3.       Esforço de aproximar a pauta do FSM dos movimentos de comunicação, midias livres e públicas e  de aproximar a pauta da luta da comunicação dos movimentos sociais que atuam no FSM ( diretriz do FMML, pauta da comunicação do FSM e Documento do ENDC de maio em Brasília)

4.       Possibilidade de avançar nos debates existentes no âmbito do conselho internacional d

5.       O FSM, do fórum mundial de mídia livre e, no Brasil, no  fórum nacional pela democratização da comunicação, sobre as estratégias de comunicação para as lutas sociais (ref. Debate CI de Porto Alegre e Documento do ENDC de maio em Brasília))

Dimensão Estratégica

1.       Incorporar experiências e aprendizados acumulados nos processos do FSM e das campanhas de luta com0 base para avançar e inovar na divulgação do FSM e nas propostas de comunicação para o movimento social (ref. Debate CI de Porto Alegre)

2.       Partir de um trabalho técnico organizativo local (coletivo brasileiro) , para o plano internacional, de modo a  deixar legados organizativos e de articulação com forte protagonismo dos movimentos que sediam o FSM 2018 (Estratégia em curso no processo geral do FSM 2018)

3.       Utilizar a linguagem oral como porta de entrada das informações, pautas e conteúdos para o trabalho de comunicação, em busca de autenticidade, acessibilidade, engajamento, estímulo à mobilização e facilidade na coordenação entre diferentes plataformas (Estratégia inicial em curso, com boa aceitação)

4.       Enfatizar temas e características do FSM relacionadas às lutas da sua diversidade - antirracistas, antissexistas, solidárias e sustentáveis - contribuindo ao enfrentamento dos retrocessos políticos, culturais, econômicos e sociais em curso no brasil e no mundo. (Com base em falas no Coletivo e web rádio até agora)

5.       Dar visibilidade às características históricas e contemporâneas da  bahia nas  resistências do povo brasileiro e africano, contribuindo para as resistências dos povos em luta contra a violência, a colonização, as ocupações, os deslocamentos forçados e os muros. (Com base em falas no Coletivo e web  rádio  até agora)

6.       Construir  divulgação internacional com engajamento de refugiados e imigrantes, de modo a incorporar as vozes  mais vulneráveis das relações entre os povos no atual contexto das guerras e calamidades  (Estratégia com base em diálogos iniciados)

7.       Priorizar tecnologias livres e compartilhadas e ocupar as redes sociais de modo orgânico e não comercial, de modo a estimular no FSM a leitura crítica da internet e das corporações de midia (Compromisso histórico do FSM com SL, docto do CI  e novas lutas da internet)

ROTEIRO OPERACIONAL - LINHA DO TEMPO

Maio

·       Decisão de acolhida do FSM em Salvador

·       Divulgação do seminário do FSM na página do Coletivo Baiano no facebook

Julho - endereço na rede

Lançamento de site - fase 1 contagem refressiva e multiidiomas

Criação de emails institucionais

Criação de página do FSM 2018 Salvador no facebook

Montagem do Subgrupo de Rádio

Agosto - Concurso de Log - Webradio- Releases

1. Concurso de logomarca SSA-SP-PoA

2. Boletins e programa de rádio experimental

3. Site fase 2 - Criação e alimentação da área de imprensa Port

Setembro - Organização de Rotinas Básicas

Programa semanal - português

Página do rádio

Divulgação de logomarca

Definição de Assessoria fixa em Salvador

Criação de rotina semanal para produção/ circulação de conteúdos

Aproximação da comunicação da UFBA

Criação do evento Seminário nas redes

Outubro - Foco nos Eventos de Salvador - CI/Seminário - Página de Cobertura - Canal de Vídeo - Reforço De Identidade Visual - Ampliação do GT - Ação de Mídia d Mobilização da Comunicação

Novembro - Abertura das Inscrições - Traduções Regulares - Boletins Internacionais

Dezembro - Reforço às Inscrições - Newsletter - Rotina Internacional -

Janeiro - Reforço às Inscrições - Notícias de Atividades e Mobilizações - Inscrições de Imprensa - Assessoria Interritório De Mídia

Fevereiro - Reforço às Inscrições - Programa  -  Território de Mídia

Março - O FSM E A Luta Das Mulheres -  Programa - Serviços - Credendiamento De Mídia - Assessoria De Imprensa  No Evento - Acolhida À  Cobertura Compartilhada

 

PLANEJAMENTO FINANCEIRO PROVISÓRIO FSM 2018

DESPESAS

·       Mobilização nacional – R$ 345.104,00

·       Mobilização internacional – R$ 185.782,00

·       Articulação – R$ 436.800,00

·       Apoio a presença dos movimentos sociais – R$ 1.725.000,00

·       Infra estrutura – R$ 1.162.000,00

·       Tradução – R$ 652.000,00

·       Comunicação - R$ 1.906.500,00

·       Apoio Atividades Políticas culturais – R$ 1.200.000,00

·       Logistica de Apoio – R$ 568.100,00

·       Economia Solidaria – R$ 1.2000.000,00

·       Voluntário – R$ 486.000,00

·       Apoio a participação de pequenos projetos – R$ 880.000,00

·       Total geral do orçamento – R$ 9.927.286,00

RECEITAS

·       Cooperação Internacional – R$ 2.000.000,00

·       Taxa de Inscrições – R$ 1.000.000,00

·       Organizações Brasileiras (Ongs, Centrais Sindicais, Movimentos Sociais) – R$ 827.286,00

·       Fundos Solidários – R$ 1.000.000,00

·       Governo da Bahia – R$ 2.600.000,00

·       Universidade Federal da Bahia – R$ 2.500.000,00 (não será em espécie, mas de estrutura)

·       Total da Receita – R$ 9.927.286,00

17 de outubro de 2017

Seminário Internacional do Fórum Social Mundial

8h30 – Desafios da Integração Regional – Latino americana e Africana – Soberania e integração dos povos por um outro modelo de desenvolvimento;

Dumezweni/Suazilandia – Africa - Os desafios da migração no Sul da África e suas causas: temos diversos estados soberanos, diferentes blocos onde negociam com os países do norte. Mas a questão principal que é um desafio é que os países do norte, os governos, estão utilizando as diversas estratégias também para invadir a nossa economia. Quer dizer que torna difícil para a região como um todo ser um bloco, permanece em silos, permanece países individuais. Acontece em razão principal da crise da política na região. O movimento de liberação que atende os promotores do capitalismo tem sido absorvido pelo capital e estão permitindo que as multinacionais cheguem ao nosso país e saqueiem nossa economia. Esse movimento de libertação agora está percebendo que são ditadores de massa. Os movimentos sociais têm entendido isso e dizem que não podem continuar assim por muito tempo. Precisam globalizar como África em todo o globo. Tem diversas escolas de cultura popular em diversos lugares, um exemplo é a escola de ecologia que tem objetivo de focar nos jovens.  Trata de todos os acordos de comercio na cidade do Cabo. Diz que: “Seremos um mundo quando estivermos unidos e somente assim enfrentaremos os desafios políticos, a partir desse entendimento poderemos compartilhar a solidariedade”.

Hamouda/Marrocos – Temos um problema econômico na África que envolve todos os recursos naturais que são explorados pelos países do norte. Não há integração sem que os povos sejam integrados. A união africana tentou integrar e impulsionar para que todos os povos sejam integrados nesse processo, conseguiram um pouco discutir com as populações o resto não conseguiu acompanhar esse processo. Na África do Norte criaram, em 2002 o fórum social magrebino que tem discutido a problemática na região para desenvolver e que essa integração seja real. Ano passado organizaram 5 grandes seminários, dois internacionais e 3 regionais.

Decidiram apoiar todos os movimentos sociais que emergem na região, principalmente de jovens que se expressam e se revoltam contra a corrupção, desigualdade e desemprego. Tudo isso faz com que as recomendações que temos haja uma transformação e proponha alternativas econômicas, querem um desenvolvimento justo e duradouro frente a política da união européia e FMI.

É preciso que os países e parem de comprar armas e enfrentar a problemática de guerras, precisam que as regiões sejam pacíficas. A sociedade civil tem papel fundamental para a resolução dos conflitos. 

Como as integrações regionais põem em valor as demandas dos povos essas são estratégias e no FSM irão rediscutir e dizer isso de forma latino americana, africana, asiática, de tentar ver como juntos desenvolverão uma real integração.

Liege/Brasil – Vivemos na America Latina um período que nos faz lembrar anos atrás, na década de 60, um avanço das ditaduras militares. Foram anos que, quem viveu, não quer jamais viver. Depois tivemos uma onda progressista democrática na America Latina, com as eleições de Chaves, em Honduras, Paraguai, Equador e no Brasil. Nesse período o mecanismo de integração regional, como o MERCOSUL que antes visava só o comércio e economia desses países, teve um avanço dos governos progressistas e começaram a ter uma participação dos movimentos nacionais nesses espaços de articulação, faz com que se tenha movimento para além de governo, mercado, comercio. Nesse período também é necessário a participação de alguns fóruns sociais nas Américas, que eram são espaços importantes de articulação dos movimentos da América Latina e Caribe. Esse momento foi promissor de avanço das lutas e de conquistas de direitos.

Hoje vemos um retrocesso que começou com o golpe de Honduras e Paraguai as ameaças ao Equador, assim como o golpe no Brasil e a investida na Venezuela. Houve igualmente um retrocesso na Argentina. Hoje existe uma aliança do governo brasileiro com o argentino que esvaziou o MERCOSUL fazendo inclusive reuniões sem que os movimentos saibam. Isso mostra que cada vez ser precisa organizar para resistir. É importante que nesse processo de realização do FSM possa de fato retomar essa participação. Isso nos coloca que resistir é preciso. O que acontece na Venezuela não diz respeito somente ao povo da Venezuela, diz respeito ao povo da America Latina.

O governo brasileiro quer entregar a base de Alcântara e para esse momento também precisa de articulação dos movimentos sociais para fortalecer essa integração. Todas as organizações precisam respeitar as diversidades, mas construir a unidade de luta. Defender e definir bandeiras, a partir da defesa da democracia. A presença das mulheres na luta é importante. Finaliza dizendo que: “Resistir é fundamental, transformar é fundamental, criar é fundamental, mas principalmente a nossa união é fundamental”.

Jussara/Brasil – Inicia a fala, com o punho em riste: “Viva a Luta do Povo da Venezuela que resiste ao imperialismo!” A historia é sempre aliada, e num momento como esse é preciso reafirmar que “Outro mundo é possível”. O FSM com suas dinâmicas precisamos refletir e aprofundar os temas. As palavras têm que se transformar em ação, Morte e Vida Severina nos ensina isso. A temática  é um grande desafio regional versus a cotidiana e presente colonização de um projeto imperialista que responde com invasão militar, isolamento e ingerência na soberania nos povos. Estamos vivendo um fascismo na nação brasileira, a resposta é a resistência. Há um declínio da super potência e a emergência de novos, como a China. Criam-se projetos contra hegemônicos, quando surge essa perspectiva, o imperialismo se impõe e tenta regenerar a ordem conservadora. As transições não serão pacíficas pela agressividade da potência hegemônica porque tem que fabricar guerras. Estamos falando de uma guerra civil e tem aliados para isso.  

Essa ofensiva ao imperialismo desperta a luta democrática dos povos. O contraponto é a luta por libertação e essa é luta de classes multilateral imperialista. Cada um tem suas características, isso é riqueza para o contraponto ao império. É preciso reafirmar em cada país interação continental as forças populares progressistas e revolucionárias, porque não será qualquer briga de gente pequena com maiores, é briga por libertação e por direitos.

Edson Augusto Nogueira/Brasil - Porque estamos aqui e quem somos nós? Fala também pensando nos 3 bilhões de africanos que foram escravizados e povoaram a America Latina. Há meio milhão de unidades territoriais tradicionais no Brasil, que são locais que guardam o conhecimento vivencial e conseguem conexão no dia a dia com essa população. O Brasil se coloca como 54% da população negra, esse cenário diz respeito a população afro descendente porém, estão carentes de se entender como atores desse cenário. A migração que vivemos hoje é fruto da migração forçada antigamente, e é necessário pensar conjuntamente como enfrentar isso.

Mohammed/Saara Ocidental – os países africanos depois da independência iniciaram o processo de integração. Esse processo se busca uma direção entre consenso dos estados.

11h – Democracia e comunicação: violação à liberdade de expressão e a importância das mídias alternativas;

Rita Freire/Brasil – essa mesa simboliza não só a aproximação, mas o compromisso com as lutas sociais. É um desafio para todos, não só de um segmento, mas a nossa necessidade de ter voz e nos colocar.

A mensagem, mesmo quando é pro próprio movimento não está chegando a todo o público, dependendo do que se publicar, não chega às vezes nem para a mãe. A preocupação de que não está chegando, requer estratégias e criar alternativas, que remetem não só a grupos voltados a comunicação que estão priorizando nos fóruns, mas só terá efeito se for compartilhada com pessoas comprometidas com a resistência.

No âmbito das mídias livres se fez ações, missões, visitas por exemplo para Palestina e Tunisia para dar visibilidade ao que não se tem visibilidade. Essas vozes e lutas precisam ter visibilidade. Muitas vezes essas vozes não chegam até nós mas precisamos romper com isso.

É preciso lembrar também que a mídia publica sempre teve um papel fundamental de levar a produção da comunicação para uma rede e veículos que estão no país. Foi feito um debate na Tunísia com representantes da Grécia que também tinham esse tema. A mídia publica também é uma questão do FSM, que estão sobre ataque. Não podemos perder a perspectiva da mídia publica sob gestão da sociedade também é livre. Encerra dizendo que: “Resistir é criar, resistir é transformar, nada disso se faz sem comunicação”.

Norma Fernandes – Universidade de Córdoba/Argentina – o capitalismo afetou todos os produtos, mercados e territórios e isto está baseado em tudo o que aconteceu na América Latina, com a pior direita de volta ao poder. Isso tudo esteve na base, na raiz, e essa espécie de manipulação midiática é perversa e eficaz. Isso é um dispositivo integral porque que vem através de todos os meios de comunicação e chega até o povo de forma permanente, sem que as pessoas possam refletir o que ouvem/lêem/vêem. Dizem as mesmas mentiras horas após horas e três dias depois essas mentiras desaparecem e surgem outras. Esse dispositivo está relacionado com a colonialidade, com uma resignação das populações diante do poder, mas acima de tudo a base desse dispositivo é a inoculação do ódio gota a gota que vai além dos aspectos racionais, daquilo que as pessoas nos convencem através dos seus discursos e do impulso a odiar o outro, a odiar o que é diferente. Os antropólogos propõem que diante de todas as crises econômicas esses grupos voltam mais resistentes.

Esse ódio que as mídias destilam em todos os diferentes formatos tinham como referência nossa frágil democracia. É muito difícil entender que na Argentina, por exemplo, um dos primeiros regulamentos foi cortar a pensão das pessoas com necessidades especiais, imaginem o nível de perversão e maldade.

Renata Miele - FNDC/Brasil – o FSM se construiu em torno de uma utopia de que é possível construir um novo mundo, porém pra construir isso, precisamos alterar as estruturas de poder da sociedade, que são várias: do Estado, judiciário, parlamento e da comunicação. É preciso avançar no ambiente de comunicação que temos na sociedade. O país teve a primeira vez na sua historia um governo que era oriundo do movimento social, que por mais que fosse um governo de coalizão, em disputa e que tinha dentro de si diversas contradições era um governo que poderia concretizar lutas históricas da população brasileira.

Muitas lutas conseguiram minimamente ter visibilidade nesses 13 anos. O tema da comunicação foi negligenciado nessa agenda de conquistas porque o próprio movimento social não compreendia de maneira mais ampla o papel da comunicação, que sempre foi visto como instrumento de luta política fragmentada (cada um no seu sindicato/partido/movimento), e não como debate político estruturante, por isso precisa ter uma agenda própria. Então o movimento não tinha essa compreensão nem o governo.

Houve num primeiro momento uma inocência política, que sempre cobra um preço caro, de que se podiam fazer alianças com os meios de comunicação privado.

Nesse tempo houve alguns avanços importantes:

1.       Criação da EBC - Empresa Brasil de Comunicação em 2008, que foi um embrião de um processo de enfrentamento, onde passamos a ter uma comunicação pública mas, com diversas dificuldades com a própria construção da programação, onde não havia um processo a ser seguido, estavam ainda entendendo como fazer comunicação publica.

2.       Aprovação da lei que prevê cotas de conteúdo independente na TV por assinatura. A TV por assinatura veicula 90% de conteúdo norte americano que não dialogam em nada com a realidade do povo brasileiro.

3.       Aprovação do marco civil da internet – tida como uma das referencias internacionais na questão.

Avanços esses frutos da luta, pós Conferencia Nacional de Comunicação, mas isso é insuficiente diante de um país que vive um monopólio que está a serviço de um poder econômico que dirigiu o país diante séculos e que invisibiliza a luta do povo brasileiro, que impõe padrões sociais e culturais. Passou então a disseminar os discursos de ódio na sociedade brasileira para criar medo na sociedade, mas principalmente para dividir a luta e impedir os avanços políticos e sociais que vinham acontecendo.

Os nossos governos abdicaram da estratégia de fazer disputa política e ideológica dentro da sociedade, fazendo com que não se enxergue a realidade como algo sendo diferente. Ao não fazer esse discurso permitiu-se que os meios de comunicação fizessem o discurso de ódio onde se abriu caminho para a construção e legitimação de um golpe que foi dado no país em 2016.

Acreditavam que podiam ganhar as eleições, mas conseguiram a partir do discurso midiático, dar um golpe, que foi dado porque o governo ousou enfrentar minimamente os interesses econômicos e só foi possível porque o governo inclusive não enfrentou as reformas estruturantes, como a democratização da comunicação.

A única emissora de televisão que tem ouvidoria é a EBC, e que foi atacada como uma das primeiras medidas do governo Temer. A partir do golpe os poucos avanços conquistados começaram ser destruídos como todas as políticas publicas conquistas. As medidas administrativas pioraram de maneira mais grave, porque é preciso pagar a fatura do golpe. A mídia esta no centro do golpe.

Renata diz que: “É preciso dar recursos para as mídias alternativas, fortalecendo os veículos alternativos. Como fica a luta pela democratização num país onde vivemos um golpe de estado e não reconhece o presidente da republica? Vivemos num estado de exceção onde a liberdade de expressão vive ataques emblemáticos”.

Uma maneira de chamar atenção da importância da comunicação como instrumento e agenda política é mostrar que a liberdade de expressão está no centro dessa luta política. Sem um ambiente diverso e plural o que floresce é o fascismo e o discurso de ódio.

Procurem no youtube vídeos da Campanha Calar Jamais

Bia Barbosa – Intervozes/Brasil – Apresentou o relatório de um ano da Campanha Calar Jamais, que recebeu quase 80 denuncias de liberdade de expressão e que nunca foi garantida de maneira plena no nosso país. Não se começou a apanhar em protestos agora, sempre se apanhou no Brasil.

Num contexto de golpe se percebeu que com o lançamento da campanha, houve uma escalada do cerceamento da liberdade de expressão, que atinge todas as regiões do país, desde as capitais as pequenas cidades. Houve uma ampliação do uso do judiciário para calar vozes e uma diversificação do tipo de liberdade de expressão.

O Brasil sempre esteve no ranking dos países mais violentos para quem trabalha com comunicação. Houve uma escalada e uma diversificação, o relatório traz essas informações e está virtualmente disponível no site da campanha.

Categorias que são apontados no relatório:

1.       Cerceamento a comunicadores e jornalistas que trabalham com comunicação, não só dentro das redações, mas dos comunicadores alternativos, blogueiros, radialistas;

2.       Cerceamento à diversidade cultural com todos os casos da exposição que começou no Santander em Porto Alegre e no MAM e que hoje motivou a diversos projetos de lei em municípios proibindo tais manifestações;

3.       Cerceamento aos servidores públicos que ousaram erguer suas vozes contra o desmonte do país;

4.       Cerceamento às redes sociais onde o cidadão passou a ser cerceado à liberdade de expressão no pouco espaço que tem, é preciso questionar o poder dessas redes, que utilizavam o poder judiciário e também as próprias plataformas.

5.       Cerceamento aos protestos e manifestações, com mortes inclusive.

6.       Desmonte da comunicação pública no país que dá voz a diversidade, não é só a constituição que é desrespeitada, é a liberdade de expressão da sociedade como um todo. A violação publica é cotidiana.

Esse relatório não só da visibilidade, mas se espera que esse relatório seja levado às autoridades competentes, mesmo que o judiciário seja, às vezes, o agente de violação a liberdade, mas será enviado aos organismos internacionais especialmente para ONU e OEA. Esse relatório mostra a gravidade do Estado que nos encontramos.

Denunciem, pois se precisa sistematizar essas denuncias para dar visibilidade a esse tema, assim como todas as retiradas de direitos que temos.

Finalizando, dizendo: “Não há sociedade democrática sem mídia democrática.”

15h – A onda de intolerância no Brasil e no mundo;

 

18h – Gênero em Movimento: a revolução dos gêneros e o impacto sobre a cultura social dominante;

 

20h – Cultura de Resistência – Criação e diversidade em campo por transformações.

 

18 de outubro de 2017

8h30 – A quarta revolução industrial e a precarização do trabalho

Inalba Fontenelle/CTB –Reforçou que a construção deve ser coletiva e é preciso agregar-se aos grupos de trabalho para contribuir com o FSM.

A participação cada vez mais se dê não só no mundo do trabalho mas em toda a sociedade, é preciso usar da união e também do ser mulher para ser diferente.

Tivemos as revoluções industriais, mas a mulher não evoluiu no sentimento de sair do mundo privado e ir pra sociedade. Sair de um pensamento individual e ir para o coletivo. Há um pensamento de que não iremos fazer só um movimento feminista, mas de um entendimento a questão de gênero, que não é somente feminino e masculino, mas é como cada um/a se identifica. Não se pode perder de vista a construção de uma sociedade emancipada e que encare uma transformação diferente. Enquanto a mulher não existe um papel elevado de uma mulher não existirá conscientização de que a mulher tem o mesmo direito dos homens.

Que papel as mulheres vão ter diante dessa transformação no mundo do trabalho. Que papel assumirão?

O golpe contra a Dilma foi também simbólico, pois ela assumiu um papel onde nunca foi espaço de mulher.

É preciso construir espaço onde a mulher não pensa só na luta pela questão da educação, da moradia, dos direitos sociais, mas pensa muito mais em constituir-se como ser humano que precisa do trabalho para conquistar as relações humanas e independência.

As mulheres consigam se reafirmar dentro de suas organizações, mas além de tudo que possamos ajudar a luta das mulheres pela emancipação de toda sociedade e seja refletido também pelo suporte que os sindicatos podem dar nesse processo.

A revolução deve vir, mas muito mais do que as discussões de ser contrário ou a favor, é que tipo de revolução irá acontecer e como a mulher será inserida.

Hamoud/Marrocos – esse debate ajudará para nós desenvolvermos juntos, uma visão para o futuro das novas formas de luta que vão instalar de fato um processo para chegar a desenvolver essa concepção como foi chamada de ser “cidadão do mundo”. Essa identidade ligada à nação pode através do FSM desenvolver uma identidade própria para cada u para que possamos caminhar a outro o qual vamos lutar juntos. Estamos num processo para criar, transformar e resistir. O essencial que atinge o trabalho e direito de nossos filhos de ir para a escola e o direito integral ou a mudança do seu país/nação, portanto é um trabalho que vai exigir muito mais, se formos unidos podemos como nossos ancestrais desenvolver nossa concepção nova e instalar nosso plano de ação e de trabalho. Devemos começar baseando-se sobre tudo aquilo que capitalizamos e criar para o futuro. Conta-se muito com o FSM e é uma nova abordagem que deve-se usar para juntar. Deve-se colocar a juventude no centro da ação do FSM da Bahia.

(...) – CUT/Brasil – Não adianta termos trabalho se não termos trabalho seguro. A reforma trabalhista afasta o trabalho do real espaço de luta que é o espaço sindical. Tem se colocado na cabeça do/a trabalhador/a de que “Prefiro ter um trabalho que estar filiado a sindicato”. Percebe-se que de agora para frente os/as trabalhadores precisam cada vez mais dos sindicatos que é quem combate as reformas e a precarização do trabalho. É onde se dialogam juntos todas essas pautas. É importante que possamos continuar debatendo isso para ter mais mesas de debate e construções.

Nivaldo Santana – CTB/Brasil – a grande crise do capitalismo nos anos 30 desembocou na guerra mundial. Agora vivemos o mesmo tempo.

Não há justiça social se não houver desenvolvimento. Em 1980 o parque industrial brasileiro era superior ao da China, hoje eles se transformaram na maior potencia mundial. Nos últimos 10 anos triplicou o salário chinês. Existe uma guerra ideológica que pode ter alguma distorção com relação a China.

Infelizmente o problema da precarização do trabalho, o Brasil aprovou a tercerização e a reforma trabalhista que em certa medida torna o trabalho precário. Como enfrentar a precarização do trabalho nos processos produtivos?

11h – Terras, territórios e justiça social e climática

Clarice Linspector – Das vantagens de ser bobo

Francine – Justiça Social em nível mundial/Bélgica – A justiça climática é uma justiça social. Neste momento é muito importante concentrarmos toda nossa atenção na justiça social, porque também é um tema da agenda internacional. Para nós isso não é suficiente, queremos mais. Queremos passar de um sistema de proteção social e para transformação social.

Tarefas que temos:

1.       Urgência de dar proteção as pessoas, através dos direitos econômicos e sociais. O sistema neoliberal em todo o mundo está desmantelado, queremos fortalecer esses direitos para que possamos enfatizar os fatos para que precisemos dessa proteção em todas as partes do mundo. Não precisamos só lutar contra a pobreza, queremos prevenir ou evitar a pobreza, fazer com que ninguém conheça a pobreza.

2.       Não é suficiente ter o sistema que temos na América Latina e Europa. A economia e a sociedade mudaram e precisamos de mais, as mudanças ecológicas também precisam de outra conceituação a parti da proteção climática.

3.       Ao falar das mudanças climáticas, muitas vezes pensa-se que as medidas para promover a justiça climática têm que levar em conta as diferentes necessidades dos pobres, que as medidas adotadas não afetem determinados grupos sociais. Por exemplo: se o governo dá subsídios para comprar veículos elétricos não vai servir aos pobres, muito melhor subsidiar transporte público, mas também se pode investir no meio ambiente. O que percebemos agora é que as organizações internacionais como o Banco Mundial o que fazem é publicar números com relação a pobreza extrema mas o que vemos é que há um pequeno grupo riquíssimo de 1% que está no topo. O grupo de 10% de pobreza extrema na base da pirâmide. Um grupo enorme que está acima da base só que esse grupo ainda é muito vulnerável.  Não se pode continuar dessa forma do ponto de vista ambiental, essas conseqüências se mostram de diversas maneiras como o fluxo migratório que se vê em todo o mundo e também sobre o dano ecológico e sobre a conseqüência que tem no sistema econômico e também que traga danos às praticas do direito. Os pobres não têm alternativas, eles têm que utilizar produtos mais nocivos, comer uma alimentação menos saudável, tendem a usar um transporte mais poluente. Essa questão de mudar o sistema de proteção social além disso pode-se proteger o meio ambiente e contribuir com a justiça social. Por isso pensamos que precisamos reconceitualizar a proteção social para que envolva os diferentes pontos que possam levar a uma justiça ambiental melhor.

4.       Temos que nos perguntar como fazer isso, como proteger as pessoas e como fazer com que a proteção possa contribuir com a justiça social e ambiental?

O principal objetivo é promover uma filosofia diferente em termos de proteção social que vá muito além dos direitos tradicionais que inclua as necessidades do meio ambiente e reduza esse hiato da proteção.

O objetivo é romper esse novo paradigma que foi introduzido em todos os continentes é um sistema de proteção social que está a serviço do mercado e da economia.

Ivo – Deseer Assessoria/Brasil – a terra é finita e limitada, para o capitalismo se quer produzir sem cessar para que as pessoas consumam incessantemente. A terra será inabitável, desmata-se de maneira incrível, a água doce está sendo consumida de maneira que não se repõe. (Ver o artigo de Roberto Malvezzi – Hidrocídio). Os alimentos são envenenados por agrotóxicos, o brasileiro consome 5,8 litros de agrotóxicos por ano. A principal fonte de energia utilizada no mundo são os combustíveis fosseis. O sistema econômico quer ser produtivista e consumista, se continuar nessa maneira a vida na terra será morta. É preciso pensar outro tipo de modelo, outra forma de organizar a sociedade.

Boa parte da esquerda e dos movimentos sociais consciente da gravidade enfrenta a contradição principal. O Brasil podia ser o maior produtor de energia solar, as o governo não investe.

Precisa-se mudar a maneira de produzir alimentos a partir da agroecologia. Infelizmente não é assumida como política pública, em contrapartida o que é, é o agronegócio.

A importância da Amazônia não e valorizada, visto a recente “quase” entrega do território.

Ressaltou a importância da Articulação do Semi árido que permitiu mudar a situação das pessoas que convivem nessa região. Há saídas, através das tecnologias sociais, que precisam ser ampliadas.

As cidades precisam ser pensadas para as pessoas e não para os carros. Se tivéssemos transporte publico suficiente, as pessoas não utilizariam tantos veículos.

Os bens hoje são feitos para não durar. Temos que acabar com as propagandas, como acabamos com a de remédio, a dirigida para as crianças, pois é isso que impulsiona o consumo.

É preciso construir outra concepção de desenvolvimento que permita as pessoas bem viver.

Antonio Zambrano – Forum Social Panamazonico/Peru – o que é mudança climática? Quando se pergunta para um campesino ele responde que a mudança climática é uma rã pequena pois ela permitia entender quando iria chover, quando deveria semear, hoje ela já não existe mais nas comunidades do Peru, então isso é mudança climática. A mudança climática não é uma luta contra os gases que estão presentes na atmosfera, é uma luta em defesa do que significa o território com aquilo que construímos no nosso entorno. Nos últimos 50 anos perderam 56% de toda massa de água que estava armazenada nas geleiras, 20 bilhões de m³ que não chegaram a lugar nenhum, nem na Amazônia, nem em SP. A mudança climática começa a ser não apenas motivo de luta para as organizações ela começa a ser uma necessidade que não podemos deixar passar de nossas lutas feministas, sindicais, de jovens.

Pedro Romildo – Sindae - FAMA/Brasil – Em março de 2018 em Brasília acontecerá o grande mercadão da água. Enquanto sociedade civil e movimento ambientalista têm que elaborar um documento de contraposição ao mercadão da água.

Porque o Brasil foi escolhido para sediar esse mercadão? O Brasil é detentor hoje das maiores reservas de água do planeta, há quem diga que 16% de toda a água do planeta estão concentradas no Brasil.

Foi descoberto o novo lençol freático, chamado SAGA, essa reserva de água dará para abastecer parte da America latina por mais 450 anos.

O FAMA está fazendo uma contraposição ao FMA, foi feito um debate em Salvador e estão acontecendo nas demais regiões do país sobre o que vamos defender em Brasília.

O Estado deveria cuidar da saúde, da educação, das questões relativas ao meio ambiente e da água, mas a experiência que se teve nos anos 70 e 80 é que a gestão das águas foi privatizada. Essa onda acabou atingindo a AL como um todo e vivemos a experiência de privatização da água no Chile, Argentina, Peru e em vários países na África. Passando 30 anos, recentemente a mídia inglesa sinalizou que as experiências de privatização foram negativas, isso é um dado real. Os serviços prestados pelas companhias internacionais não deram conta daquilo que colocaram que fariam que era a universalização da água. As tarifas nesses países subiram de forma absurda. O processo de privatização na Europa aumentou as tarifas em 70%. Na França, foram 200%, países aonde a inflação não chega a 1%.

O desafio era garantir até 2.033 que todo povo brasileiro tivesse acesso a água e esgoto com investimento de 510 bilhões, o governo golpista não destinou nenhum centavo para saneamento, ou seja, o BNDES será banco de fomento para fazer o processo de privatização da água no Brasil

A água não é mercadoria, é um direito de todos e a todos pertence.

Severino Souto - MTST/Brasil – A importância da luta de classes no chão de fabrica está tal quanto na dinâmica da luta pelo território da cidade. O direito a cidade vem ganhando espaço, mas é preciso ampliar essa jornada de lutas.

Para debater é preciso saber quem tem a terra urbana e a quem ela serve que é ao grande capital. O domínio dessa cidade e a disputa dela pelos trabalhadores é desigual, porque quem domina são os empreiteiros e dentro dessa realidade é importante colocar que o capital tem avançado nesse processo de geocentrificação da população, que expulsa os povos do centro da cidade para as periferias.

Onde mora o povo desse solo urbano? O que sobra é as periferias, que é o único reduto que os trabalhadores têm, com uma estrutura precária e desumana. Essa expulsão não é feita por nada, é para fazer da cidade, um centro exclusivo do capital.

A moradia popular, que é uma luta que mexe na correlação de forças real dessa condição de emaranhado do capital. Para isso precisa-se compreender o déficit habitacional que há no país. Existem 6 milhões de famílias sem terra no país, há 7 milhões de imóveis vazios, existe tanta terra sem gente e tanta gente sem terra. Há quem está a serviço as prefeituras e estados brasileiros?

Cleiton – Povo Tradicional de Matriz Africana/Brasil – O holocausto da escravidão retirou os povos de seus territórios que eram sagrados e esse processo continua hoje. Se comemos comida que não foi produzida em território sagrado nós estamos em insegurança alimentar. Então não ter terra é a continuação de nosso extermínio. Além da terra, a poluição nos extermina porque rompe nossa conexão com o território sagrado.

Sem território e sem terra já estamos. O FSM é um espaço para garantir essa pauta internacional das políticas publicas para as comunidades tribais e tradicionais. É importante que se crie um espaço para todos os povos tradicionais, pois existe uma diversidade de povos no Brasil (quilombolas, faxinalenses, quebradeiras de coco, indígenas...).

A tradição alimenta não violenta!

15h – O papel do FSM na construção das convergências dos movimentos sociais no mundo

Apresentação do trabalho em grupo (imagens)

Gustave Massiah - Attac/França - Porque nós frisamos de forma tão importante a questão das resistências, porque precisamos ter vontade de resistir. A revolução não é como uma grande tarde que vai mudar tudo, é um processo descontínuo e contínuo. É aquilo que o fórum social de Belém afirmou, há a necessidade de uma transição ecológica e democrática, então temos um projeto e podemos relacionar a resistência e a criação. Esse laço é muito importante, a idéia que os movimentos juntos definam uma estratégia, que é de relacionar a questão da urgência da resistência às alternativas de projeto. Belém propôs medidas de urgência com a questão dos paraísos fiscais, da divida, do poder financeiro, mas de abrir a perspectiva de transição ecológica e democrática, mas de novas maneiras de pensar o bem comum. O bem viver e radicalizar a democracia.

O mundo está mudando e devemos responder a essa questão da mudança do mundo é aquesto da modernização, porque o capitalismo moderniza a sociedade? O capitalismo é capaz de se revolucionar ele própria pra se transformar a um novo capitalismo. Nós não respondemos bem a modernização. Gramsci diz que a modernização sempre da mais poder ao capital, a idéia do crescimento, do produtivisimo. Devemos propor uma modernização progressista, não podemos dizer que o capitalismo propõe uma modernização regressiva. Devemos inventar uma nova modernização.

Para nós os atores são os movimentos, classes, povos, e a partir dessa revolução que temos que debater.

As revoluções sempre são curtas, mas as contra revoluções são longas e que não anulam nunca a revolução, principalmente aquilo que nasceu na revolução, às novas idéias, as novas formas.

Cinco revoluções que estão acontecendo:

1.       Revolução dos direitos das mulheres

2.       Revolução dos direitos dos povos

3.       Revolução do mundo digital

4.       Revolução da ecologia

5.       Revolução das migrações

Há uma grande violência porque aqueles que dominam o mundo têm medo dessas revoluções.

Salete – Clacso/Brasil – são quatro pontos que devemos dar atenção daqui até março:

1.       Queremos um FSM que tenha significado, precisa ter pra nós que já estamos no processo há muito tempo, continuar tendo significado para quem veio se agregando ao processo, ganhar um novo significado para este momento, e ter um novo significado para quem chegará em março.

2.       A participação da diversidade com significado e atuação. A metodologia sempre vem agregando propostas novas para garantir isso.

3.       Convergência do que é possível, pois não obrigada nenhuma organização/movimento. Mas a metodologia consegue congregar e facilitar para quem participar consiga fazer as incidências nesse mundo que dissemos que não queremos.

4.       O respeito a pluralidade e a diversidade. Isso é condição de participação, não é fácil pra ninguém, mas é um espaço de aprendizagem. Requer coragem de quem vai trazer suas causas e lutas.

Três áreas que precisam dialogar com a metodologia e o programa:

1.       A cultura – esse espaço e essa forma de interação da cultura precisam dialogar desde já com a metodologia para que a sintonia aconteça, que é um espaço de pluralidade e diversidade e precisa ter um mínimo de organicidade para que as pessoas se sintam incluídas.

2.       Espaço inter religioso – Esse lugar pulsa muito as questões religiosas, então precisa ser fundamental esse diálogo para garantir as demais coisas.

3.       A comunicação – não é só pegar um microfone, mas aquilo tudo que envolve uma política de comunicação. Muitas coisas nasceram nos FSM e tornaram-se políticas públicas e práticas dos movimentos sociais. Que a comunicação seja democrática e que busque fortalecer as lutas pelas mídias livre e fortalecer as vozes que fazem essas lutas.

O que nós temos e que nos une em nossas lutas? As diferenças que fiquem em outro lugar.

O que temos de fortaleza em nossa luta e que possamos ajudar outras lutas?

É preciso cuidar da ficha de inscrição da atividade para que seja sinal da busca de articulação, identidade das lutas que estão vindo, e possíveis convergências.

Eduardo Tadeu – Fórum de Autoridades Locais de Periferias/Brasil – necessidade de formação da militância, pois no período de Ascenso estávamos ganhando espaço, saímos da defesa que estávamos e avançamos muito e talvez esquecessem que precisávamos fortalecer: formação da militância e garantia das estruturas das organizações.

Em um ano não saberemos o que será desse país, diante do tal avanço neoliberal.

Anne – UNISOL/Brasil – o FSM é um espaço de interação e impulsionar a transversalidade das lutas para outros campos. É preciso fazer um debate de convergência real, não só nas mesas, mas entre os espaços. A convergência se dará na prática e como ela está conduzindo essas práticas. O espaço é aberto para a escuta e tende-se a ampliar. Sentem falta da juventude para que possam repensar as políticas. Como se consegue realmente universalizar a comunicação. Que as pessoas possam fazer sua prática de atuação diária.

Quando estamos na crise é que nos fortalecemos.

Mauri do coletivo brasileiro do FSM finalizou o Seminário com os seguintes informes:

·       Foram propostos dois novos GTs: Mulheres e Povos Tradicionais.

Esses e os outros GTs não são para fazer os temas, ele é autogestionado, cada segmento irá organizar suas atividades no fórum. A tarefa do comitê é facilitar que as atividades autogestionadas aconteçam.

As inscrições estarão abertas para que as organizações.

Amanhã haverá reunião do coletivo brasileiro. A plenária será no SINDAE, ao lado da Biblioteca Central no Bairro Barris. A partir das 9h até as 17h.

Foi aprovado também uma moção em defesa da educação pública e gratuita em homenagem ao reitor da UFSC e também um moção de aplauso pelos irmãos e irmãs mortos na Somália.

Para as mulheres que quiserem participar do GT enviar e-mail para info@fsm2018.org

19 de outubro de 17

Reunião de trabalho dos grupos organizadores do FSM 2018

Avaliação do evento:

Eduardo Zanatta – Filhos do Mundo/Brasil – A equipe de salvador já vem preparando esse evento há tempo, não é algo que está iniciando agora.

Raimundo Cajá – ABONG/Brasil – o Fórum Nordestino deixou lições importantes para a equipe, como a importância da unidade entre as organizações. Construir o fórum e garantir a presença dos movimentos sociais, como os povos tradicionais, como os indígenas e quilombolas, que não tem acesso a chegar. O tema do fórum é resistência, então precisamos ter isso muito claro.

Liege – UBM/Brasil – A avaliação é positiva, superou as expectativas. A parceria com a UFBA foi muito importante, pois aponta que o fórum será pra cima e um sucesso. O reitor se dirigia com carinho as todxs. O grupo facilitador precisa fazer uma carta de agradecimento à reitoria.

Rita/Brasil – Agradeceu o fórum baiano pela construção coletiva. A UFBA tem um papel político importante no país, pois as universidades estão sobre ataque e a UFBA é uma das mais progressistas e está orientando como enfrentar esse momento agora. Disse que poderia ter trazido um pouco do que foram os debates dos dias que antecederam.

Edson – FONSPOTMA/Brasil – todos os processos que chegaram até aqui, esse cenário está impactando o conjunto de atores de que o fórum não poderia se realizar. Para além dos jovens, da comunidade acadêmica, teve presença, não significativa, mas o povo baiano está chegando próximo e é preciso acolher. É um esforço dos movimentos sociais locais, mas também dessa organização coletiva.

Pierre – Cáritas Internacional/França – Aqui se sente uma energia Baiana diferenciada, isso também a UFBA dá uma segurança logística muito importante, praticamente o que vimos desse congresso que se colou ao seminário dando estrutura importante. Nunca viu uma universidade com esse compromisso com a idéia do FSM. Do ponto de vista internacional, os GTs não foram apresentados ao Conselho Internacional, fazendo inclusive que os participantes do conselho internacional fossem embora antes de terminar, pois não sabiam que teria essa reunião de hoje. Recordar que o CI é responsável na metodologia do FSM, se entende então que as decisões importantes serão tomadas de maneira consensual com o CI para que seja realmente um evento internacional onde o CI ajude a planejar e não apenas participe.

Cinistro/Brasil – com a diversidade cultural da Bahia, o FSM deve ir às periferias, fazer intervenções, e tem que ser chamado pelas pessoas daqui.

Jussara/Brasil – Ontem quando chegou ao evento já se sentiu no fórum, agradeceu por quem “segurou o piano” e que esteve à frente para as coisas acontecerem. Esse tema da resistência é muito apropriado ao povo baiano, pois as pessoas que aqui ficaram fizeram acontecer. Querem envolver a comunidade rastafári e do reggae do Brasil e de fora para construir esse diálogo. Outro mundo é possível sim e o fórum é realidade. Sendo na Bahia será o melhor fórum de todos os tempos, porque a diversidade e essa a energia que envolve será a propulsora do evento.

Claudio Mascarenhas/Brasil – Parabenizou meia dúzia de pessoas que foram heróis para fazer isso acontecer, focou na pessoa de Sandra, pois tem um compromisso ilimitado com esse espaço. A parceria com a universidade foi importante.

Felipe/Brasil – O evento foi muito bom, principalmente na diversidade que participou. Agradeceu ao reitor da universidade pela abertura que teve, e aos baianos pela hospitalidade.

Salete – Clacso/Brasil – Tem muito tempo que o nordeste está no processo do FSM e tem uma interconexão com o processo mundial. A região sempre esteve dentro. A pauta hoje do planeta tem tudo a ver fazer o FSM em Salvador, pelas questões das humanidades. Que não se deixe a pauta política e econômica direcionar as pautas. É fundamental esse fórum entender a carta de princípios e se pautar nela. A carta não dá prioridade a cores, raças, movimentos, organizações. É importante que todos vejam se estão de acordo antes de inscreverem-se em atividades. Estamos vivendo problemas complicados, em especial no campo das universidades publicas, porém ela não pode ser uma dicotomia, ela tem que ser uma junção/parte dessa construção e é isso que se entende pela presença do reitor.

Taíres – UNE/Brasil – Cabe ao FSM ser um espaço de denuncia contra o golpe, aproveitando que a mídia mundial está com foco aqui. Querer indicar diretores da UNE para compor os GTs e trazer o sentimento das ocupações que tiveram no ano passado.

Damian/Brasil – A reunião do Conselho Internacional foi alto astral e extremamente positiva. As mesas do seminário foram importantes mesmo com as divergências que se tem. Todo o processo é um ensaio geral para o FSM. Todxs são responsáveis pelo êxito desse processo, mas ninguém é isento de auto critica. O FSM é um espaço comum. Que o FSM seja anti sexistas, anti racista e anti colonial. Tem que buscar uma forma de ir ao espaço dos povos tradicionais e não só garantir recurso para que venha.

Célia/Brasil – Parabenizou toda organização que foi o encontro. Tudo que se foi falado, discutido e colocado foi muito produtivo. O FSM será algo muito bom e maravilhoso. O movimento hip hop se conectou com o movimento de periferia que teve dentro da universidade e já fizeram processo de convergência.

Hilton/Brasil – Houve dificuldade de trazer/ir a periferia. Que se construa em março um processo para que se vá para as periferias. Sentiu falta da juventude nas mesas.

Neila – Indigenista/Brasil – é preciso prestar atenção ao desequilíbrio dos segmentos no processo organizativo. Vão mobilizar a força total dos movimentos urbanos de Manaus para vir para Bahia.

Tais – Gasop/Brasil – Ela ficou incomodada com relação ao acesso a justiça, é um ponto importante, pois ficaram numa análise de conjuntura sem avaliar essa questão da justiça. É militante do sistema carcerário e espera que no FSM seja falado sobre isso. Outra pauta que sentiu foi a participação de jovens e é preciso ter a presença deles na mesa. A realização dos eventos na universidade é bom mas, ela é afasta as pessoas de periferia.

Lela/Brasil – O fórum tem um desafio local de se apoderar dos processos para atingir as pessoas onde estejam. Que a TV UFBA já tenha pautas desde agora.

Milena/Brasil – Agradeceu e comunicou a felicidade de conseguirem colocar na plenária de intolerância efetivamente a mobilização de alguns municípios ao redor. Reafirmou que a periferia não se reconhece para estar na universidade. A acessibilidade da UFBA é desrespeitosa.

Rogério – CUT/Brasil – é positivo o que aconteceu essa semana para avaliar o que acontecerá em março. O desafio não é superar divergências dos mais variados movimentos. É atentar que o desafio é a inclusão, respeitando a diversidade e todo o processo que envolve o fórum para construir um espaço democrático. O fórum não é um evento é uma construção política. Ressaltou a importância da parceria com a universidade e o desafio é incluir a periferia no espaço universitário. O fato de o lançamento ter sido dentro de um Congresso da UFBA onde boa parte dos reitores é de direita, isso foi muito positivo. Os estudantes são um publico importante.

Partilha sobre os GTs:

GT Mobilização – Liége/Brasil – o grupo reuniu-se e tiraram uma série de iniciativas. Como a divulgação no congresso da UBM, da CTB, no Fórum Panamazônico. É importante que outros que estejam fazendo iniciativas, enviem noticias das mobilizações. Na página http://fsm2018.org/pb/ tem o documento de conclamação para que todos possam imprimir e fazer a mobilização nos seus movimentos/organizações.

Pierre – Diz que é preciso informar como os membros do CI e outros possam participar do grupo de whatsapp e e-mail e também questionou quem está hoje participando.

Liége – Respondeu que Edson Franco é o administrador e os demais participantes são: Liege, Flora, Leonardo, Rogério, Tiago, Rafael, Julia, Eduardo, Carlos Rodrigues, Nágila, Anne. Quem quiser participar desse grupo deve enviar um e-mail ao Edson ou a infor@fsm2018.org para participar.

Tangi: existem segmentos que precisam de estratégias diferenciadas e temos que construí-las. Por exemplo: população idosa, é possível que eles venha para o evento de graça e nós não aproveitamos. É importante posicionar-se ao lado da "Marcha da Maconha", precisamos chegar a Marcha das Vadias, através da conexão do GT das Mulheres e do GT de mobilização. Precisamos garantir a participação dos movimentos LGBT. Nós temos grupos Lgbt dentro dos movimentos raciais.

Damião: O coletivo da Bahia parece ter sido dissolvido no coletivo brasileiro. O encontro do bairro coletivo deve ser transformado em plenário. Alguns povos indígenas que participaram e as pessoas que participaram foram convidados, mas não puderam participar. Precisamos conversar mais sobre os assuntos dos subúrbios. Eu concordo que a UNE precisa estar presente. A nível internacional: alguns segmentos ainda não possuem unidades e as tensões podem gerar dificuldades. Estamos assegurando o evento preparatório para o Fórum de Migração dentro do FSM 2018. Terá um diálogo com o FAMA. Tivemos um enorme esforço para mobilizar a África, o moçambique, o coni sul e a Europa.

Carminda / Peru: Fui envolvido no FSM de 2016. Parabéns pelo evento. Estamos investidos para ajudar a divulgar o FSM 2018, juntamente com a Equipe de Comunicação. Se você quiser trabalhar em estreita colaboração, estamos abertos a isso e também trocar experiências sobre a execução do evento. Vamos ao Fórum dos Povos na Argentina e falaremos do FSM lá. Em nosso coletivo, tivemos um GT muito importante de "abrigar" que é muito importante para integrar as pessoas.

Lincoln: muitas pessoas falaram sobre a dificuldade de integrar as pessoas tradicionais no evento. Havia reuniões regionais e nacionais durante o governo de Dilma. Mas depois do golpe houve uma desmobilização dos grupos. Sou voluntário para servir como canal de comunicação, especialmente aqueles que não estão presentes no nível nacional e têm uma expressão mais local.

Gilberto / Brasil: no que diz respeito à comunicação e mobilização, todas as instituições do fórum têm o dever de fazer isso. A outra coisa é compreender o GT como um incentivo, não como executor das atividades. Cada grupo deve inscrever suas próprias atividades. Uma proposta: eu revelei alguns assuntos relacionados ao Fórum e percebi algo. Devemos fazer uma homenagem ao ativista queniano recentemente falecido e que morreu elogiando o Fórum. Devemos ter momentos com testemunhos de vítimas, porque são exemplos concretos e geram impacto.

Debora: é importante perceber que o GT de mobilização é meramente um coordenador, mas cada um de nós tem que ser um mobilizador. Temos vindo a utilizar eventos nos níveis locais para chamar as pessoas a participar do FSM.

Leo: falando sobre espaços como coletivos, uma das figuras emblemáticas do wsf, François ... Há uma questão estrutural: na Europa estamos juntando assembléias temáticas que foram usadas como uma ferramenta de mobilização para o Fórum aqui. O fórum poderia ser um espaço politicamente importante para gerar um diálogo público entre governo, chavistas críticos e oposição moderada na Venezuela, e também para gerar um diálogo sobre Siria.

Pierre: todas essas idéias podem ser auto-organizadas.

Luta antinuclear: devemos fazer um esforço para levar ao FSM a ONG que ganhou o Prêmio Nobel da Paz. Tem um enorme impacto simbólico.

Dentro da mobilização, devemos ter uma pessoa encarregada de entrar em contato com essas pessoas-chave. Chico Buarque, por exemplo. Nós nos mobilizamos ontem no encontro de Deans e estamos nos preparando para enviar convites a todas as universidades.

GT comunicação – Rita Freire. Ficaram felizes que o GT de mobilização está divulgando o FSM, mas acredita que além de tudo o que foi falado, o GT é aquilo que identifica onde precisa fazer o diálogo e quando isso acontece é importante acionar o GT de comunicação para estar sintonizado. Precisam de uma interface próxima com o GT de cultura. Cada GT vai criar um critério de como cada um irá escrever suas participações nesse espaço. Um critério é assumir o grupo com responsabilidades, é um grupo para fazer com que as coisas aconteçam. Chamaram pessoas que se comprometeram com tarefas, porém na execução deixaram a desejar. Esse é um chamado fraterno para quem quiser contribuir no GT de comunicação mas venha pra colocar em prática. O propósito do GT é fazer um processo de mobilização com mídias livres, rádios, setores de comunicação e estão iniciando esse diálogo com aquelas que já chegaram juntos. Está olhando como fazer estratégia junto da publicação mais progressista como a Carta Capital por exemplo.

Dina Lopes/Brasil – apresentou a equipe do canal da cidadania que junto com o GT de comunicação colocou o estúdio da Barra disponível do FSM para produzir conteúdo, porém estão sem redator/a caso alguém se interesse e possa contribuir é para comunicar. Caso tenha algo interessante sobre o FSM pode passar que serão divulgados no canal da cidadania. Segue a página do facebook da TV Kirimurê https://www.facebook.com/tvkirimure/

Fátima/Brasil – Propôs uma de formação ao GT de metodologia e comunicação que será sobre o trabalho com câmeras. Quem vê o carnaval na Bahia na televisão saiba que é uma mentira que só mostra risos e pula pula. O carnaval é um espaço político que pode ser feito intervenção, assim como na Festa de Bom fim e Iemanjá.

Tiburcio/Bahia – é importante que o FSM impacte a sociedade brasileira politicamente. A comunicação tem papel fundamental, estão cansados de denunciar a mídia hegemônica, e isso é feito porque ela tem importância e respaldo na sociedade. Por isso é preciso uma comunicação eficiente.

1.       Toda instituição que está apoiando o FSM tem o compromisso de ter um espaço nos seus meios para falar sobre o FSM.

2.       Está sendo produzido conteúdo no FSM no ar, conforme o link disponível http://fsm2018.org/pb/web-radio-fsm/

3.       Procuraram a carta capital e outros veículos que tem relevância na sociedade para que dessem atenção ao FSM.

Eduardo Zanatta/Brasil – Estão com um coletivo da periferia que irá divulgar/convocar as atividades do FSM. O coletivo baiano de comunicação está assumiu também a divulgação do FSM. Estão dialogando com a comunidade acadêmica com UFBA, e tem interlocuções importantes com a TV UFBA e com a própria assessoria de comunicação da UFBA.

Cinistro/Brasil – a página no Facebook foi criada, e o evento do FSM não está com muita adesão, propõe que todos que participaram da atividade compartilhem a página.  

https://www.facebook.com/forumsocialmundial2018/

As ações web precisam ter melhor qualidade, precisam mobilizar para garantir isso. Que seja uma comunicação inclusiva nas atividades, convergências, e nos programas de TV. Devem colocar áudio descrição, libras.... A comunicação em rede direcionada tem que ter um viés para a juventude, para as periferias. A comunicação dentro desse espaço não tinha esse viés, é importante estruturar isso.

A comunicação precisa ter jovens na campanha, nos vídeos pois eles precisam se reconhecer. A comunicação precisa ser mais atrativa, ter baralho para mobilizar mais e ser direcionada para a periferia.

Sobre a luta anti carcerária é importante que outros movimentos cheguem/encontrem-se.

Felipe/Brasil – as chamadas precisam ser dinâmicas atrativas, os vídeos precisam ser curtos.

Enéas/Brasil -

Pierre/França – Comunicou que a Cáritas Brasileira irá incorporar no GT de comunicação. Terão vários pontos de propostas. Pessoalmente quer contribuir sobre o web site. Também explicou sobre a Dinâmica de Extensão que a Cáritas e Pão para o Mundo estão facilitando. Cáritas terá uma equipe de extensão durante o evento que tem o compromisso de estimular as organizações que farão atividades no FSM para transmitirem pela internet para que pessoas que não estão participando presencialmente possam acompanhar.

Ana Paula De la Ordem/Brasil - O grupo tem dificuldade com pessoas para de fato trabalhar, as idéias são boas, porém precisam de ajuda com pessoas que se insiram nas atividades.

Início das inscrições de participantes com pagamento da taxa – 1º de novembro.

Início das inscrições de atividades com pagamento da taxa – 15 de novembro.

 

GT Cultura

Ametista – O GT de cultura tem o intuito de se tornar um movimento internacional de artistas de cultura e arte, não se findará com o FSM. Já tem representantes de alguns estados. Irão alinhar com outras pessoas.

Será feito um cortejo cultural na marcha de abertura, ao modelo de escola de samba com todas as tendências artísticas e culturais. Que todos os estados tragam a sua cara.

Eu Luto é um movimento de protesto, que faz a agitação cultural. Farão uma série de atividades de mobilização para divulgar o FSM.

Pretendem elaborar um cronograma para envolver mais pessoas.

Acontecerão oficinas culturais, como de turbante, vestuários customizados, poesia falada, mágica, clau, restauração de fotografias e outras que possam ser sugeridas.

Brincar de cenas será um meio para divulgar o FSM, durante as atividades que houver na cidade farão pequenas intervenções divulgando o FSM, de maneira indisciplinada.

Palco das artes – apresentação das atividades no palco livre.

Recital lítero musical – No dia 14 de março é o dia nacional de poesia e é tradição cortarem um bolo de 1 metro na Praça Castro Alves.

Cultura de resistência – palestras e oficinas.

Exposição sobre cultura e resistência – participação de grupos que trabalham com esse tema.

Encontro com comunidades, categorias culturais.

Baile de encerramento.

Gina/Brasil – Cultura é tudo, quando o poder tira a cultura está tirando a identidade do povo.

Cinistro/Brasil – Há pessoas de longe e precisam construir essa parte cultural de uma forma que englobe as múltiplas culturas. Trouxe o exemplo de Porto Alegre onde entende que fazer cultura de resistência de forma autônoma e insurgente é também produzir cerveja, fazer bailes, com os próprios equipamentos fazer incidência. Precisa ter algo relacionado a latinidade. Aproveitar os convidados que vierem para ir às comunidades e fazer o intercâmbio, estão no lugar mais rico culturalmente e isso não pode passar assim. As atividades culturais precisam ter mais destaque e precisa ser pensado por todxs.

Rita/Brasil – alertou que a cultura também são atividades autogestionadas, então o grupo precisa colocar na ficha de inscrição quais são os critérios e precisam pensar como irão oferecer a infra-estrutura para as atividades inscritas tenham as mesmas condições. Não é papel apenas realizar atividades, mas proporcionar que outrxs grupos tenham condições de fazer as suas atividades.

Salete/Brasil – Ficou feliz por ter pessoas interessadas em trabalhar essa questão cultural no FSM mas precisam ver quem já está no GT, quem já esteve nos outros fóruns anteriores para convidar. Mas o principal que esse GT precisa fazer é recuperar a política de cultura do FSM. Tem uma comissão de cultura no Conselho Internacional e é a partir dessa política que irão organizar essa questão. O GT tem que garantir isso. Não é papel do GT realizar oficinas, ir pra palco. E é sempre um dos pontos que sempre dá a maior das crises.

Jussara/Brasil – Rita e Salete trouxeram questões estratégicas. O CEBRAPAZ tem a seguinte provocação: luta dos povos contra o império e precisam situar dentro desse contexto. Trazer a cultura da paz para dentro desse espaço.

Fátima Fróes/Brasil – sente falta da articulação com diversos fóruns resistentes como o fórum das artes, trazendo esses fóruns pra dentro desse espaço. O debate fundamental hoje é a política de cultura estratégica. Provocou o encontro de pontos de cultura.

Débora Nunes/Brasil – Propõe uma homenagem às mulheres que construíram o FSM. Sempre se houve falar dos homens que criaram, mas nunca lembram das mulheres que estão nos bastidores e nos palcos. Será no dia 14 de março à noite e terá a participação de uma das fundadoras do FSM Henryane de Chaponay que em nome dela serão homenageadas as demais.

Tais/Brasil – Levará para UNE se o CUCA tem possibilidade de acompanhar o GT de comunicação e cultura.

GT de Infraestrutura –

Gilberto - fizeram um planejamento olhando o fórum em todas suas possibilidades com relação aos espaços que não serão somente dentro da universidade. Querem socializar isso para que a distância as pessoas possam contribuir. Farão uma infraestrutura de atendimento a saúde, com algumas pessoas que voluntariamente trabalharão.

O FSM precisa garantir uma estrutura mínima para acolher. Terão acampamentos indígenas, para juventude... terão no mínimo 5 e estão vendo os melhores espaços. Quem puder contribuir com sugestões receberão mesmo que as pessoas não estejam no dia a dia. É transversal e qualquer participante possa contribuir.

Tangi/Brasil – Dispor no site uma lista de hospedagem solidária. No RS tem uma experiência de compra coletiva com agencias parceiras, então disponibilizar para todos isso. A FONSANPOTMA tem parceria com uma agencia que poderá atender outros estados também. A lista de voluntários fica com responsabilidade da infra.

Debora/Brasil – é preciso olhar com atenção a estrutura que a UFBA está oferecendo para a Economia Solidária para ver como organizam determinadas atividades, acessibiliade dos espaços. Um dos grandes desafios inclusive é pensar que espaços ocupar fora da UFBA.

Pierre/França – A Cáritas Brasileira irá se envolver nesse GT. Precisa ter uma melhor internet para poder fazer transmissão ao vivo, então sugeriu que pelo menos em cada sala tivesse um cabo. Como funciona a questão dos voluntários? Cada um faz sozinho ou caso os GTs precisem se comunicam com a infra? Que faça uma gestão transparente. A ágora de iniciativas precisa de um grande espaço fechado que possa acolher as mesmas, que possam circular. Que tenha internet para transmitir ao mundo as iniciativas. Logisticamente precisa ser algo que disponiliza cartazes, canetas.

Fernando/Brasil – Se dispôs a participar do GT de infra e indica alguns locais para hospedagem. A universidade católica e a UNEB sempre foram parceiras dos movimentos e se dispõe a fazer o diálogo para ver se nesse período conseguem hospedar pessoas.

Rose/Brasil – é importante que os espaços sejam próximos ao contrário do que foi em 2015 em Porto Alegre que eram muito longes e dificultou demais a logística. Débora Nunes tem uma experiência com convocação de voluntários e pode contribuir com isso.

GT Economia Solidária

Débora/Brasil – a partir de uma iniciativa do Fórum Brasileiro em uma reunião em Santa Maria foi definido que participariam desse processo de construção do FSM. Encaminharam aos estados uma comunicação convidando os estados para participarem desse GT. Fizeram uma reunião em 15 de agosto onde fizeram um primeiro panorama. Reúnem-se quinzenalmente as segundas-feiras às 9 horas da manhã.

A grande discussão é que queriam construir duas linhas de questões:

Iriam disputar no âmbito do FSM os serviços e produtos de economia solidária. Querem fazer as bolsas, a hospedagem, servir a alimentação.

Não querem ser dentro do FSM um espaço segregado, querem estar numa disputa política, sendo a economia do FSM.

Áreas de ação:

1.       Hospedagem – uma rede da península de Itapagipe teve uma iniciativa que querem levar um pedacinho do FSM para lá, oferecendo serviço de hospedagem e alimentação a preço justo e acessível para as caravanas. Estão se relacionando com os outros estados e oferecendo esse serviço. Tem uma parceria com a Ação Social da Arquidiocese para articular com as paróquias essa hospedagem.

2.       Feira e circuitos da Economia Solidária – cada espaço onde tiver atividade do FSM terá feiras e circuitos de economia solidária, não será apenas uma grande. Querem ter uma praça de alimentação das experiências de economia solidária, consumindo o máximo possível dos produtos da agricultura familiar. Nesse espaço terão momentos de aprendizagem.

3.       Finanças Solidárias – tanto o aporte de financiamento para os empreendimentos, a partir da experiência da Cáritas com os fundos solidários. O CAMP e a Cáritas estarão coordenando esse espaço.

4.       Incidência política – Irão discutir o conteúdo da proposta de uma outra economia que se opõe ao sistema capitalista.

Terá um desfile de moda sustentável com empreendimentos mundialmente.

Fabrício/Brasil – há uma discussão a partir da escolha da logo oficial do FSM para criarem produtos (canecas, botons, camisetas...) com essa marca para que faça um processo de comercialização, inclusive a partir do site do FSM.

Felipe/Brasil – que a infraestrutura proporcione a separação do lixo.

Sergio/Brasil – Criar um link no site para quem vier participar desse espaço da economia solidária.

Tangi/Brasil – deixou os contatos do FONSANPOTMA que irá construir. Indicou que tenha um espaço para os povos e comunidades tradicionais.

Sidnei/Brasil – procurar os departamentos de agronomia, administração, economia para trazer os estudantes para esse espaço e entenderem melhor essa nova lógica.

Lélia – os estudantes da UFBA podem contribuir com as hospedagens solidárias. Tem resistências antigas que podem acolher também.

Mauri/Brasil -Terá ficha de inscrição para os empreendimentos do mundo se inscreverem.

GT DE METODOLOGIA

Damião: O FSM queremos: um texto foi elaborado através de discussões.

Processos de convergência: como articular as atividades autogerenciadas.

Dois eventos: Ágora de iniciativas (um GT precisa de criação com participação de pessoas do grupo de facilitação) e a Assembléia dos Movimentos de Combate (é uma convergência de convergências através de uma dinâmica que não termina com o FSM 2018. Gt já foi criado)

Proposta: tentar identificar os 20 movimentos mais importantes do mundo no ano passado e garantir sua participação no FSM.

Sobre os eixos: eles precisam ser definidos para que as assinaturas possam começar. Os eixos devem ser tratados através de uma palavra-chave, um lema e um monte de palavras-chave para as quais as pessoas podem se relacionar. Algumas pessoas se ofereceram como Ramuda, Carminda, etc.

Cada dia poderia se concentrar em uma das palavras do lema: resitance, criação e transformação.

A assembléia das mulheres deve ocorrer unicamente para que todas as mulheres possam participar.

Leonardo: Como expor a produção do fórum nas cerimônias de culminação. Isso ainda não está claro. O Fórum deve transformar entidades.

Lela: todas as atividades autogeridas devem estar cientes da letra dos princípios, para que o espírito de unidade não se limite ao momento do FSM 2018.

Pierre: a Caritas vai se juntar ao GT de metodologia. É possível fazer outras pessoas participar remotamente de outras pessoas nas reuniões. Nós também devemos fazer um documento on-line onde colocar os relatórios das reuniões. Sugere fazer a montagem das mulheres no início, após a marcha. Agora of Initiatives pode ajudar a dar visibilidade à produção do fórum. É importante se preparar para o trabalho que vem após o fórum, a documentação do fórum e a auto-documentação das atividades.

...: não é bom para o fórum feminino após a marcha, porque todos estarão cansados. A montagem dos movimentos de luta é diferente da assembléia de convergência. Precisamos ter muito cuidado com ter um grupo de metodologia em nível nacional e outro em nível local. É importante integrar.

Debora Nunes: Não quero falar sobre metodologia no fórum. Para mim está interessado no processo de construção. A reunião de um dia inteiro é impossível. Mais de 50 minutos é impossível. As reuniões devem ser feitas na GT sempre e na reunião ou coordenação apenas com os representantes. 2 horas tops.

Felipe: Sobre a marcha, começar com isso pode gerar atenção apenas para a marcha e recuperá-la do que será construído durante o FSM 2018.

...: A fragmentação é um problema porque evita que os diferentes grupos tenham uma noção de todo o evento. A autogestão dos grupos e atividades não pode distanciá-los dos princípios e objetivos do fórum estabelecido na carta de princípios.

Fátima: Sugere ir às prisões de Salvador, aproveitando a presença do movimento anti-encarceração no FSM.

Tangi: participação de crianças e cheque com o governo se alunos de escolas públicas puderem participar. Nós temos a Marcha Dendê e podemos pensar uma atividade junto com o FSM. Devemos verificar as atividades dos cursos UFBA que estão conectados aos eixos.

Leo Gabriel / Áustria: Eu concordo que a assembléia de convergência é diferente da montagem de movimentos de combate. O primeiro é uma soma do que foi discutido e feito no fórum e o outro a soma do que tem acontecido as lutas e as lutas ao redor do mundo.

Mauri: o fato de não escolhermos uma posição verdadeira sobre tópicos entre todas as opiniões dadas, mas sim permitir a liberdade de todos tentarem sua visão e prová-la correta, é precisamente a inovação metodológica trazida pelo FSM.

GT de finanças

Mauri: reunimos um projeto de 9 milhões. Muita coisa não será usada pelo fórum, mas é uma estrutura oferecida, mas a universidade e o governo da Bahia. O tempo e as pessoas passadas pelas organizações também são contados no orçamento.

A questão central é: O preço das inscrições. Se as inscrições de atividades tiverem taxas e se diferenciarmos as taxas de acordo com a origem norte ou sul.

Leo: devemos separar o norte e o sul, mas também os brasileiros que podem e quem não pode. Suburbans não podem pagar. Então, devemos ter 3 ou 4 taxas diferentes.

Miege: inscrição por entidade, que permite uma certa quantidade de participantes. Devemos pensar sobre esta possibilidade.

Leo: pessoas que não têm meios para pagar, devem pagar pelo menos simbolicamente.

Carminda: Não tivemos diferenciação por país, mas apresentamos preços solidários, para estudantes, pessoas que não podem contribuir.

...: Com base na experiência em Túnis, prevejo alguns possíveis problemas. As proporções em Salvador são maiores. Não só as pessoas de fora, mas as pessoas do campo do estado virão.

Fernando: uma taxa mínima deve existir para todos. Kellogs e Ford Foundation podem participar financiando o fórum.

CUT: as entidades que precisarão de tradução durante o fórum, pagarão extra? Isso é algo que precisa ser discutido. Eu não acho que podemos usar o mesmo preço para todos, nem podemos deixar isso de graça para todos. Devemos fazer uma projeção financeira com base em uma estimativa de custos.

 

 Tangi: devemos permitir o uso do estatuto das crianças e dos idosos por isso temos metade da taxa para estudantes e para idosos de qualquer país. Em relação às pessoas itinerantes, devemos avaliar a possibilidade de contribuição no momento em que chegam. Também somente após a infra-estrutura, poderemos decidir sobre a possibilidade de cobrar a inscrição de atividades autogestionadas e iniciativas de economia solidária.

Leo Gabriel: Sugere uma parceria com o governo português para usar o toque como um canal para que as pessoas venham de Lisboa para Salvador.

Milena: é importante para as pessoas e organizações responsáveis ​​pelos grupos com especificidades, que verificam a disponibilidade para fornecer recursos.

Pierre; A idéia das organizações de comprar pontos com antecedência é uma boa maneira de gerar em breve uma grande quantidade de renda.

Marcelo: devemos pensar em ampliar um sistema de ações afirmativas por regiões. Por exemplo, a África poderia pagar uma taxa diferente.

Leo: Devemos estimular as pessoas que podem pagá-lo para pagar as taxas de outras pessoas, especialmente se isso for feito com transparência e você sabe quem está sendo beneficiado com o dinheiro.

Sergio: Talvez a doação possa ser recompensada com a T-shirt.